O Clube Desportivo das Aves venceu a Associação Desportiva e Recreativa Pasteleira, por 1-0, no Complexo Desportivo do FC Parada, e garantiu presença nos quartos de final da Fase de Apuramento do Campeão da 2ª Divisão da AF Porto.
O jogo começou vivo, bem vivo, com uma intensidade que comprovava a vontade que as duas equipas tinham de alcançar a próxima fase da competição. Em campo, isso tornava-se bem visível pelas disputas de bola acesas. As duas formações queriam assumir o controlo de jogo e seria mesmo a partir de um momento de crença que o Desportivo das Aves iria tomar as rédeas do encontro.
O futebol é um desporto de frases feitas. E uma dessas expressões dita que nenhuma bola deve ser dada como perdida. O que pode parecer um incentivo vago para os jogadores darem sempre o seu máximo traduziu-se em golo, aos nove minutos.
Numa bola que parecia perdida, adiantada em demasia pela ofensiva avense, Samuel acreditou e a recompensa chegou a partir de um penálti. Ao tentar alcançar o esférico com as mãos, o guarda-redes da ADR Pasteleira provoca o choque com o adversário e comete uma infração clara. Hugo Dias avançou para a marca do castigo máximo com toda a confiança e inaugurou o marcador com um remate forte.
O Aves viu-se a ganhar bem cedo no jogo, mas não cedeu o controlo do encontro por se encontrar em vantagem. As oportunidades de golo, até ao intervalo, surgiram, na sua maioria, junto à baliza da ADR Pasteleira, sendo a mais clara um livre muito bem batido por Hugo Dias que obrigou o guardião adversário a ir ao tapete para defender o remate rasteiro. A bola ainda entrou na recarga do lance, mas o árbitro anulou rapidamente o lance por fora de jogo.
Depois do intervalo, o jogo mudou completamente. Tornou-se mais silencioso, desprovido da alegria que cerca de uma centena de adeptos avenses conferiram ao desafio nos primeiros 45 minutos. As autoridades ditaram que a bancada improvisada pelos adeptos do Desportivo das Aves, fora do complexo do FC Parada, tinha de ser dispersada. São as regras, em tempos de pandemia. Mesmo assim, alguns dos adeptos não desistiriam e espalharam-se noutras zonas do recinto desportivo.
A segunda parte apresentou, logo de início, uma equipa da ADR Pasteleira desinteressada em desistir do resultado. O remate de Pedro Rocha, poucos instantes depois do descanso, era o aviso que o jogo não estava resolvido.
O perigo começou a fazer-se sentir, de forma menos discreta, a partir dos 60 minutos. Faltava alguma inspiração à equipa da ADR Pasteleira para definir os lances de ataque, mas era notória uma maior capacidade de subir linhas, encostar os avenses à sua área e criar perigo a partir de cruzamentos.
A comitiva avense foi capaz, mesmo assim, de conter as investidas de ataque da ADR Pasteleira, num final de jogo duro, com muitas paragens e alguns cartões amarelos. Ultrapassados os oitavos de final, o Clube Desportivo das Aves está mais perto de alcançar a tão desejada subida de divisão e de ver Vila das Aves representada num escalão mais alto da Associação de Futebol do Porto.
Pedro Silva
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