Entrevista a Quim Machado, ex-Jogador e Treinador de Futebol
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Entrevista a Quim Machado, ex-Jogador e Treinador de Futebol

Imagem: Diário de Santo Tirso

Joaquim Machado Gonçalves, mais conhecido no mundo do futebol por Quim Machado, tem 54 anos, é natural de Santo Tirso e tem uma carreira no futebol com cerca de 40 anos.

Como jogador representou o FC Porto enquanto juvenil, o Tirsense ainda em idade de júnior e até 1989 esteve na equipa sénior do clube de Santo Tirso. Foi transferido para o Sporting de Braga onde jogou durante duas temporadas, em seguida jogou no rival, no Vitória de Guimarães também duas temporadas, seguindo-se o Estrela da Amadora, o Chaves, o Varzim, o Campomaiorense, o Maia voltando ao concelho de Santo Tirso para jogar no Desportivo das Aves em 99/2000 e no ano seguinte novamente no Tirsense. Ainda houve tempo para uma experiência no estrangeiro no Luxemburgo onde jogou durante duas temporadas no Dudelange.

Como treinador iniciou a sua carreira em 2004 na Oliveirense e comandou depois a equipa do Tirsense de 2006 a 2010 com uma subida de divisão. Seguiu-se o Feirense, o Chaves, o Lechia Gdansk da Polónia, o Tondela, o Vitória de Setúbal, o Santa Clara, o Belenenses, o Al Batin da Arábia Saudita, a Académica, o Arouca e na época passada orientou o Vilafranquense da segunda divisão.

Diário de Santo Tirso: Começamos pela pergunta que toda a gente em Santo Tirso gostaria de fazer. Tem intenções de voltar a ser o treinador do Tirsense um dia?

Quim Machado:É uma boa pergunta e naturalmente que é o clube da minha terra, posso dizer que tive a felicidade de enquanto jogador subir à Primeira Liga naquela altura, salvo erro 87/88, agora não consigo precisar, 88/89 talvez. E depois também como treinador conseguimos a subida de divisão na altura Tirsense também já estava há alguns anos na terceira e conseguimos subir ao Campeonato de Portugal e naturalmente que está no meu pensamento regressar ao Tirsense, ajudar o clube da minha terra. Sempre o disse e sempre o demonstrei, vai chegar o dia para eu continuar a ajudar, aquilo que já fiz e que no futuro tenho a certeza que também vou conseguir.

Diário de Santo Tirso: Esteve quatro anos a treinar o Tirsense. O que mais recorda desses tempos?

Quim Machado:Lembro-me nessa altura que logo no primeiro ano nós acabamos por subir ao Campeonato de Portugal, foi um ano fantástico. Ainda existia público nas bancadas, tivemos o estádio cheio na última jornada que deu o acesso ao Campeonato de Portugal. Recordo me desse ano que foi fantástico e recordo-me também nos três anos seguintes em que de facto nós estivemos muito próximos de atingir a 2ª Liga que seria naturalmente um feito histórico e seria muito bom para a cidade, para todas as pessoas porque eu acho que em Santo Tirso as pessoas gostam do futebol, se calhar nesta altura estão um bocadinho saturadas na divisão em que o Tirsense se encontra mas lembro-me que foram anos muito bons e principalmente no segundo ano em que estivemos mesmo muito próximos de atingir a 2ª Liga havia ali um envolvimento muito grande de toda a gente, da cidade e eu acho que foram anos bons mas ficou naturalmente marcado pela subida de divisão e pelas pessoas que conviveram comigo. Acho que nos quatro anos em geral foram todos eles positivos.

Diário de Santo Tirso: Algum jogador em particular que gostasse de destacar desses tempos? O Marco Louçano por exemplo?

