Presidente da República dissolveu a Assembleia da República e convocou eleições para 30 de janeiro
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Presidente da República dissolveu a Assembleia da República e convocou eleições para 30 de janeiro

Imagem: DR

Marcelo Rebelo de Sousa falou em eleições o mais rapidamente possível, admite, mas há “uma ressalva”: campanha e debates realizados em Natal, “o primeiro depois do que não tivemos”, são “a todos os títulos indesejáveis” e podem contribuir para o aumento da abstenção.

Por isso quer que a campanha comece em 2022, mas não em cima do Ano Novo, e ter eleições em janeiro, conjugando rapidez com sensibilidade para a vida das pessoas. A data será 30 de janeiro.

O Presidente da República refere que chamou a atenção “por inúmeras vezes” para o que estava em causa — “fui mais explícito, para que tudo ficasse transparente, e a tempo”. Ou seja, disse logo que não haveria “terceiras vias” nem esperas por outro Orçamento, na “ressaca” do rejeitado, uma vez que as divergências eram apresentadas como “maiores”. A solução seriam as eleições. Manter em vigor o OE, em duodécimos, também não era opção: “Foi pensado para um ano com regras diversas e fundos diversos”. Por isso não era “indiferente” haver ou não OE2022, “especialmente importante”.

“Sociedade dispensava crise política”

Marcelo continua dizendo que tudo “pesou mais” entre os parceiros “do que o percurso feito até aqui e do que a importância do momento vivido à saída da pandemia”

“Nada de menos compreensível, para o cidadão comum, que desejava que o Orçamento passasse e entendia que já bastava uma crise na saúde, outra na economia, mais outra na sociedade e que, por isso, dispensava, estou certo, mais uma crise política”, afirmou.

Marcelo insiste: divergências tornaram-se “inultrapassáveis”, base de apoio ao Governo “dividiu-se por completo”

“Não foi um qualquer o modo dessa rejeição. A rejeição deixou sozinho a votar o partido do Governo e dividiu por completo a base de apoio do Governo, mantida desde 2015 e ocorreu logo na primeira votação”, justifica Marcelo. Nem chegou à fase de especialidade, “menos ainda” à votação final. “Não foi uma rejeição pontual, de circunstância. Foi de fundo, por divergências maiores, de substância”. Assim, analisa Marcelo, as divergências entre os partidos “tornaram-se inultrapassáveis”.

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