Gonçalves Afonso, 78 anos, nascido em Freineda, residente em Santo Tirso há mais de 50 anos, advogado de profissão, foi fundador da concelhia do PSD nos anos 70, vereador na Câmara Municipal e é o mandatário da candidatura da coligação Valorizar + (PSD/CDS) nas próximas eleições autárquicas. É o histórico dos históricos do Partido Social Democrata em Santo Tirso.
Diário de Santo Tirso: Qual é o objetivo da coligação Valorizar + nas próximas eleições autárquicas que se realizam já no próximo dia 26 de setembro?
Gonçalves Afonso: O objetivo, naturalmente sendo uma coligação feita pelo segundo partido em Santo Tirso PPD/PSD com o CDS, é na verdade uma tentativa para ganhar as eleições. E ganhar as eleições não para ganhar as eleições mas realmente para procurar desenvolver mais, valorizar mais Santo Tirso Santo Tirso é uma terra encantadora, uma terra bonita, este parque, esta maravilha que nós temos, é uma terra que merece mais desenvolvimento, e se a compararmos com os concelhos limítrofes tem estado muito parada no tempo, muito parada no tempo. Não tem acompanhado o desenvolvimento que outros concelhos nos ultrapassaram, Famalicão, Maia e até agora Paços de Ferreira que também está em bom desenvolvimento. Quer isto dizer que alguma razão haverá para que isto não se desenvolva, nos valorize mais e qual será a razão? A razão naturalmente serão diversas mas naturalmente que o poder político, o poder autárquico tem muito interferência na animação e no desenvolvimento das terras e Santo Tirso como sabem está muito sedimentada há muitos anos, já há muitas dezenas de anos no Partido Socialista e portanto esta candidatura acho que tem todas as condições para entusiasmar os tirsenses para mudarem um pouco a agulha, deixem experimentar, deixem tentar outra alternativa e naturalmente a alternativa mais credível que se apresenta é a coligação Valorizar + constituída pelo PSD e pelo CDS. Deixa-me também agora aproveitar esta oportunidade de qualquer maneira para mandar um abraço em nome da candidatura uma vez sou o mandatário da candidatura Valorizar + , um abraço de grande estima e consideração para com todos aqueles, todas as candidaturas que se apresentam a este sufrágio porque é de todos o mais democrático, o poder autárquico é aquele que liga mais os eleitos e os eleitores onde os eleitores conhecem melhor os possíveis eleitos e é importante saudar todas as candidaturas pois a sua participação democrática desde o Partido Socialista até ao CHEGA e até mesmo a candidatura independente do Dr. Pinheiro Machado.
Diário de Santo Tirso: Carlos Alves é a aposta da coligação para concorrer com Alberto Costa nas urnas. Porque deverão os tirsenses votar em Carlos Alves e não em Alberto Costa? Quais são as características e qualidades que realça em Carlos Alves que Alberto Costa não terá, no seu entender?
Gonçalves Afonso: Eu tenho especial consideração para com o Alberto Costa, Tenho boa relação com o Dr. Alberto Costa, é uma pessoa extremamente simpática, afável no tratamento e não tenho qualquer crítica a título pessoal a fazer ao Dr. Alberto Costa. Mas o Dr. Alberto Corta não deixa de estar inserido numa teia, uma teia de um Partido Socialista que tão maus resultados tem dado ultimamente em Santo Tirso. E era bom que os tirsenses saíssem dessa teia. O Carlos Alves é uma pessoa relativamente nova na política, é um professor, relativamente, admito, relativamente desconhecido dos eleitores tirsenses, como o Alberto Costa também era há dois, ou há quatro, ou há cinco anos desde que foi para a câmara. Eu pessoalmente não conhecia o Alberto Costa, ouvia falar mas não o conhecia, só o conhecia através da câmara e normalmente conheço as pessoas de Santo Tirso. O Carlos Alves é uma pessoa relativamente desconhecida como dizia mas é uma pessoa que tem grandes qualidades humanas e de trabalho. Eu penso que eventualmente o Carlos Alves é uma novidade mas é uma novidade positiva e que merece realmente também levar atrás de si os tirsenses, entusiasma-los num projeto de valorizar mais Santo Tirso.
