Entrevista a Ricardo Rossi, líder do CDS-PP em Santo Tirso
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Entrevista a Ricardo Rossi, líder do CDS-PP em Santo Tirso

Imagem: Diário de Santo Tirso

Ricardo Rossi, 40 anos, natural de Santo Tirso, estudou Gestão no ISMAI (Instituto Superior da Maia), é presidente da Comissão Politica do CDS-PP de Santo Tirso desde 2010 e também Vogal da Comissão Politica Nacional do CDS PP, tendo sido anteriormente Presidente da Juventude Popular de Santo Tirso entre 1998 e 2002. Foi ainda membro e Presidente da comissão administrativa do Futebol Clube Tirsense.

O Diário de Santo Tirso entrevistou o líder do Partido Popular de Santo Tirso para conhecer um pouco melhor a posição e aspiração do partido em Santo Tirso e também para conhecer a sua opinião sobre a situação geral que vivemos quer em Santo Tirso quer no país.

Diário de Santo Tirso: Falta menos de um ano para as eleições autárquicas. O CDS-PP vai coligar-se novamente com o PSD, tal como em 2017?

Ricardo Rossi: Por respeito institucional e democrático, antes de qualquer decisão por parte da concelhia do CDS, iremos conversar com o nosso parceiro de coligação, e averiguar se os objetivos e os interesses para o concelho são comuns e principalmente se uma nova coligação é benéfica para o concelho.

 

DSTS: Quem vai ser o candidato pelo partido à Câmara Municipal?

Ricardo Rossi: Como referi, na eventualidade de existir uma nova coligação, terá de ser um candidato que pense, sinta e viva o concelho. Com ambição, coragem e determinação em prol de todos os tirsenses.

 

DSTS: Quais são os objetivos do CDS-PP para as próximas eleições?

Ricardo Rossi: Temos como objetivo claro numa candidatura sem coligação, retirar a maioria absoluta ao PS, com a eleição de um vereador, aliado a uma boa representação nas freguesias, com mandatos nas assembleias de freguesias.

 

DSTS: Como avalia o desempenho do atual executivo socialista dos últimos 3 anos, primeiro com Joaquim Couto e agora nos últimos 18 meses com Alberto Costa?

Ricardo Rossi: É uma governação que nada nos trouxe de novo. São 40 anos a pensar no presente e não numa visão de futuro, com uma gestão virada para o voto e não numa perspetiva de desenvolvimento económico, social e cultural, que o nosso Concelho necessita urgentemente. Com Alberto Costa, penso que não foi alterada a linha iniciada por Joaquim couto, e apostou numa continuação.

 

DSTS: Quais são os principais problemas de Santo Tirso e quais são os seus pontos fortes?

Ricardo Rossi: Santo Tirso está carente em 3 eixos.

1- Económico, temos pouco tecido empresarial para o potencial geográfico e climático que possuímos. Nos anos 80, eramos uma referência na área industrial com o têxtil, e não conseguimos suprir as perdas com as falências. Para combater essa crise e estagnação, temos de vender o nosso produto, o nosso Concelho. Através de incentivos fiscais, simplicidade burocrática a nível das licenças, disponibilidade de cooperação para a captação de novas indústrias, porque estamos rodeados por excelentes vias de comunicação, com o porto de leixões e o aeroporto aqui ao lado, com o Porto, Braga a 20 minutos. Só criando emprego se gera riqueza e qualidade de vida.

2- Juventude e Desporto, a cada ano que passa, os nossos jovens abandonam o nosso concelho para procurarem emprego e habitação. Emprego, devido à escassez da oferta, habitação por ser inexistente e a que existe é muito cara, quer seja a compra ou o arrendamento.

A nível desportivo, acho que há uma fraca aposta, quer em instalações, quer nas ajudas às diversas associações e coletividades do concelho. Fomentar o desporto, é potenciar o desenvolvimento e crescimento dos nossos jovens, com a aprendizagem do conceito de partilha, socialização, grupo, superação, que hoje em dia, conceitos fundamentais para combater as novas tecnologias que virtualmente conduzem a conceitos que na vida real, não existem.

