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A Comissão Concelhia do PCP de Santo Tirso saúda a população do concelho, os utentes e trabalhadores do Hospital Conde de São Bento pela ação de luta do passado dia 8 de Fevereiro.
Utentes e trabalhadores concentraram-se em frente ao Hospital a exigir e defender o seu carácter público, melhorias no serviço, novas instalações e respeito e defesa dos profissionais de saúde.
Através de um comunicado enviado às redações, o PCP de Santo Tirso faz o ponto de situação do processo, no seu entender.
O PCP reitera que esta é uma luta que tem que continuar e valoriza a iniciativa do Movimento de Utentes do Hospital de Santo Tirso, de convocar uma nova ação de protesto para o dia 15 de Março, e exorta toda a população, todos os trabalhadores e utentes do Hospital Conde de São Bento e todos os defensores do SNS a participar nesta importante ação de luta.
É importante reafirmar e reforçar aquilo que há muito vimos a denunciar:
O PSD procura concluir aquilo que não conseguiu fazer em 2015 devido à ação do PCP – transferir o Hospital para a Misericórdia local, que se perspectiva que ocorra até dia 31 de Março;
A passagem do hospital para a Misericórdia compromete o caráter público do Hospital. No SNS ninguém nos pergunta quanto temos na conta bancária para sermos atendidos;
A transferência para a Misericórdia significa um pior serviço. A lei em vigor prevê um estudo prévio que pressupõe a redução de custos em pelo menos 25%. Tal não é possível sem comprometer ou a qualidade do serviço e as valências disponíveis ou os postos de trabalho. É por isso mentira aquilo que é anunciado pelo PSD relativamente à melhoria do serviço;
Não há hoje garantias relativamente à segurança dos postos de trabalho dos profissionais de saúde e à salvaguarda das suas carreiras. O exemplo do Hospital de Fafe em que cerca de uma centena de trabalhadores perdeu o emprego num processo similar e a necessária redução de custos deve preocupar-nos;
Chegamos a esta situação porque o PS sempre que teve possibilidades não assumiu responsabilidade pela melhoria do Hospital. Quase 10 anos de governos PS, com maiorias absolutas ou relativas, e de um executivo municipal do mesmo partido, não se traduziram, como o PCP sempre exigiu, na melhoria do Hospital e na construção de novas instalações. Apenas a nova ala de saúde mental foi construída, graças à ação do PCP em defesa do desbloqueio das verbas;
Este processo está a ser conduzido às escondidas. Profissionais, administração hospitalar e autarquia conheceram pela televisão as intenções do governo e não foram tidos nem achados na decisão;
Tomamos conhecimento que se preparam em Famalicão as condições para receber o conjunto dos serviços até agora assegurados pelos dois hospitais. Isto levanta preocupações relativamente a como se irá proceder a gestão da ULS. Querem que o Hospital Conde de São Bento deixe de integrar a ULS do Médio Ave? Querem que os tirsenses se desloquem, sempre que necessitarem a Famalicão, ficando Santo Tirso com um Hospital à margem do SNS?
A passagem do Hospital para a Misericórdia insere-se numa estratégia de destruição do SNS para alimentar as negociatas dos privados que lucram com a doença. Por que motivo PSD estende a passadeira a este processo sabendo que prejudicará a população e PS pouco faz para o evitar? É coincidência a construção de um Hospital da Trofa Saúde no nosso concelho com esta machadada no hospital público?
Os profissionais de Saúde, utentes do Hospital e tirsenses sabem que podem contar com o PCP na defesa de um hospital público e de qualidade com novas instalações. Depois de na discussão do OE para 2025 termos proposto a construção de novas instalações e desta ter sido chumbada por PSD, CDS, IL e com a abstenção do PS, questionamos já o governo relativamente ao processo de passagem do hospital para a misericórdia e vamos apresentar na Assembleia Municipal uma moção em defesa do Hospital.
Relativamente à carta entregue pelo Presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso à Ministra da Saúde:
Alberto Costa e o PS têm responsabilidades próprias na situação a que chegou o Hospital Conde de São Bento, em função da sua inação face os problemas que há muito afetam esta unidade;
Para lá de um conjunto de reuniões institucionais e meros golpes de propaganda pouco ou nada Alberto Costa tem feito no sentido de dar combate ao processo em curso, não tendo sequer apoiado ou comparecido perante utentes e trabalhadores que se manifestaram à porta do hospital;
2 meses volvidos desde o anúncio da passagem do Hospital para a Misericórdia e face às movimentações populares, Alberto Costa e o PS viram-se na necessidade de promover este acto simbólico;
No que concerne ao conteúdo da carta fica claro que: Alberto Costa não conta para este processo e não é tido nem achado nas decisões relativas ao Hospital; ignorado pelo governo, ao invés de adotar uma postura reivindicativa, desloca-se a Lisboa para “humildemente” requerer à Ministra da Saúde uma audiência; escolhe não exigir que se conserve o Hospital na esfera pública e melhores condições para utentes e profissionais e decide fazer um conjunto de perguntas, para as quais em alguns casos já conhece as respostas; parece assumir na carta que a passagem do hospital para a misericórdia é um facto consumado, desistindo de lutar; parece mais preocupado com a sua imagem face o esquecimento a que é vetado pelo governo, do que com a necessidade de defender o hospital;
Exige-se do Sr Presidente Alberto Costa uma outra postura e proatividade. É necessário que acompanhe as reivindicações de utentes e profissionais e que atue junto do governo no sentido de exigir um Hospital público e de qualidade.
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