Diário de Santo Tirso: Na equipa que acompanha Carlos Alves, temos a Quitéria Roriz, o Ricardo Rossi, o Tiago Orlando e a Ana Rocha. Faço a mesma pergunta que fiz anteriormente mas relativamente a estes nomes. Porque deverão os tirsenses optar por esta equipa em detrimento da atual equipa que está em funções na Câmara Municipal, do Partido Socialista?
Gonçalves Afonso: A equipa do Alberto Costa é a repetição com algumas novidades na graduação dessa repetição. Não deixa de ser estranho como uma pessoa com as qualidades da vereadora Ana Maria passe para muito mais abaixo na lista e mesmo o José Pedro Machado, pessoas que têm mais passado uma câmara do que propriamente o Nuno Linhares e a Sílvia Tavares, não deixo de estranhar esse facto mas é uma questão interna do Partido Socialista. Em relação às pessoas em si, todas merecem um bom crédito, todas elas são pessoas com quem tenho tido sempre ao longo até por outras funções que desempenho na comunidade, o melhor relacionamento e quero destacar mesmo que para minha grande surpresa na atual equipa da campanha tem sido o Nuno Linhares que acho uma pessoa muito empenhada, muito trabalhadora, muito dedicada e que inclusive tem desenvolvido a câmara mas muito pelo Nuno Linhares um bom trabalho com o Rotary Club de Santo Tirso, na projeção dos caminhos de São Rosendo, um projeto ao qual eu estou extremamente ligado e tenho tido a melhor colaboração da Câmara Municipal. O problema é este, é uma equipa repetida, é uma equipa que faz parte de toda a teia socialista, é uma equipa que vem do tempo do Dr. Joaquim Couto e é uma equipe que não tem tido rasgo para efetivamente desenvolverem Santo Tirso. Isto precisa de um sobressalto, sendo uma mudança e penso que o Carlos Alves, a Quitéria e o Ricardo e centro-me fundamentalmente nestes três, o Carlos Alves como líder, a Quitéria como Presidente do PSD e o Ricardo como presidente do CDS, são pessoas, a Quitéria e o Ricardo são pessoas muito conhecidas em Santo Tirso. A Quitéria Roriz num ambiente da assistência social, é um quadro da ASAS, portanto conhece bem os problemas sociais de Santo Tirso, numa altura muito difícil, com esta história da COVID, eu acho que é um belíssimo elemento, para mim tem sido uma grande admiração a Quitéria, é uma pessoa de uma forte personalidade e quero aqui distinguir que realmente para mim a Quitéria como Presidente do PSD tem sido uma agradável surpresa e penso que é um elemento muito importante a integrar na lista do Carlos Alves. O Ricardo Rossi é uma figura conhecida em Santo Tirso, uma família extremamente conhecida de Santo Tirso, uma família que podemos dizer tradicional tirsense e também acho que merece bastante o apoio dos vizinhos porque é um jovem cheio de garra e de entusiasmo e poderá constituir também uma mais valia na Câmara Municipal de Santo Tirso.
Diário de Santo Tirso: Relativamente às freguesias, a coligação apresenta candidatos em 12 das 14 freguesias. Há 4 anos a coligação conquistou duas juntas de Freguesia, Agrela e de Monte Córdova. Na Agrela Paulo Bento atinge o limite de mandatos e Helena Pereira, que faz parte do seu executivo, vai a eleições como independente mas com o apoio do Partido Socialista. Em Monte Córdova é a própria eleita pela coligação há 4 anos que é agora apoiada pelo Partido Socialista. O que se passou para isto acontecer?
Gonçalves Afonso: O que se passa é precisamente isso que estou a dizer, é a teia socialista, é o poder. Eu até lamento muito sobre as pessoas que indicou e por quem tenho particular estima, a candidata da Agrela e a candidata a Monte Córdova mas a verdade isso só demonstra até onde vai a teia do Partido Socialista. As pessoas sentem-se muito mais cómodas apoiadas num Partido Socialista e então resolveram não concorrer na sigla do PPD/PSD, das quais as duas são militantes, julgo que ainda são militantes. Respeito a decisão, cada pessoa entende o melhor que acha que deve fazer para a sua vida e para a sua terra, não critico a decisão mas critico sim quem está por trás dessa decisão. E quem está a por trás dessa decisão são pessoas extremamente censuráveis, não vou referir nomes que montaram toda esta teia de colaboração com o Partido Socialista. Temos uma verdadeira teia em Santo Tirso e isso é a demonstração prática disso.
