A Quinta da Quebrada está situada em Santa Cristina do Couto. Tratava-se de um paraíso cheio de natureza às portas da cidade. Esta quinta pertence à família de Norberta Coelho há cerca de cinquenta anos e, devido à ligação que tem com este local, a proprietária tem tentado preservar o mesmo.
Desde 2019 que este lugar aprazível se tornou um pesadelo após a criação de uma zona industrial na área envolvente. Norberta Coelho refere ao Diário de Santo Tirso que vive num inferno de problemas há dois anos, consequência da expansão da zona industrial e do seu impacto ao nível ambiental, que está a trazer consequências gravíssimas para a sua propriedade.
Um dos problemas é a contaminação das águas subterrâneas. A sua propriedade possui um poço que abastece toda a quinta, desde a casa, o cultivo e os animais. Após os movimentos de terra com maquinaria pesada junto ao limite da sua propriedade, onde se localiza o poço, a água começou a sair amarela, imprópria para consumo, conforme se pode verificar no vídeo em baixo.
Com os movimentos de terra, viveu outro pesadelo, sem nenhum aviso prévio, refere Norberta Coelho, do dia para a noite viu o caminho público de acesso à sua propriedade desaparecer. A entrada para a sua quinta era efetuada pela Travessa Luís Areal e o caminho simplesmente ficou aterrado com cerca de 30 metros terra.
Após várias diligências no sentido da reposição do caminho, Norberta Coelho conseguiu que o caminho fosse reposto.
No entanto, o mesmo conforme se pode verificar pelas fotografias está em muito mau estado não sendo possível a circulação. A entrada para a propriedade está a ser feita por uma entrada alternativa criada durante as obras da zona industrial.
Outro pesadelo sem solução à vista para a proprietária da Quinta da Quebrada, têm sido as inundações nos seus terrenos sempre que chove. Cerca de meia hora de chuva e parte da sua propriedade fica toda inundada. Na zona industrial da Picaria foi criada uma bacia gigante para acolher as águas pluviais e posteriormente as mesmas são drenadas para uma ribeira já existente no local que atravessa a propriedade de Norberta Coelho. Acontece que a ribeira em causa, segundo a proprietária, não terá capacidade no seu curso natural de acolher o fluxo provocado pelas descargas das águas pluviais oriundas da zona industrial. A razão prende-se com o facto de a descarga da bacia na ribeira ter diâmetro de 1000 mm, existindo a jusante, perto da sua propriedade, uma passagem hidráulica com diâmetro de apenas de 600 mm, o que provoca inundações da sua propriedade sempre que chove, conforme vídeos registados.
Outro problema que Norberta Coelho tem vindo a detetar é a poluição da água que corre na ribeira que atravessa a quinta. Norberta refere que a cor da água aparece alterada, com as cores azul, amarela, vermelha e até com espuma. Tendo em conta que as águas que são encaminhadas para a ribeira são águas pluviais, a proprietária diz que não consegue entender como a mesma aparece colorida.
Norberta Coelho desabafa que tem tentado resolver todas estas questões ambientais com o construtor da zona industrial e com as Entidades Licenciadoras, mas até ao momento sem sucesso.
Em relação ao caminho de acesso à propriedade está disposta a abdicar do mesmo desde que os problemas fiquem resolvidos.
A solução das inundações, refere a proprietária, passa pela substituição do tubo da passagem hidráulica junto à sua propriedade, por um de maior capacidade para poder acondicionar as descargas das chuvas das indústrias que se instalarão na Picaria.
A poluição e a contaminação da água da ribeira é também um ponto que afirma ter de ser resolvido por tratar-se de um crime ambiental.
A proprietária ainda não conseguiu a resolução para estes problemas mas tem a espectativa de que as Entidade Licenciadora da Obra da Picaria e a Entidade Licenciadora da obra de alteração da ribeira, irão cumprir as suas atribuições no sentido da resolução destes problemas.
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