No Dia Mundial da Língua Portuguesa (5 de maio), os finalistas do Colégio de Santa Teresa de Jesus iniciaram a publicação de biografias ficcionadas de portuguesas e portugueses com carisma. O primeiro destaque vai para a investigadora Elvira Fortunato.
Para Elvira Fortunato, vencedora do Prémio Pessoa 2020, é possível chegar às grandes descobertas da ciência com determinação, trabalho em equipa e sonho.
Transformou uma ideia em realidade: transístor de papel. O Prémio Pessoa que recebeu, no dia 23 de abril, é o reconhecimento de um percurso de sucesso que destaca que nós temos a capacidade, “o engenho e a arte” para continuar a aventura das grandes descobertas.
Elvira Fortunato dedica este prémio às “mulheres que trabalham e lutam todos os dias por mais igualdade de oportunidades”.
A data de 5 de Maio foi oficialmente estabelecida em 2009 pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para celebrar a língua portuguesa e as culturas lusófonas. Em 2019, a 40ª sessão da Conferência Geral da UNESCO decidiu proclamar o dia 5 de Maio de cada ano como “Dia Mundial da Língua Portuguesa”.
A língua portuguesa é não só uma das línguas mais difundidas no mundo, com mais de 265 milhões de falantes espalhados por todos os continentes, como é também a língua mais falada no hemisfério sul. O português continua a ser, hoje, uma das principais línguas de comunicação internacional, e uma língua com uma forte extensão geográfica, destinada a aumentar.
Biografia Ficcionada:
Chamo-me Elvira Fortunato e nasci em Almada, a 22 de julho de 1964. Tenho 56 anos. Licenciei-me em Engenharia dos Materiais, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Fiz o doutoramento nas áreas de Microeletrónica e Optoelectrónica. Atualmente, sou professora catedrática e investigadora na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Fui nomeada vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa, no dia 14 de setembro de 2017. A equipa de investigação do Centro de Investigação de Materiais (CENIMAT), liderada por Rodrigo Martins e por mim, distinguiu-se pela descoberta do transístor de papel. Sou casada, desde 1986, com o cientista e investigador Rodrigo Martins.
Recebi o primeiro prémio na área de Engenharia, atribuído pela Agência Executiva do Conselho Europeu de Investigação.
2016 – Medalha Blaise Pascal, atribuída pela Academia Europeia das Ciências.
2017 – Medalha Czochralski, atribuída pela Academia de Ciências Polaca em conjunto com o E-MRS
2020 – Recebi da Comissão Europeia o Prémio Impacto Horizonte 2020, pela criação do primeiro ecrã transparente com materiais eco-sustentáveis.
2021 – Foi-me atribuído o Prémio Pessoa 2020, pelas minhas invenções, entre as quais o transístor de papel e a eletrónica transparente.
Não esperava ganhar mais um troféu, depois de um ano em que tudo me correu tão bem, culminando com o Horizon Impact Award 2020, o prestigiado prémio atribuído pela UE ao meu projeto Invisible na área da eletrónica transparente, que teve um impacto internacional surpreendente, com mensagens de parabéns de cientistas de todo o mundo. Mas a cereja no topo do bolo ainda estava para vir e só foi conhecida agora, em 2021, com a atribuição do Prémio Pessoa 2020, que distinguiu o meu contributo notável para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação português.
Poema em que a cientista se inspira:
Põe quanto És no Mínimo que Fazes
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive
Ricardo Reis, in “Odes” – Heterónimo de Fernando Pessoa
“Não podemos pensar pequenino. Há 500 anos nós descobrimos o que mais ninguém descobriu, nós temos ainda essa capacidade”. – Elvira Fortunato.
Eva e Enzo – finalistas do Colégio de Santa Teresa de Jesus – 5 de maio de 2021