Diário de Santo Tirso: A coligação arrisca-se a não conquistar nenhuma Junta de Freguesia ou no seu entender há candidaturas fortes que podem vencer o poder instalado?
Gonçalves Afonso: Todos os nossos candidatos são fortes, alguns jovens com menos experiência do que seria desejável mas cheios de entusiasmo e cheios de garra. Eu acho que vamos ter grandes surpresas nestas eleições em muitas das nossas freguesias ou das uniões de freguesias.
Diário de Santo Tirso: Há 5 anos afirmou que era fã de Andreia Neto. A candidata da coligação em 2017 está agora fora das listas e segundo e aparentemente fora da vida partidária em Santo Tirso. Não teria lugar neste momento? Ou isso isso deixou de ser hipótese há muito tempo?
Gonçalves Afonso: Eu era fã da Andreia Neto e continuo fã da Andreia Neto, acho que é uma senhora com boas qualidades políticas, efetivamente, por razões da sua vida particular seguiu o seu coração e abandonou um pouco a política. Eu lamento porque a Andreia Neto é um grande valor político, é uma pessoa com muitas qualidades política, é uma pessoa com muita vontade de servir e muito entusiasmante pelo desenvolvimento de Santo Tirso. Mas penso que tem aqui um percurso pessoal que realmente ela optou por se desligar um pouco da política mas naturalmente que um dia ressurgirá. Isto sem embargo de lhe dizer que eu conhecia melhor a Andreia Neto e colaborei mais no projeto da Andreia Neto na sua fase inicial quando ela foi candidata a Presidente do PSD mas eu não quero dizer que o Carlos Alves não tenha também tantas ou mais qualidades que a Andreia Neto. Eu penso que o Carlos Alves tem uma grande qualidade que eu aprecio muito, a humildade e o trabalho.
Diário de Santo Tirso: Separando o último mandato autárquico em dois, como avalia a prestação do atual executivo, primeiro com Joaquim Couto e agora com Alberto Costa?
Gonçalves Afonso: Eu fui muito crítico e custou-me alguns dissabores do regresso do Joaquim Couto à Câmara Municipal de Santo Tirso. Como sabe Joaquim Couto é envolvido num processo relativamente nebuloso para mim observador, eu penso que ele perdeu as eleições ou ganhou as eleições, nem sei bem se perdeu ou se ganhou com a vereadora Ana Maria Ferreira que era a potencial sucessora do Castro Fernandes. Apareceu o Joaquim Couto e eu afirmei que o Joaquim Couto não vinha servir os tirsenses, vinha-se servir a ele próprio, isso está escrito numa entrevista anterior e não estou arrependido nada daquilo que disse. Não tem nada a ver isto com aspetos pessoais nem de relacionamento pessoal. Foi um grave erro o regresso de Joaquim Couto. A saída do Joaquim Couto é pela razões conhecemos também muito nebulosa e esperemos que seja devidamente clarificada, embora eu lhe diga que sinceramente eu estou convencido que no mandato de Joaquim Couto há coisas mais graves do que aquelas de que ele é acusado, do que aquelas que estão relacionadas com o processo teia. Acho que há coisas possivelmente mais graves. O atual presidente Alberto Costa é uma pessoa mais aberta, é uma pessoa que me parece a mim mais transparente, é uma pessoa merecedora para mim de maior simpatia de que o Dr. Couto, em termos políticos, não em termos pessoais. Há sempre que distinguir as questões pessoais das questões políticas porque em termos de quais sou amigo de todos. Politicamente tenho que dizer aquilo que efetivamente me parece. Eu acho que há uma melhoria com o Alberto Costa, é pelo menos mais novidade que o Dr. Couto, parece-me ser uma pessoa muito mais transparente embora agora também esteja muito preocupado com o problema que se passa com a INDAQUA. Eu penso que isto é muito grave e a comunicação social deveria intervir um pouco também nisto porque os cidadãos querem saber. O Alberto Costa anunciou a rescisão do contrato com a INDAQUA e anunciou a rescisão porquê? Quais as razões? Quais os fundamentos dessa decisão? Os contratos são para cumprir, estão mal negociados, deviam ter sido bem negociados, os contratos são para cumprir. Porque é que anunciou a rescisão? Talvez tenha anunciado a rescisão para provocar uma renegociação. E então isso seria positivo, entrou com força. E agora quais são os termos dessa nova negociação? Porque são grandes contratos, os contratos não é o fornecimento das lapiseiras, dos papéis e tal. Os grandes contratos em Santo Tirso são os resíduos, são as águas, enfim algumas grandes empreitadas mesmo de obras particulares que se fazem em Santo Tirso. Aí é que está o busílis da questão. Nós temos direito a saber porque razão é que anunciou a rescisão e quais são as coordenadas da atual negociação. E INDAQUA parece que já tem o acordo fechado com o Alberto Costa. Mas a população, os próprios deputados na Assembleia Municipal não sabem de nada. Eu como cidadão interrogo-me o que é que se passa? Tenho o direito de saber e peço que a comunicação social pergunte e questione o o atual Presidente da Câmara sobre esse assunto.
