Um ano depois da tragédia na Agrela que matou dezenas de animais em dois abrigos ilegais, o processo-crime instaurado está “parado” no Tribunal Judicial de Santo Tirso, disse à Lusa o advogado. Pedro Ribeiro de Castro é o advogado do processo que reuniu as várias queixas-crime que se fundiram num processo, mas também um dos que na serra da Agrela, há um ano atrás, tentou evitar a morte dos animais atingidos pelo incêndio iniciado na véspera em Valongo.
É, por isso, com alguma “surpresa” que, um ano depois, vê “continuar parado o processo” acionado e que, no caso concreto do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), depressa identificou os alvos: o presidente da Câmara de Santo Tirso, Alberto Costa, elementos da GNR local, Proteção Civil de Santo Tirso, o ex-veterinário municipal Jorge Salústio e as proprietárias dos abrigos ilegais “Cantinho das Quatro Patas” e “Abrigo de Paredes”.
“Aqui chegados, que conste no processo, ainda ninguém foi ouvido. Aliás, o PAN foi notificado para apresentar prova dos factos denunciados, o que muito nos admirou, pois acontece ao fim de um ano e depois de ter apresentado um rol de 25 testemunhas e mais um CD cheio de fotografias e de vídeos. Imaginamos que possa ter havido um equívoco no Ministério Público”, refere o advogado. Pedro Ribeiro de Castro acrescentou que “foram também entregues autópsias feitas aos animais que perderam a vida nos incêndios”.
A Lusa contactou o tribunal que confirmou ainda não ter sido deduzida a acusação.
Afirmando desconhecer “quantos animais morreram e quantos foram salvos” naquele dia, o advogado acrescenta, na primeira pessoa, mais episódios ao vivido na serra da Agrela. “Participei no resgaste dos animais, estive lá no dia 18, e nas duas semanas seguintes, procurei e encontrámos cerca de 10 animais que fugiram para a serra”, relatou, antes de deixar críticas ao apoio que “não existiu”.