Quim Machado: Sim, o Marco era o nosso grande capitão, o Marco era o líder, além do Marco que nós tínhamos o Hugo Cruz, um jogador importante também a nível do balneário, tínhamos o Serginho o Fonseca que acabaram por seguir a carreira comigo para ir para divisões superiores, segunda liga, o Fonseca acabou por atingir até um nível alto a jogar no estrangeiro. Foi uma altura que nós tínhamos bons jogadores e tínhamos referências que eu acho que é importante em todos os clubes e aqui o Tirsense como nós sabemos que é um clube histórico e nós tínhamos esses jogadores como o caso do Marco Louçano, o Hugo Cruz, o Serginho, eram jogadores com raça e queriam demonstração. Depois também tivemos o próprio Correia um jovem da formação. Eram jogadores que são importantes em todos os clubes e naquele ano eles tiveram um papel fundamental e estavam-me aqui a esquecer do Zé Manel que toda a gente conhece aqui em Santo Tirso que era um central que não virava a cara à luta, o Paulo Sampaio também nós tínhamos ali um grupo muito forte e um grupo de querer e ficou demonstrado nesses quatro anos que eles além de serem bons jogadores eles queriam. E isso é fundamental.

Imagem: Diário de Santo Tirso

Diário de Santo Tirso: Faço a mesma pergunta relativamente ao período enquanto jogador durante toda a carreira. Jogou por exemplo com o Vermelhinho no Braga, com o Carlos Carvalhal, Barroso, Forbs, com o Rui Manuel, João Mário e Moreira de Sá que também representaram o Tirsense, com o Pedro Barbosa, Paulo Bento, Ndinga, Nuno Espírito Santo, Dimas, Zahovic, Fernando Mendes, Calado, Chainho, jogou com muitos craques. Gostaria de destacar algum colega?

Quim Machado:Todos esses nomes que agora me foi recordando destaco aqui o Paulo Bento e o Pedro Barbosa que eu tenho naturalmente ainda uma ligação com eles. O Pedro Barbosa. recordo-me, fazíamos a viagem juntos de Santo Tirso para Guimarães porque ele é de Rio Tinto então fazíamos o ponto de encontro aqui e criamos aqui uma amizade muito grande mas todos esses que mencionou ainda hoje nós somos amigos a distância às vezes implica estarmos num convívio ou noutro mas recordo-me perfeitamente de todos eles. Lembro-me também do Vermelhinho que tenho de destacar, era um grande homem, aprendi muito com ele, eu estava na altura no início da minha carreira também, foi o meu primeiro clube na Primeira Liga, era importante com esses jogadores com mais experiência, o Vermelhinho foi destacar, tenho um Radi também que jogou comigo nessa altura no Braga, búlgaro que tinha ido ao Mundial de 86, era um grande homem, como pessoa era excelente. Todos esses todos esses que mencionou. Falta o Brassard que era na altura depois foi e foi o treinador dos guarda redes da seleção nacional com o Scolari. Todos eles mantêm uma ligação. Agora o Pedro e o Paulo Bento nós tínhamos uma grande uma ligação diferente também, equipavamo-nos lado a lado convivíamos mais mas todos eles, deixei amigos em todo lado, convivo com eles todos, todos eles para mim foram importantes na altura quando eu comecei em termos de idade era importante termos esses jogadores já com alguma experiência para nos transmitir algo ou indicar-nos o caminho que era necessário. E depois também eu já depois por todos esses clubes que eu passei sendo eu depois o mais velho transmitindo esses valores a outros jovens jogadores que não mencionou aí mas que há como o Marco Almeida tinha jogado no Sporting que apanhei depois no Campomaiorense, o Rogério Matias que atualmente é comentador na Benfica TV, todos eles depois fui eu transmitindo aquilo que me ensinaram quando eu era jovem. Joguei com grandes jogadores, tive o privilégio de jogar com grandes jogadores, em grandes clubes como Sporting Braga, o Vitória Guimarães, o próprio Campomaiorense onde as pessoas eram excelentes. O Nabeiro que é uma pessoa fantástica que toma conta praticamente de Campo Maior e dá vida aquela gente toda. Foi uma carreira em que eu encontrei ali gente muito boa gente e que após estes anos todos ainda mantenho ligação com eles e que é bom recordar.

Diário de Santo Tirso: Depois de 20 anos a jogar futebol tem já uma carreira longa também como treinador. Qual seria o próximo desafio que gostaria de ter? Treinar uma equipa com ambições europeias em Portugal? Treinar de novo no estrangeiro?