Diário de Santo Tirso: Como viu o que aconteceu em Santo Tirso há dois anos atrás, a detenção e renúncia do Dr. Couto? Santo Tirso foi notícia a nível nacional durante várias semanas e pelo que é do conhecimento público, nada mais se soube.
Gonçalves Afonso: O Joaquim Couto renunciou por uma questão processual. O seu advogado terá aconselhado a renunciar à câmara para o facto do não ir para a prisão, como aconteceu salvo erro com o Presidente da Câmara de Barcelos e por muito menos razões. Não conhece o processo nem estou interessada em conhecer. De qualquer sorte renunciou e foi uma bomba em Santo Tirso. Não sei o que se passa no processo, só sei que o Dr. Joaquim Couto, goodbye Santo Tirso, eu vou para outra e esta deixo de ficar aqui ao Alberto Costa. O Alberto Costa ficou numa situação de fragilidade, conseguiu efetivamente o apoio dos seus colegas de vereação e penso que também do Presidente da Assembleia Municipal, Rui Ribeiro, no sentido de se manter. Dizem-me que ele próprio também dizem, não sei se verdade ou mentira, o Alberto Costa devia esclarecer isso, devia esclarecer se é ou não é arguido num processo e se é arguido num processo o que que está imputado ou indiciado ou se é já acusado. Não faço ideia, ouço falar que também é arguido num processo e que também, qualquer um de nós pode ser arguido num processo, agora uma pessoa sujeita a um sufrágio tem que ser claro nisto, eu estou arguido nesse processo por isso, por isto e por isto, eu fiz isto ou não fiz isto. Tenho essa obrigação. Isso é uma exigência que qualquer eleitor devia fazer. Alberto Costa és arguido num processo? Sim ou não? Então se sim o que é que se passa? Nós que vamos votar em ti queremos saber e exigimos saber, o Alberto Costa deve claramente explicar isso à população. Outros quando são arguidos num processo até por razões menores se afastam até da vida pública até que o problema esteja resolvido. Eu não quero isso mas exijo que o Alberto Costa diga se é ou não é arguido num processo e seo processo é porquê e porque não é. Eu exijo saber e como toda a população que vai votar nele. Acho que a comunicação aqui também devia ser muito contundente e exigir-lhe essa clarificação ao Alberto Costa porque eu espero que não haja mais do mesmo. Espero que não haja mais do mesmo. Mas o que apelo aos tirsenses e a quem nos ouvir e escutar é isto, deem uma oportunidade a outros. A democracia só tem valor pelo nosso voto e nestas eleições em que estamos muito mais próximos uns dos outros deem oportunidade ao PSD e ao CDS de mostrarem aquilo que podem ou não podem para valorizar mais Santo Tirso.
Diário de Santo Tirso: Quitéria Roriz, a atual Presidente do Partido Social Democrata de Santo Tirso afirmou que Santo Tirso vive uma ditadura socialista do século 21. Concorda com esta afirmação? O que quis transmitir a Presidente do PSD?
