"Conduzir" um negócio em tempos de pandemia
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“Conduzir” um negócio em tempos de pandemia

Imagem: Diário de Santo Tirso

A escola de condução O Volante funciona em Santo Tirso há 20 anos, com um total de 4 funcionários neste momento. O Diário de Santo Tirso esteve à conversa com Pedro Martins, proprietário da escola para perceber os efeitos da pandemia neste ramo de negócio.

Com a chegada da pandemia em março, as escolas de condução tiveram que fechar por ser um negócio de proximidade com os alunos e também por usarem os mesmos veículos para as aulas de condução, não era considerado seguro. Todas encerraram durante dois meses e meio até terem luz verde por parte do governo para abrirem cumprindo todas as regras de segurança estipuladas pela Direção-Geral da Saúde.

Com este encerramento o empresário Pedro Martins estima ter perdido cerca de 20% do volume de negócio habitual, sentem menos alunos, quer por medo quer pela falta de poder económico que já se sente. Pedro diz  que a nível dos outros serviços que a escola também presta, como renovações de cartas por exemplo, passou a trabalhar muito pela forma digital pois muitas pessoas evitam as deslocações a escola optando por mandar mensagem nas redes sociais ou email.

Nas escolas de condução na parte prática é impossível evitar a proximidade com os alunos refere Pedro Martins, têm que obrigatoriamente ir no automóvel lado a lado. Na parte teórica fizeram uma redução de 50% da lotação da sala e é possível manter o distanciamento. Todos os alunos cumprem a regra de uso de máscara, a de distanciamento social sempre que possível também é cumprida.

Para além do prejuízo da escola estar fechada durante dois meses e meio, o custo dos produtos e o tempo que perdem para higienizar os automóveis no final de cada aula também tem sido um entrave para o seu negócio. No final de cada aula de condução têm que limpar o carro todo com produtos desinfetantes próprios para carros, que têm custos elevados.

Questionado sobre se sentem receio de entrar no carro com alguém que possa estar infetado e não saber, Pedro Martins diz que sim, é sempre um risco mas não podem evitar e o negócio tem que andar por isso é um risco que têm que correr, felizmente ainda ninguém ficou infetado na escola.

As medidas impostas pelo governo, nomeadamente a obrigação de encerrar as 13h00 ao fim de semana não interfere com o funcionamento da escola de condução pois aos sábados já é habitual encerrar às 12h00. No entanto Pedro Martins como tantos outros empresários que já temos conversado partilha da opinião que esta medida em vez de ajudar pode agravar mais o número de casos ativos pois sente mais aglomerado de pessoas por todo o lado da parte da manhã.

O futuro e a crise económica que já se vive assusta um pouco o empresário, pela parte do governo a única ajuda que teve até agora foi o lay off na altura que a escola esteve encerrada.

O medo do presente e um futuro incerto, são estas as preocupações que temos vivenciado com as nossas visitas aos estabelecimentos dos diversos ramos de negócio. Continuaremos a dar voz aos empresários e a partilhar as suas preocupações com todos.

Imagens: Diário de Santo Tirso
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