Quim Machado: Nós treinadores de futebol naturalmente queremos sempre o melhor, o melhor se calhar é treinar o Porto, o Benfica e Sporting não conseguindo se calhar treinar uma equipa que luta para a Liga Europa. Não conseguindo isso naturalmente temos que pegar num clube onde nós possamos fazer um bom trabalho. Agora estamos abertos a qualquer tipo de projeto. Naturalmente que sim, nós queremos queremos sempre mais e melhor nesta altura se aparecer um clube que lute pelas competições europeias seria excelente. Embora tenho de lhe dizer que a minha experiência ao longo desta vida, andei muito pelo estrangeiro e isso eu acho que foi uma experiência incrível, eu estive na Arábia Saudita onde me fica marcado, é uma cultura totalmente diferente. Estive em três continentes diferentes e gosto porque eu gosto conhecer gente nova e gosto de conhecer a cultura deles e isso permite-nos também crescer em termos em termos pessoais. São experiências de vida que ficam até ao fim. Mas sim poderá haver um projeto para o estrangeiro. Não digo que não.

Diário de Santo Tirso: Quais os jogadores que mais prazer teve em treinar?

Quim Machado: Tive vários e nesse aspeto também tive alguma sorte que apanhei sempre grandes profissionais. Mas há aqui há um miúdo que eu tenho que destacar que é o André Horta que joga atualmente no Braga. Um miúdo fantástico, um miúdo que era júnior e no primeiro ano de sénior eu estava a treinar o Vitória de Setúbal e chamei-o -à equipa principal, comecei a falar com ele e vi que existia logo ali uma grande personalidade, um indivíduo com uma classe enorme e ele foi mantendo depois, brincando comigo, foi mantendo uma ligação com ele porque fui-lhe dizendo aquilo que ele tinha que fazer com a humildade dele foi aceitando e evoluiu muito e chegou ao Benfica naquela altura. Mas tenho também o Palhinha que ainda hoje manda mensagem a agradecer aquele período em que esteve comigo no Belenenses, onde também nós temos um trabalho importante que é corrigir o jogador, tentar anular os defeitos que eles têm para eles conseguirem atingir um nível alto, fico contente também porque neste momento o Palhinha ter atingido a seleção nacional. Tive o Rafa que está no Benfica e que também subiu a sénior no Feirense onde depois também fizemos um trabalho com ele e ele acaba por ir para o Braga e para o Benfica, é um excelente jogador. O Ruben Semedo que foi falado, daqueles escândalos todos, mas é um miúdo que eu apanhei no Vitória de Setúbal, veio emprestado do Sporting e que em janeiro o Jesus foi busca-lo para o Sporting porque ele fez ali meio ano comigo fantástico, é um profissional que se calhar as pessoas não têm essa ideia mas de facto é um miúdo com querer, vontade, raça, que às vezes não se entende o que está por trás, daquilo que se passa nas famílias, dos amigos que o rodeiam, mas em termos profissionais foi fantástico e tive muitos mas esses miúdos tenho que os destacar pela humildade que às vezes as pessoas pensam que eles não têm mas eles querem muito. Portanto é sempre um trabalho em que nós tentamos como todos eles atinge um patamar diferente, chegar aos grandes clubes e depois naturalmente a seleção. Quando tive alguns que os fiz crescer, mas acho que esse aí tenho que os destacar.

Imagem: Diário de Santo Tirso

Diário de Santo Tirso: A época passada assumiu o comando do Vilafranquense. A pré-época correu bem mas ao fim de 8 jogos a SAD rescindiu o contrato. O que leva uma administração a rescindir o contrato com um treinador com provas dadas ao fim de apenas 8 jogos no futebol?

Quim Machado: É uma situação em que eu queria destacar aqui o dono do clube, o Rubens, está no Brasil, é um brasileiro, um senhor corretíssimo, é uma jóia de homem, um homem de sucesso, de negócios, de sucesso mesmo. Não estando cá e com a pandemia delega noutras pessoas e que às vezes não se consegue transmitir. Uma coisa é estarmos presentes e dar e dar ordens, outra coisa é a distância. Isso no futebol nem sempre é o melhor caminho. Agora naturalmente que o Vilafranquense cometeu ali alguns erros como vários clubes mas também não queria falar muito porque eu fui bem tratado. São opções que as pessoas às vezes tomam umas vezes acertam outras vezes não. Mas queria destacar aqui o Rubens que é o dono do clube que é uma pessoa fantástica.

