Palheta Bendita voltou a enriquecer Santo Tirso
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Palheta Bendita voltou a enriquecer Santo Tirso

A 16ª edição da Palheta Bendita realizou-se no passado fim de semana, um evento organizado pela Câmara Municipal de Santo Tirso, em parceria com a Associação Cultural Tirsense.

A iniciativa teve como objetivo valorizar tocadores e construtores de instrumentos, com destaque para os de raiz portuguesa. Concertos, oficinas, baile e apresentação de livros, fizeram parte do programa.

A programação arrancou às 21h30 do dia 2 de dezembro, com concertos da Escola de Gaitas da Ponte Velha e do galego Germán Diaz, que levou ao Club Thyrsense um espetáculo em torno de três instrumentos de manivela: a sanfona, a caixa de música e o realejo. Ainda nessa sexta-feira, o DJ Gaiteirinho esteve a passar música no Carpe Diem Bar, na rua de São Bento.

Já no sábado, 3 de dezembro, houve três oficinas na Escola de Música Tradicional da Ponte Velha: Manuel Lima apresentou o reportório minhoto de gaita de fole; Tiago Sami Pereira falou de percursão; e Germán Diaz conduziu a oficina sobre a sanfona.

À noite, os Roncos do Diabo soaram no antigo quartel dos Bombeiros Voluntários de Santo Tirso (Vermelhos), na praça Conde de São Bento. Esta formação de quatro gaitas-de-fole e um bombo, surgida no ano de 2005, é o resultado de um percurso de pesquisa, recolha e construção de instrumentos musicais. Numa abordagem de fusão e atualização da música portuguesa, os Roncos do Diabo apresentaram um espetáculo de energia e explosão rítmica, proporcionando ao público verdadeiros momentos de FOLIA. E a faltar um minuto para a meia noite, na Associação Amigos do Sanguinhedo, arrancou a foliada, jam session e baile improvisado para entrar no último dia do Palheta Bendita.

Por último, no domingo, na Fábrica de Santo Thyrso, foi apresentado o livro Os Zés Pereiras: Uma Cultura Musical do Entre Douro e Minho. Com audiovisuais de Abel Andrade e sob direção artística de Nuno Dias, Tiago Manuel Soares e Napoleão Ribeiro, o livro foi construído com base nos testemunhos de músicos de dezena e meia de grupos de zés pereiras, vários festeiros e diversos construtores de tambores e de gaitas-de-fole. Com esses depoimentos, os autores puderam compreender as funções dos inúmeros grupos de tamborileiros nos rituais e profanos e noutras cerimónias dos territórios do noroeste português.

A programação terminou com o concerto “Sementes de Outono”, às 18h30, também na Fábrica de Santo Thyrso. Este espetáculo colaborativo e multidisciplinar foi o resultado de uma reflexão coletiva sobre o que o outono representa (ou deveria representar) no nosso ciclo natural. Criado e interpretado por cerca de 100 pessoas entre professores e alunos da Associação Cultural Tirsense, Buscapólos, Associação Cultural, Cardo-Amarelo Escola de Música Tradicional, Centro de Teatro da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto e Lérias, Associação Cultural.

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