Gonçalves Afonso: Em democracia não há ditaduras, em democracia há a vontade do povo. O facto é que o Partido Socialista ganhou as eleições com o voto. Agora uma vez no poder há a teia do poder e essa teia do poder muito prolongada efetivamente transforma ou adultera o regime democrático porque o regime democrático é na sua essência a possibilidade de alternativa, a possibilidade das pessoas mudarem. Enquanto esta teia do poder se vai entrosando ao longo do tempo torna-se muito difícil de derrotar porque há muitos pequenos interesses em volta desta mesma teia e isto transforma aquilo que antigamente a gente dizia a mexicanização do regime porque o México foi democraticamente uma ditadura durante muito tempo e aqui em Santo Tirso também estamos democraticamente uma ditadura já por muitos e muitas dezenas e dezenas de anos.
Diário de Santo Tirso: Pela primeira vez na história de Santo Tirso temos seis listas a concorrer à Câmara Municipal? Pela sua longa experiência, o facto de serem muitos os candidatos altera alguma coisa? Ou vai ficar tudo mais ou menos na mesma?
Gonçalves Afonso: Eu vou-lhe dizer sem papas na língua. Vamos começar por partes, a candidatura do Henrique Pinheiro Machado não faz sentido, o Dr. Henrique Pinheiro Machado que é uma pessoa mais ou menos a minha idade e nós temos que ter a noção e o respeito pela nossa idade e o nosso tempo tem o seu tempo e portanto não faz sentido nenhum e penso que é uma candidatura que se vai arrastar para não ter grande expressão eleitoral. A candidatura da CDU é mais ou menos a mesma coisa também não vai ter grande expressão. Há aqui duas candidaturas novas que admito que possam trazer alguma novidade. Vejo com simpatia a candidatura do Bloco de Esquerda, vou acompanhando até mesmo das vossas notícias que vou lendo ou vendo no telemóvel e acho que a candidata tem garra, parece ser uma pessoa com alguma preparação, não a conheço pessoalmente mas tenho a sensação e o feeling político que vai ter um bom resultado. Já para mim será mais uma incógnita o é que se vai passar no CHEGA. É evidente que a candidata do Bloco de Esquerda vai interferir efetivamente na área socialista porque o Bloco de Esquerda no fundo defende o socialismo, o socialismo talvez mais aprofundado do que o socialismo dos socialistas mas de qualquer maneira defende o socialismo e portanto vão andar no mesmo espaço político, a disputar o eleitorado e pode retirar alguns votos ao Partido Socialista. Por sua vez o CHEGA na área mais liberal, mais da iniciativa individual, mais mais apostada na criatividade da pessoa, menos estadista porque eu não distingo esquerda e direita, eu distingo partidos estadistas de partidos personalistas e não considero o CHEGA, embora seja um bocado complexo esta leitura, mesmo para mim é complexa, mas considero o CHEGA para já um partido personalistas, penso que não seja um partido estadista e a Joana provavelmente também vai tirar alguns votos que seriam tradicionalmente do CDS e portanto vai afetar a coligação. De qualquer sorte penso que vai ser mais nefasto para o Partido Socialista pela qualidade da pessoa em causa, a candidata Ana Isabel Silva, uma figura simpática, penso que isso também ajuda na política, parece me ser uma pessoa competente. Acho que vai tirar mais votos ao Partido Socialista do que propriamente o CHEGA vai tirar à coligação valorizar +. Mas de qualquer maneira até ao lavar dos cestos é vindima.
Diário de Santo Tirso: No seu entender quais são para si os pontos fortes e os pontos fracos de Santo Tirso?
