Os finalistas do Colégio de Santa Teresa de Jesus na rúbrica “Vidas com Marca” escrevem biografias ficcionadas de portuguesas e portugueses com carisma. Esta semana a rúbrica é sobre Ricardo Jorge.
Ricardo de Almeida Jorge foi um médico, investigador, higienista, professor de Medicina e escritor. Natural do Porto e exercendo medicina como médico municipal da cidade do Porto, em 1899 não teve dúvidas em identificar um caso epidémico na cidade e teve a coragem de naquela altura criar um cordão sanitário como forma de contenção da epidemia. Ficou conhecido por introduzir em Portugal técnicas modernas e conceitos de saúde pública, exerceu diversos cargos na administração da saúde, conseguindo uma importante influência política.
“Quando o mal vier, nada de se medicar sozinho, nem com purgas, nem com inás, nem com os grogues.” – Ricardo Jorge
Esta frase dita por Ricardo Jorge ainda se aplica aos dias de hoje, porque muita gente não quer ir ao médico quando necessita e acaba por tomar remédios que pioram o seu estado de saúde e, por este motivo, destaquei esta frase célebre senhor.
Biografia Ficcionada:
Certamente já ouviram falar muito de mim devido a esta pandemia (COVID 19). O meu nome é Ricardo Jorge. Fui um distinto médico, epidemiologista, investigador, higienista e humanista, que divulguei nos finais do século XIX e princípios do século XX, as mais modernas técnicas daquela época e as primeiras noções de Saúde Pública em Portugal.
Eu, Ricardo de Almeida Jorge, nasci no Porto, no dia 9 de maio de 1858. De origem humilde, o meu pai era ferreiro na Rua do Almada. Aos oito anos, ingressei no Colégio da Lapa, onde fui discípulo do escritor Ramalho Ortigão, na disciplina de Francês, e de Manuel Rodrigues da Silva Pinto. Mais tarde, frequentei o Liceu de Santa Catarina, tornando-me amigo de Júlio de Matos.
Fui eu quem descobriu que os primeiros portadores do vírus que afetou Espanha, em maio de 1918, eram trabalhadores rurais alentejanos que trabalhavam naquele país.
Eu aproveitava para fazer profilaxia: “Práticas imunizantes não se conhece nenhuma, drogas preventivas não existem e nenhuma deve tornar-se com tal fim. A higiene, interna e externa, é sempre bom mantê-la. Apanhar ar e arejar os recintos de estrada. Não requintar, todavia, a ventilação até às correntes de ar, incómodas e prejudiciais, a que a nossa gente é atreita, sobretudo em quadra de calmas. Quando o mal vier, cama, dieta, tisanas e médico. Nada de se medicar sozinho, nem com purgas, nem com as inás, nem com os grogues.”
Consideram-me o responsável, nos anos 20, pela proibição da Coca-Cola em Portugal (só 50 anos depois levantada), tendo alegadamente ordenado a sua apreensão e destruição depois de tomar conhecimento do slogan publicitário da bebida criado por Fernando Pessoa: “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”.
Ana Luísa e Guilherme – Finalistas 2020/2021 – Colégio de Santa Teresa de Jesus