Chama-se Anibal Pereira, é natural de Santo Tirso onde viveu até aos 25 anos de idade. Há uma década atrás mudou de vida e emigrou para a Suécia depois de também já ter estado a viver em Aveiro.
Agora aos 40 anos de idade e a residir em Estocolmo, editou dois álbuns, um pessoal e outro resultante de um projeto com um amigo Dinamarquês atualmente a residir na Austrália.
Aníbal Pereira, conhecido no mundo da música por Green Zob, é um tirsense a espalhar a cultura jesuíta pelo mundo fora. Green Zob aceitou dar uma pequena entrevista por escrito ao Diário de Santo Tirso.
Diário de Santo Tirso: Como surgiu a oportunidade de ir para um país tão distante como a Suécia?
Green Zob: O amor! Na altura, a minha ex-namorada teve uma oferta de trabalho em Estocolmo e como estávamos juntos há 13 anos, não fazia sentido um vir e o outro ficar, então fiz a mala e vim com ela para tentar a minha sorte na Suécia.
Diário de Santo Tirso: É o Aníbal Pereira mas também é o Green Zob. O seu nome artístico tem algum significado especial?
Green Zob: O nome “Green Zob” surge da combinacão da minha paixão pela natureza e campismo, daí o ‘Green’ e ‘Zob’ foi por um mero erro de programacão numa consola “Sinclair ZX Spectrum” que eu tinha quando era novo. Instintivamente, identifiquei-me e adotei esse nome artístico para me apresentar ao mundo.
Diário de Santo Tirso: Vive exclusivamente da musica ou tem outro trabalho?
Green Zob: A música é uma paixão enorme mas não vivo dela, tenho trabalho a tempo inteiro na Embaixada do Chile em Estocolmo, depois de uma passagem de quase 3 anos na Embaixada de Portugal. Ter outro trabalho para além da música, embora me retire bastante tempo de estúdio, permite-me bastante liberdade de expressão musical, não ficando dependente da busca de uma fórmula de sucesso para poder sobreviver ou ter de seguir formatos convencionais.
Diário de Santo Tirso: Como se define enquanto músico?
Green Zob: Considero-me assim um curioso explorador de tons que de uma maneira ou outra espelhem o meu estado emocional e permitam o registo de memórias individuais.
Diário de Santo Tirso: Quem são ou quais são as suas inspirações musicais?
Green Zob: Projectos como Portishead, Thievery Corporation, Tricky, Massive Attack, Air, Bonobo, Boards of Canada, Aphex Twin, Amon Tobin, entre muitos outros, säo e sempre seräo grande inspiracäo para mim.
Diário de Santo Tirso: Editou agora dois álbuns, um pessoal e outro em parceria com um amigo dinamarquês, mas já está no mundo da musica há mais de 20 anos. O que foi preciso para chegar a este ponto e a este nível?
Green Zob: Na verdade este é o meu segundo álbum pessoal. O primeiro foi publicado por uma editora do Chipre em 2012 (“PitchBend Recordings”) mas após o final dos cinco anos de contrato decidi não renovar com eles e seguir o meu caminho independente. Editei alguns remixes com essa mesma editora do Chipre e dois temas com a editora portuguesa “Micro Digital Records” ainda no mesmo ano de 2012 e no seguinte de 2013. Foi, para mim, desde sempre necessário acreditar que a música viria a refletir e traduzir o meu estado de espírito e emocional, acima de tudo. Tal como “uma imagem vale mais do que mil palavras”, acredito que uma música consegue ter o mesmo efeito ou, para mim, ainda mais intenso. Foram também muitas horas de frustração, de tentativas e erros, de pesquisa e aprendizagem e de aceitar que muita gente näo vai gostar daquilo que fazes e encontrar paz interior com isso. O mais importante para mim é continuar a ter a possibilidade de me expressar sem limites através da música.
Diário de Santo Tirso: Que projetos tem para o futuro?
Green Zob: Os projetos para o futuro passam por continuar a trabalhar no meu projeto pessoal e no projeto Trollslända. Tenho intenção de convidar mais músicos para ‘experimentar’ ideias no estúdio e permitir assim mais influências artísticas na minha música.
Diário de Santo Tirso: Regressar a Portugal e a Santo Tirso está nos seus planos?
Green Zob: Sim mas, não para já. Estou a adorar viver em Estocolmo e a explorar as terras nórdicas. Sinto que ainda há muito caminho para percorrer por aqui e onde passei rapidamente, também, a sentir-me em casa.
Diário de Santo Tirso: Gostaria de ter a oportunidade de mostrar o seu trabalho ao público tirsense?
Green Zob: Sem dúvida! Este já pode ser ouvido através das várias plataformas de streaming disponíveis. Seguramente na próxima visita de férias a Santo Tirso, tentarei encontrar um espaço que me permita fazer uma sessão de divulgação com os meus temas.
Diário de Santo Tirso: Que mensagem gostaria de deixar a todas as pessoas de Santo Tirso que possam estar a ler esta entrevista?
Green Zob: A mensagem é simples: Tomem conta uns dos outros e sejam felizes! Cada um é como cada qual e quanto maior for esta aceitação, com o respeito pelas diferenças e o respeito pelo próximo, maior e mais contagiante será a felicidade de todos nós, seja em que lugar do mundo for!
As músicas do artista Tirsense podem ser ouvidas em:
Green Zob – “Sound Language”
https://open.spotify.com/album/3SSfDoFmfNUrNLB3Un2SlU
Trollslända – “Centrifuged”
https://open.spotify.com/album/5thjFd5RRHYleI8gnZyRMd
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