Diário de Santo Tirso: Como se define enquanto treinador? Como é o seu estilo de jogo preferido e as dinâmicas que gosta de implementar na equipa?

Quim Machado: Eu acho que sou um treinador de ataquem, sou treinador ofensivo, sempre procurei a vitória eu digo sempre aos meus jogadores que não é quando se está a perder que se nos vamos lançar para a frente, eu acho que é quando está zero a zero que vamos tentar chegar primeiro ao golo. As estatísticas no futebol também dizem que normalmente quem faz um golo ganha os jogos porque no futebol é muito difícil ganhar jogos, é muito difícil, é preciso trabalhar muito e hoje em dia as equipas conhecem-se, há um conhecimento profundo de todas elas e eu acho que é importante ter o fator surpresa. E eu acho que sou um treinador ofensivo gosto das equipas que arriscam, gosto de jogadores atrevidos, sempre o considerei e sempre tive bons resultados. Quando temos resultados também acho que o trabalho está a ser bem feito.

Diário de Santo Tirso: Já agora, faço novamente a mesma pergunta mas enquanto jogador. Como era o seu estilo de jogo?

Quim Machado: Como jogador eu comecei como médio e depois fiz alguns jogos a lateral, portanto andei sempre ali a saltar de lateral para médio. Gostava mais jogar a médio mas acabei por fazer mais jogos a lateral porque os treinadores achavam que era ali onde eu rendia mais. Fez-me também crescer em termos de visão de jogo jogando no meio campo e jogando na lateral, para treinador, para eu ter esse conhecimento a minha experiência no lado defensivo e no meio campo onde normalmente se pensa o jogo, onde se decide o jogo, portanto acabei por ter também alguma vantagem, depois como treinador. Agora como jogador era aquilo que eu posso dizer que não era um grande jogador, era um jogador muito regular, fiz muitos jogos, era quase sempre titular em todas as equipas, porque nós treinadores também precisamos de jogadores assim que sejam regulares não só dos Ronaldos, naturalmente que nós nós queremos ter esses jogadores na equipa mas precisamos de jogadores que mantenham um nível regular durante toda a época. E nesse aspeto permitiu-me também, agora um jogador com raça querer ganhar e isso esteve sempre presente e fez de mim um jogador regular.

Imagem: Diário de Santo Tirso

Diário de Santo Tirso: Quando jogava no Vitória de Guimarães ainda chegou a coincidir no uma época com Quim Berto, anterior treinador do Tirsense, em 92-93. Acompanhou o clube de Santo Tirso na última época? Curiosamente Quim Berto também era defesa direito quando jogava.

Quim Machado: O Quim Berto eu lembro-me, ele aparece depois também, um miúdo com valor e com talento. Recordo-me que depois eu era lateral, ele podia fazer as duas posições, lateral direito e lateral esquerdo, eu joguei algumas vezes a lateral direito, passava para o meio campo, se calhar jogava ele na direita. Recordo-me perfeitamente dele como jogador, era de facto muito bom jogador. Como treinador confesso que não acompanhei muito a carreira dele antes de chegar ao Tirsense embora sei os clubes onde ele passou mas não o trabalho em si, o dia a dia não posso falar muito. Aqui e por aquilo que fui ouvindo ele foi sempre dizendo que era difícil os jogadores que transitaram da distrital para este Campeonato de Portugal foram os mesmos. Acredito que tenha sido uma época difícil mas no fundo os objetivos foram cumpridos e penso que o Tirsense se calhar podia ter atingido os cinco primeiros porque eu acho que no Tirsense tem que existir essa essa essa raça e essa mística, o querer. Eu lembro.me quando estava cá, era num terreno difícil, sempre com temporais, o relvado nem sempre nas melhores condições e nós conseguimos ganhar os jogos. Eu acho que o Tirsense tem que voltar novamente a ter essa raça, o querer porque o Tirsense tem que ser assim, tem que ganhar os jogos. Em relação ao Quim Berto eu acho que ele depois no fundo, analisando o objetivo, não sei se foi totalmente conseguido porque não sei se era se era passar pelo menos aos cinco primeiros mas não descendo eu acho que o trabalho acabou por ser aceitável.

