O filme “Sonhos”, que Joaquim Pavão rodou com enfoque nas obras do Museu Internacional de Escultura Contemporânea (MIEC) de Santo Tirso, foi distinguido com o prémio de cinema ucraniano ONYKO, na categoria de melhor longa-metragem experimental.
O filme “Sonhos” de Joaquim Pavão recebeu o prémio de novembro de 2022 de Melhor Longa-Metragem Experimental dos prémios de raiz ucraniana e estónia ONYKO, recentemente atribuídos.
Filmado e pós-produzido entre fevereiro e março de 2020, “Sonhos” resultou do desejo de aliar a sétima arte às restantes vertentes artísticas que já passaram pelo MIEC, como a escultura, a pintura, as artes performativas e a música, entre outras. Uma obra cinematográfica que, simultaneamente, visa a internacionalização do projeto museológico do MIEC, através da sua presença em festivais de cinema, museus e outras instituições de renome e significado cultural.
Em “Sonhos”, a ação decorre num mundo pós-capitalista em que todas as decisões dos humanos estão determinadas por uma universal “vontade correta”, via pela qual se estabelece a resolução dos conflitos e se atinge um hipotético equilíbrio pacífico.
Esse equilíbrio é posto em causa através dos sonhos das personagens que, nesse universo onírico, resgatam o seu livre-arbítrio. Será possível conciliar a liberdade individual com a “vontade correta”?
Em algumas personagens, a busca da sua identidade leva-as a pôr em causa todo o sistema social em que vivem. Esses são catalogados pelo sistema como “Instáveis” e serão convidados a sair. Fora de uma sociedade organizada, o indivíduo confronta-se, então, com todos os condicionalismos à sua existência. Como sobreviver? O que é o livre arbítrio?
Tendo sido realizado conjuntamente com o MIEC – Museu Internacional de Escultura de Santo Tirso, a Fugir do Medo, a Filmógrafo, o Cine Clube de Avanca e o Festival de Cinema AVANCA, este filme foi rodado maioritariamente em Santo Tirso. Posteriormente, parte dele viria a ser também filmado no Festival de Cinema de Avanca 2019, entre as praias e canaviais de Pardilhó.
Partindo de uma coautoria com a atriz Isabel Fernandes Pinto e de um conjunto de composições musicais do guitarrista Óscar Flecha, o realizador e também guitarrista Joaquim Pavão contou com o desenho de Gil Moreira, os figurinos de Tucha Martins e a curadoria de Álvaro Moreira.
O Museu Internacional de Escultura Contemporânea nasceu no início dos anos 90, numa ideia que partiu do escultor já falecido Alberto Carneiro. Atualmente, a sua coleção permanente é composta por 57 esculturas ao ar livre, dispersas por seis polos da cidade de Santo Tirso. Conta com obras de 56 escultores nacionais e internacionais, desde o artista belga Paul Van Hoeydonck, que tem uma obra sua na Lua, até nomes como Pedro Cabrita Reis, Fernanda Fragateiro, Júlio Le Parc, Fernando Casás e Carlos Criz Diez, entre outros. A 21 de maio de 2016, o MIEC “ganhou” a sua sede, resultado de um projeto que juntou os dois prémios Pritzker portugueses, os arquitetos Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura.
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