O homem que está acusado de atear 62 incêndios rejeitou em tribunal ser o autor de 59 deles, incluindo o fogo que matou 75 cães e gatos nos dois canis ilegais da Agrela. O homem de 29 anos afirmou que não foi o autor desse fogo.
O arguido é um eletricista de 29 anos, que começou a ser julgado no Tribunal de São João Novo, no Porto, sob acusação de atear incêndios nos concelhos de Valongo e Paredes entre maio e agosto de 2020.
Os dois canis da Agrela eram conhecidos das autoridades pelo menos desde 2018, altura em que a revista VISÃO chegou inclusive a fazer um capa com o assunto: “Fernanda Cristina Silva, voluntária em ações de defesa de cães e gatos, viu-se obrigada a denunciar às autoridades duas associações, perto de Santo Tirso, com abrigos alegadamente decadentes, cheios de lixo, no meio do mato, com cães acorrentados e a dormir em cima das próprias fezes”, escreveu em janeiro de 2018 a referida revista.
“Tive de arranjar um jipe, de tal forma o local é de difícil acesso, para ir lá levar 200 quilos de ração. Os cães, 100 num lado e mais de 200 noutro, estão dispersos, presos por correntes ou amontoados em ‘galinheiros’ com oito metros quadrados. Não tinham comida, e a pouca água disponível estava já cheia de verdete. Estive lá horas e ninguém apareceu. E os animais não são divulgados para adoção. Vão viver ali para sempre, doentes, com muito medo de pessoas, problemas de pele, cheios de fome, no meio das suas fezes. Agora estamos no inverno. A chuva, o frio, e os cães ali, ao relento”, disse Fernanda Cristina Silva em 2018.
O facto é que no verão de 2020 a tragédia acabou por acontecer. Apesar do conhecimento das autoridades e apesar do mediatismo que foi dado dois anos e meio antes, morreram 75 cães e gatos e foram resgatados 190 devido à população que foi para o local, arriscando a própria vida para salvar os animais.
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