Henrique Santos, 20 anos, treinador nas camadas jovens da Associação de Santo Tirso de Futsal (AST) desde 2018. Entrou na associação com 11 anos, com 12 anos foi campeão de futsal da AF Braga de iniciados na época 2012/13, bicampeão na temporada seguinte, em 2013 participou na Costa Blanca Cup em Benidorm, sendo o atleta mais jovem a participar nesta competição.
O jovem treinador da AST iniciou o seu gosto pelo futebol aos 5 anos onde representou a Dragon Force até aos 11 anos. Como cresceu na associação o que o faz ficar ligado à mesma é o amor pela casa que o viu crescer e a paixão pelo futsal. Após 13 anos resolveu seguir o caminho de treinador, estando neste momento à frente das equipas mais jovens da associação, traquinas como treinador e benjamins como treinador adjunto.
Diário de Santo Tirso: Entrou para a Associação de Santo Tirso de Futsal como jogador. Já nessa altura pensava em ser treinador?
Henrique Santos: Sim, pode dizer-se que sim, desde que encaramos um desporto, acho que toda a gente tem como meta ser treinador.
DSTS: Qual é a sua formação?
Henrique Santos: Neste momento estou a tirar o curso de nível I de futsal, atualmente só tenho a parte teórica, a parte prática ia ser este ano, a época de estágio, mas devia à pandemia não foi possível.
DSTS: Quais foram as primeiras dificuldades que encontrou enquanto treinador?
Henrique Santos: Sendo eu treinador dos escalões mais baixos talvez o facto de se lidar com crianças e tentar que eles se foquem ao máximo em praticar e não em vir para aqui brincar. Ou seja, tentar que eles aprendam o máximo possível a modalidade.
DSTS: Que equipas treina neste momento?
Henrique Santos: Neste momento tenho dois escalões, traquinas e benjamins. Os traquinas vai dos 4 anos até aos 8. E os benjamins dos 8 aos 10.
DSTS: As suas equipas alcançaram algum troféu?
Henrique Santos: Na época os traquinas iam em primeiro lugar no campeonato concelhio de Santo Tirso e iam à final da taça. Mas devido à paragem pela pandemia a associação decidiu não entregar os troféus. Quanto aos benjamins este ano não houve competição, então não há troféus.
DSTS: São já muitos anos ligado ao futsal. Pode-se dizer que este desporto é uma das suas paixões?
Henrique Santos: Sim é, pela forma como é disputado cada lance, o jogo como é vivido, é muito diferente daquilo que as pessoas pensam e comparam ao futebol. Não tem nada ver.
DSTS: Quais são os colegas e jogadores que mais o marcaram até hoje?
Henrique Santos: Talvez os colegas que neste momento estão ao mais alto nível no futsal, os gémeos Mikus que atualmente estão no Candoso na primeira divisão, também o Simão que está no Lordelo na segunda divisão, muitos, todos eles me marcaram, o Pedrinho também, que estão no Paços de Ferreira, todos eles pela sua forma de ser. Mas também há um treinador que tenho de destacar que é o Hélder Martins que desde que entrei para a AST até que ele saiu foi um treinador que marcou muito, tentou unir o grupo, que uniu, foi com ele que consegui chegar, enquanto atleta ao mais alto nível no futsal, e é ele que temos de agradecer muito pelo que a AST é agora.
DSTS: Qual a sua opinião sobre a formação do futsal praticada no geral em Santo Tirso e na Associação de Santo Tirso de Futsal em particular?
Henrique Santos: Penso que a formação tem que ser melhor trabalhada. Nós aqui na AST tentamos na formação não jogar apenas quatro para quatro. Tentamos em pequenos grupos tentar no máximo dois a dois com bola. Tentar que eles interajam uns com outros, não fazer logo jogo porque se tentarmos fazer logo jogo quatro contra quatro, há muitos meninos que não vão tocar na bola. Ou seja vão perder o gosto pelo futsal, vão querer ir embora e assim não vai dar.
DSTS: Preocupa-o o fato do desporto ter parado no ano passado e neste momento apenas algumas competições estarem em funcionamento?
Henrique Santos: Preocupa porque as crianças precisam do desporto, precisam de sair de casa, e não havendo desporto muitos não saem de casa e depois vão chegar aqui e vão parecer bolinhas. E vai ser muito mau para eles e para nós também porque vivemos disto e não dá sem competição, sem treinos, não dá.
DSTS: Há vários anos ligado à modalidade, o que acha do futsal atual e o que perspetiva para o futuro da modalidade?
Henrique Santos: A modalidade está cada vez mais a crescer tanto a nível concelhio como de país também. Há vários anos que tem vindo a crescer. Há sensivelmente três, quatro anos o futsal não era assim tão visto como é agora. Penso que agora está a crescer a largos passos e isso é bom para a modalidade e para quem faz parte dela.
DSTS: Quem são os seus ídolos no futsal e no desporto?
Henrique Santos: No futsal é sem duvida o Ricardinho por tudo e pela dedicação. No desporto em geral o Cristiano Ronaldo é o expoente máximo. Como treinador que sou agora talvez o do Sporting, o Nuno Dias, é um bom treinador.
DSTS: Quais são as suas ambições? Onde pensa estar daqui a 10 anos?
Henrique Santos: As minhas ambições pode dizer-se que de momento era levar os meus meninos até ao escalão máximo que é os seniores e em todos os escalões conseguirmos conquistar troféus ao serviço da AST. Senão for possível que ao menos os meus meninos, se assim os posso chamar, possam ser eles uns bons jogadores e eu possa ver que o meu trabalho foi bem feito.
DSTS: Relativamente à Associação de Santo Tirso de Futsal o que gostaria que fosse feito no futuro?
Henrique Santos: Vai um bocadinho de encontro ao que acabei de dizer. Gostava que a Associação de Santo Tirso de Futsal conseguisse um dia chegar ao mais alto nível do futsal português para assim podermos ter um clube do concelho na maior competição de futsal em Portugal.
DSTS: Gostaria de deixar alguma mensagem a todos aqueles que vejam esta entrevista?
Henrique Santos: Se gostam de futsal ou do desporto em si temos que o praticar. Se queremos que o futsal suba e cresça no concelho temos que fazê-lo bem feito. Deixar um abraço ao presidente da AST pelo trabalho que tem feito. E se continuar vai ser um trabalho muito bom.
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