O 48º aniversário da Revolução dos Cravos foi assinalado em Santo Tirso, esta segunda-feira, com uma sessão solene, onde o presidente da Câmara anunciou que vai dar o nome de Salgueiro Maia a uma rua da cidade. Alberto Costa agradeceu ao “homem que esteve na origem do derrube da ditadura”, lembrando que “o legado de Salgueiro Maia é património de todos”.
A homenagem, que surge no ano em que se assinala três décadas sobre a morte do Capitão de Abril, pretende, não só “perpetuar o exemplo e os valores daquele que recusou a glória, o poder e o estrelato”, mas também “suscitar nas gerações mais novas o interesse por saber quem foi o homem que nos deu uma liberdade tão longamente negada”, elucidou Alberto Costa.
“Faço-o não tanto por aquilo que Salgueiro Maia fez na madrugada libertadora de há 48 anos, mas antes pelo exemplo inspirador daquele que foi, provavelmente, o mais puro dos anti-heróis do 25 de Abril”, esclareceu.
Durante o discurso, o presidente da Câmara fez ainda questão de lembrar que em pouco mais de dois anos “assistimos a dois eventos pelos quais jugávamos não ser possível passar: uma pandemia e uma guerra”.
Em relação ao primeiro, Alberto Costa salientou que em tempo de crise foi “o Serviço Nacional de Saúde, a Segurança Social e a escola pública quem respondeu às necessidades das famílias e das empresas“, enfatizando que “sem Abril não haveria Estado Social tal como o conhecemos”.
Já em relação à guerra, o autarca continuou a intervenção lembrando que, enquanto celebramos uma das “mais importantes datas da história de Portugal, exaltando, com solenidade, a coragem dos heróis humildes e discretos, civis e militares, muitos anónimos”, há um povo que está a ser “vítima de um ataque que ultrapassa a barbárie”.
“Especialmente neste dia o meu pensamento está com o povo ucraniano,” afirmou Alberto Costa, que pediu um minuto de silêncio em memória das vítimas da guerra.
O presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso aproveitou a ocasião para agradecer a ajuda de todos os que, em articulação com o Município, têm apoiado a campanha “Todos Cuidamos da Ucrânia”, dando nota que no âmbito desta iniciativa ”foi já possível encher dois camiões com medicamentos, bem alimentares, roupa e produtos de higiene”.
Alberto Costa revelou, ainda, que até ao momento o Município já acolheu 43 refugiados com idades compreendidas entre os dois meses e os 68 anos.
“Em Portugal, a Liberdade teve, há 48 anos, um nome: Capitães de Abril; na Europa, a Liberdade tem, hoje, um nome: Ucrânia”, terminou.
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