Gonçalves Afonso: Eu costumo dizer que Santo Tirso é a terra mais linda de Portugal para mim e quase do mundo. Nós estamos aqui neste espaço às vezes pouco valorizado mesmo a própria casa de chá já podia estar muito mais valorizada. Estamos aqui neste espaço, é uma coisa soberba que eu tenho aqui que o escritório imediações vou usufruindo. Temos todo este verdejante, monte da Assunção, o Mosteiro de São Bento, o grande momento de Santo Tirso tem que ser e pode ser o turismo. Santo Tirso tem qualidades para ter um turismo mais desenvolvido e mais qualificado, tem empresários extremamente dinâmicos e espero bem que a nossa indústria seja mais acautelada pelo poder local nomeadamente uma indústria que está a ser fortemente atacada que é a dos plásticos e que hoje emprega muita gente em Santo Tirso e cujo ministro João Matos Fernandes, estranhamente anunciado como mandatário da candidatura do Alberto Costa, ele mandatário nem podia ser mas vocês sabem foi anunciado o ministro do Ambiente como mandatário da candidatura. Mandatário não pode ser porque não é eleitor nesta autarquia mas poderá ser o mandatário político. Tiveram um erro e depois para corrigir o erro agarraram no Nuno Linhares que é pau para toda a obra, anda cá para tapar este buraco. Mas veja bem o ridículo disto, se algum ministro tem prejudicado Santo Tirso, é o Ministro do Ambiente pela campanha absolutamente própria de um talibã, da perseguição que está a fazer aos plásticos. O ministro o ambiente e o talibã contra os plásticos. Não faz sentido nenhum sentido nenhum. Ainda por cima é fanfarrão e vaidoso. Deus o mantenha no governo, a ele e ao Cabrita porque mantendo-se no governo é só ajuda ou poderá ajudar uma oposição relativamente frágil. Deus os mantenha, portanto não quero que eles saiam do governo mas realmente é de uma insensibilidade política ir escolher para mandatário político o ministro que mais tem atacado a indústria em Santo Tirso que é o senhor Matos Fernandes. Aliás conheci o pai dele, um grande juiz e uma pessoa muito estimável, o pai dele mas ele é realmente um talibã, pior do que a Agência Portuguesa do Ambiente. Os pontos fracos de Santo Tirso vamos lá ver, eu penso que a câmara deveria se envolver mais com as associações e com os tirsenses, aliás era o aprofundamento da democracia, mais envolvimento, mais participação, melhor esclarecimento. Veja aqui que disse da INDAQUA, nós não sabemos o que se passa e temos direito a saber, não é favor nenhum. Exigimos saber portanto nós temos, a população de SantoTirso tem que ser mais exigente, mais participativa mas para isso é preciso que a câmara estimule isso e não se fez. Repare bem agora parece que o slogan que agora corre no Partido Socialista é este, dialogar para crescer. O da Andreia Neto foi ouvir para decidir. Agora em campanha? Então não tiveram quatro anos para dialogar? Que diálogo é que a câmara teve? Um diálogo frouxinho com a Assembleia Municipal, frouxinho mas com os cidadãos absolutamente muito pouco, muito pouco diálogo com os cidadãos e portanto tem que haver muito maior envolvimento e eu penso que aqui a câmara pode fazer o tom, envolver mais as pessoas. Eu sou de gente, durante muitos anos, do Futebol Clube Tirsense, o clube tem um problema, o campo de futebol. O nosso campo futebol, eu disse ao Dr. Joaquim Couto se ele quer ficar na história, numa reunião que estava presente, eu como presente da assembleia geral, o presidente da direção e o presidente do conselho fiscal. E dei-lhe a solução, para ter um brilharete em Santo Tirso. Pegou na solução? Não, porquê? Porque não têm rasgo, não têm génio, não são capazes de dar a volta às coisas. Há tanta coisa boa que se podia fazer em Santo Tirso, tanta coisa boa a começar pelo desporto e neste caso concreto do campo de futebol do Tirsense. Uma questão que se via eu e dois ou três advogados a estudar o assunto resolvíamos isto em meia dúzia de minutos e num dia ou dois dias tínhamos a solução. Falta o golpe de asa, isto é preciso mudar, estão acomodados, estão muito sentados, é preciso mais energia, mais vida, é preciso valorizar mais Santo Tirso.
Diário de Santo Tirso: Que mensagem gostaria de deixar a todos os habitantes do concelho de Santo Tirso?
Gonçalves Afonso: A mensagem que queria deixar aos tirsenses é a seguinte, o poder democrático, a democracia em termos das pessoas é o direito e o dever de votar. Muita gente lutou, muita gente morreu, muita gente se sacrificou para que cada pessoa tivesse um voto para decidir e por respeito a todo esse passado histórico de muita gente que lutou pelo direito de participação cívica na votação nas eleições, as pessoas devem votar. Devem votar em quem entender mas o que eu peço aos tirsenses é, participem, sejam isentos mas cumpram o vosso dever. No dia 26 de setembro vão votar, votem no Pinheiro Machado, votem Ana Isabel, votem no Carlos Alves, votem em quem entender mas votem e é isso que eu apelo aos tirsense.
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