Os finalistas do Colégio de Santa Teresa de Jesus na rúbrica “Vidas com Marca” escrevem biografias ficcionadas de portuguesas e portugueses com carisma. Esta semana a rúbrica é sobre Carlos do Carmo.
Carlos Manuel de Ascensão do Carmo de Almeida, mais conhecido pelo seu nome artístico Carlos do Carmo, foi um dos mais conhecidos fadistas portugueses. Morreu aos 81 anos com quase 60 anos de carreira. Em 2014 foi reconhecido com um Grammy Latino de carreira, o que lhe valeu igualmente o Prémio Personalidade do Ano – Martha de la Cal, da Associação Imprensa Estrangeira em Portugal.
“Fiz este meu caminho que não foi das pedras, mas que considero um caminho sempre saudável e que me levou sempre a ter uma perspetiva de ser solidário com os meus companheiros.” – Carlos do Carmo
Carlos do Carmo foi um dos maiores fadistas portugueses. Foi ele quem teve um papel relevante na candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade (UNESCO 2011).
Ao longo da sua carreira, lançou mais de 30 álbuns, com dezenas de músicas de sucesso nacional e internacional. Colaborou com muitos artistas mais novos e mais velhos… sempre com muita generosidade. Conseguiu unir talento artístico com solidariedade. É “arte”!
Biografia Ficcionada:
Chamo-me Carlos Manuel de Ascensão do Carmo, nome artístico Carlos do Carmo. Nasci em Lisboa, a 21 de dezembro de 1939, e sou um cantor e intérprete de fado português.
Aos 15 anos, fui para a Suíça e lá frequentei um colégio alemão, durante três anos. Depois, em Genebra, obtive um diploma em Gestão Hoteleira.
Após a morte do meu pai, em 1962, assumi a gerência do seu negócio, O Faia, que, com o passar dos anos, se tornou numa concorrida casa de Fados da capital. N’ O Faia comecei a atuar para os amigos e clientes mais frequentes da casa, até que, em 1964, abracei definitivamente a carreira artística.
Fiquei conhecido como fadista, após gravar com Mário Simões uma versão de “Loucura”, fado de Júlio de Sousa, interpretado também pela minha mãe, a fadista Lucília do Carmo (Lucília Nunes de Ascensão do Carmo).
Em 1967, a Casa da Imprensa distinguiu-me com o prémio Melhor Intérprete e, em 1970, atribuiu-me o prémio Pozal Domingues de Melhor Disco do Ano, para o meu primeiro álbum, intitulado O Fado de Carlos do Carmo.
Participei no Festival RTP da Canção de 1976 e representei Portugal no XXI Festival Eurovisão da Canção.
Durante a minha carreira, para além de várias aparições, tive também dois programas de televisão, por onde passaram alguns dos grandes nomes da canção portuguesa e internacional, onde conversava sobre temas que iam desde o Fado à música em geral, mas também a outras vertentes artísticas.
No que diz respeito a prémios, durante a minha carreira, para além das várias distinções pelos Presidentes da República, em 2008, recebi o Prémio Goya, na categoria de Melhor Canção Original, com o “Fado da Saudade” e, em 2014, tornei-me no segundo artista português a ganhar um Grammy, obtido na categoria Lifetime Achievement.
Anunciei em fevereiro de 2019 o fim da minha atuação nos palcos.
O dia 1 de janeiro de 2021 marca um grande silêncio para se ouvir Fado.
Mafalda, Vitória e Ignacio – Finalistas 2020/2021 – Colégio de Santa Teresa de Jesus