Diário de Santo Tirso: O futebol está muito diferente agora comparando com o tempo em que era jogador. Quais são as principais diferenças no seu entender? O Mourinho fala muitas vezes no aspeto das redes sociais e do jogador dar muita importância à imagem.

Quim Machado: É verdade, posso comparar dos meus tempos é totalmente diferente. O jogador agora está muito mais protegido, o jogador tem uma visibilidade diferente, tem todos os meios para conseguir render. O lado negativo é de facto as redes sociais em que a preocupação maior é tirar a foto de um ângulo perfeito, é ter seguidores. E naquela altura era o grupo, era no balneário, era conversarmos era fazer aquelas palhaçadas dos amigos, era a brincadeira, era mandaram encharcado. Neste momento isso não existe nos balneários e eu noto isso como treinador também e é uma grande dificuldade para o treinador porque os resultados conseguem-se com uma grande reunião do grupo, sendo forte e a união consegue-se com jantares, com variadíssimas coisas que se pode fazer que se pode unir o grupo mas que os jogadores hoje em dia não está virado para isso, está virado para as redes sociais, está virado e é aquilo que eu digo, é grandes fotos, é os ângulos e eu acho que aqui também as namoradas e eu tive jogadores jovens com 20, 21 anos que muitas namoradas já não trabalham. Perguntamos qual é a profissão e dizem “sou mulher de jogador” e isso não faz evoluir como jogador porque ao lado é preciso sempre alguém que nos puxe por nós e que diga que o caminho não é esse. E eu noto que é mais importante manter as fotos no Instagram do que propriamente trabalhar ou fazer algo mas é a sociedade onde nós vivemos e temos que nos adaptar, não sei se somos nós estamos errados, temos que nos adaptar e o tempo vai dizer se eles estão certos ou errados. Que há uma grande diferença e isso não há dúvida.

Diário de Santo Tirso: Como vê o desporto em geral e o futebol em particular no concelho de Santo Tirso?

Quim Machado: Em relação que é naturalmente o clube que eu acompanho, é o que me diz mais, eu sinto-me triste por ver o Tirsense na divisão em que está porque o Tirsense e pelas pessoas porque eu sempre notei que em Santo Tirso, ao contrário de outros clubes onde eu treinei que existe, as pessoas gostam do Tirsense, as pessoas gostam de futebol mas querem ver os jogadores correr e lutar e dar algo em troca. E eu acho que perdeu-se um bocadinho aqui a mística do que era o Tirsense porque nós temos grandes referências aqui em Santo Tirso, grandes jogadores. Eu tive o senhor Festa como treinador na altura em que eu fui para as camadas jovens do Porto e foi internacional, jogou no Mundial de 66, nós aqui em Santo Tirso, nós temos essas referências, sempre tivemos bons jogadores e é uma pena hoje em dia não conseguirmos atingir um patamar diferente, colocar o Tirsense numa divisão que eu acho que poderia estar numa segunda liga, eu acho que podia-se fazer muito mais e às vezes não é só o dinheiro que está em causa porque às vezes as pessoas dizem que não há dinheiro, mas eu acho que quando existe competência, quando existe o querer e a vontade tudo se consegue. Eu acho que é uma pena ver o Tirsense nesta divisão, pelas pessoas de Santo Tirso porque eu sei que elas gostam de futebol. O Aves que acompanhei e que é difícil de perceber mas no contexto em que estamos hoje em dia e com as SAD’s nunca sabemos o que é que pode acontecer. No caso do Aves deu para o torto, é uma pena, um clube que atinge uma final da taça de Portugal acabando por a ganhar e todos os outros clubes à volta que se calhar que pouca gente conhece, não acompanham, vou de vez em quando ver uma notícia também mas estes dois clubes que são os principais aqui do nosso concelho eu acho que que, principalmente o Tirsense, é uma grande mágoa ver o clube onde está.

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