Os Portugueses e a União Europeia: Confiança, Prioridades e o Papel dos Territórios

Vivemos tempos de incerteza, mas também de oportunidades. A mais recente edição do Eurobarómetro, conduzida entre janeiro e fevereiro de 2025, revela-nos algo muito claro: os portugueses acreditam no papel da União Europeia e esperam mais dela.

Três em cada quatro portugueses inquiridos defendem que a UE deve assumir um papel reforçado na proteção dos cidadãos perante crises globais e riscos de segurança. 92% consideram essencial que os Estados Membros estejam mais unidos para enfrentar os desafios comuns. Estes números não são apenas estatísticos – são um sinal claro de que os cidadãos esperam uma Europa mais forte, mais solidária e mais preparada.

Como Eurodeputado, vejo nestes dados uma responsabilidade acrescida. É imperativo que o Parlamento Europeu, bem como as instituições nacionais e locais, estejam à altura destas expectativas. Os portugueses identificam como prioridades o reforço da saúde pública (58%), a luta contra a inflação, a criação de empregos e o combate à exclusão social. São temas que não se resolvem apenas em Bruxelas ou Estrasburgo — exigem uma ação concertada a todos os níveis.

Neste contexto, os órgãos locais e regionais têm um papel insubstituível. São eles que estão mais próximos das populações, que conhecem os problemas concretos no terreno e que podem agir com agilidade. Os fundos europeus, por exemplo, têm de continuar a ser alocados com inteligência, respondendo às reais necessidades dos territórios. E é também fundamental reforçar a articulação entre as políticas locais e os objetivos europeus. Há por isso uma grande responsabilidade dos governos de cada Estado Membro.

Acredito que a confiança demonstrada pelos portugueses na União Europeia deve ser acompanhada de um compromisso político claro. Um compromisso com políticas públicas que defendam a saúde, a segurança, o crescimento económico e a coesão social — pilares fundamentais para o futuro da Europa e de Portugal.

Neste caminho, conto com todos os que acreditam numa Europa unida, solidária e próxima dos cidadãos.

Sérgio Humberto
Eurodeputado do PSD

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