3- Podia citar outros pontos, como a cultura, a rede de saneamento, a tarifa da água e lixo, o abandono do Mercado Municipal, alias, relembrado pela Juventude Popular de Santo Tirso, mas olho para o comércio tradicional (lojas, cafés, bares, restaurantes), com grande preocupação devido à crise provocada pela pandemia. Se a autarquia não fizer os impossíveis para proteger e ajudar os comerciantes, corremos o risco de muito comercio encerrar no próximo ano. É imperativo transferir esforços para este sector da nossa sociedade, com ajudas económicas que garantam a sua sobrevivência.

Pontos forte, é sem dúvida a nossa beleza natural, a nossa doçaria e gastronomia e principalmente a nossa hospitalidade.

 

DSTS: Qual a sua ambição para o concelho e para a cidade?

Ricardo Rossi: Sermos competitivos a nível empresarial, social e desportivo. Recuperar o tempo perdido para outros concelhos.

 

DSTS: Tem havido desinteresse das pessoas relativamente a Santo Tirso?

Ricardo Rossi: Penso que sim, devido à estagnação de crescimento que teve, com a escassez de serviços e atrações para a sua população.

 

DSTS: Em Maio do ano passado Santo Tirso foi abalado pela detenção do presidente da Câmara Joaquim Couto na sequência da Operação Teia. Deveriam ter sido convocadas eleições, como defendeu na altura?

Ricardo Rossi: Sim. Se Joaquim Couto renunciou por ser arguido, o seu sucessor também era arguido noutro processo, não era lógico assumir. Temos de ser coerentes na politica.

Imagem: Diário de Santo Tirso

DSTS: O comércio local está a atravessar tempos de emergência e de desespero. O governo tem feito um bom trabalho para apoiar as pequenas e médias empresas?

Ricardo Rossi: O governo não tem a noção da realidade das micro empresas e empresas do comércio local. Aprovam ajudas e depois reajustam. A maioria das ajudas, não chegam às empresas, por burocracia, por isto ou aquilo, por papel, por carimbo, etc… Exemplo disso, o layoff para sócios gerentes que foi vergonhoso. Depois  os governantes queixam-se que existe abstenção nas eleições e não percebem. Quando o contribuinte precisa da ajuda do estado, ele dá umas migalhas para disfarçar a necessidade e o povo responde em urnas.

 

DSTS: A pandemia chegou a Portugal há sensivelmente 10 meses. Os portugueses continuam a ser massacrados com medidas avulsas por parte do governo e autoridades de saúde. A comunicação e a mensagem passada aos portugueses são também um problema evidente. Não deveria haver um plano e uma estratégia mais abrangentes conjugando a saúde com a economia ao invés da preocupação principal ser a de fechar as pessoas em casa?

Ricardo Rossi: Sim. Não adianta proibir a circulação a partir de uma determinada hora, e antes estarem aglomerados de pessoas, como se passa nas grandes superfícies. Uma concentração inacreditável de pessoas. Pergunto à DGS e ao governo, o vírus só infecta de tarde e não de manha? Já imaginaram o que estão a passar os restaurantes, cafés, bares, discotecas, comerciantes, que tem famílias para sustentar e compromissos assumidos? Tem de haver equilíbrio, ou ajudas reais!

Tem que haver o equilíbrio entre o risco transmissão e a sobrevivência das pessoas e da economia. Senão morreremos da cura e não da doença.

 

DSTS: Relativamente á Câmara Municipal de Santo Tirso, na sua opinião, as medidas que o executivo tem anunciado são adequadas?

Ricardo Rossi: Dentro do esperado, dentro das suas responsabilidades. A câmara tem de ser o suporte de ajuda de quem precisa e tem dificuldades. Essa ajuda é fundamental e obrigatória.

 

DSTS: Que mensagem gostaria de deixar a todas as pessoas de Santo Tirso?

Ricardo Rossi: Que acreditem na nossa Terra, tenham orgulho de ser Tirsenses, e que está a chegar a hora de encerrar uma história com 40 anos, e escrever uma nova com outros sonhos e novos atores.

Imagem: Diário de Santo Tirso
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