A vigília “Pelo Direito à Verdade” juntou várias centenas de pessoas junto ao Hospital de Santo Tirso. Promovida pela Câmara Municipal de Santo Tirso, a ação de protesto decorreu esta tarde e contou com discursos de Alberto Costa e de diversos representantes dos profissionais de saúde.
Ao fim de quase três meses de múltiplos esforços recebidos com nada para lá de silêncio, a Câmara Municipal de Santo Tirso organizou uma ação de protesto para exigir à Ministra da Saúde que responda a uma série de questões relativas à decisão de retirar a gestão do Hospital de Santo Tirso da esfera pública.
Estas questões foram reunidas numa Carta Aberta e entregues em mãos por Alberto Costa à Ministra a 12 de fevereiro, na Assembleia da República. Apesar de nesse dia se ter comprometido com o agendamento de uma audiência, Ana Paula Martins continuava sem dar qualquer tipo de resposta.
A convocatória feita pelo Município foi recebida e respondida em larga escala. Apesar do dia de temporal, reuniram-se esta tarde várias centenas de pessoas no Largo Domingos Moreira. Por entre profissionais de saúde, utentes do Hospital e população em geral, bem como o executivo municipal, presidentes de Junta e diversas outras personalidades, a multidão muniu-se de guarda-chuvas e ouviu atentamente os discursos.
O presidente da Câmara Municipal foi o primeiro a falar. Alberto Costa anunciou aos presentes que a Ministra da Saúde tinha finalmente entrado em contacto. Ao tomar conhecimento da ação de protesto, Ana Paula Martins agendou uma audiência para a próxima sexta-feira, dia 14 de março. O presidente informou igualmente que o diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde se disponibilizara ontem a reunir para debater o futuro do Hospital.
Durante a conversa telefónica que teve com a Ministra, Alberto Costa teve também oportunidade de solicitar esclarecimento sobre uma das questões que mais preocupa a população e os profissionais de saúde: a data a partir da qual a gestão do Hospital deixa a esfera pública.
O autarca partilhou a resposta com os participantes da vigília. Segundo as palavras de Ana Paula Martins, não será possível concretizar a transferência da gestão do Hospital até 31 de março, nem qualquer transição será feita antes de estar concluído o estudo da Comissão de Acompanhamento criada pelo Governo.
“A única coisa que é verdade é a seguinte: o Governo tomou uma decisão política”, apontou Alberto Costa. “Esta decisão, contudo, não significa que haja condições para concretizar a saída da gestão do hospital da esfera pública.” O autarca lembrou ainda algumas das onze questões entregues à Ministra na Carta Aberta, que serão repetidas na audiência de sexta-feira, caso esta se realize.
Ao presidente da autarquia seguiram-se Bernardo Neto (médico do Hospital), Cândido Gomes (representante do Sindicato dos Enfermeiros), José Neto Santos (representante do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica), Sandra Neto (representante do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte), Berta Neto (representante do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades Com Fins Públicos), Sílvia Fernandes (Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Serviços e de Entidades com Fins Públicos), Laurinda Osório (presidente da Liga dos Amigos do Hospital) e Alberto Azevedo (utente do Hospital).
Todos os intervenientes partilharam a inquietação que sentem face à falta de respostas e deixaram claro o desejo de ver o Hospital de Santo Tirso a permanecer no Serviço Nacional de Saúde. Ainda, Sílvia Fernandes entregou a Alberto Costa um abaixo-assinado contra a passagem da gestão do Hospital para a Misericórdia, no qual constam 320 assinaturas, para que o autarca possa dar o documento à Ministra da Saúde.
No discurso final desta vigília “Pelo Direito à Verdade”, o presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso prometeu não desistir nunca da defesa do Hospital e elogiou a coragem e dedicação dos profissionais de saúde do Hospital, pedindo à multidão um minuto de aplausos em sua honra.
Dia 15 de março haverá nova manifestação no Largo Domingos Moreira, numa iniciativa organizada pelo Movimento de Utentes do Hospital.
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