Diário de Santo Tirso

Sindicato apresentou queixa-crime contra a Câmara Municipal de Santo Tirso, Associação de Pais da Escola EB1 da Ermida e à empresa concessionária das refeições

Imagem: Diário de Santo Tirso

Foi o tema mais quente da semana, os trabalhadores da cantina da Escola EB2 da Ermida fizeram, na passada terça-feira, uma greve, com o apoio Sindicato de Hotelaria do Norte, exigindo melhores condições de vida e de trabalho. Uma greve com uma adesão de 100%, tal como informou o sindicato.

Em resposta à ausência de funcionários na cantina, a Câmara Municipal assegurou as refeições com o fornecimento de uma refeição volante, sopa, sandes de panado, fruta e iogurte. Para o sindicato esta decisão da Câmara Municipal de Santo Tirso “é ilegal, visa desvalorizar a greve o os seus efeitos, põe em causa, de forma grave, um direito fundamental dos trabalhadores”.

Tendo em conta o sucedido, o sindicato apresentou hoje, no Tribunal de Santo Tirso, uma queixa crime contra a Câmara Municipal de Santo Tirso, a Associação de Pais da Escola EB2 da Ermida e a empresa concessionária das refeições, a ICA. O sindicato acusa a Câmara Municipal e a Associação de Pais de conluio e de se colocarem do lado das más condições de trabalho e ao lado da empresa que presta os serviços.

Em declarações ao Diário de Santo Tirso, Francisco Figueiredo, dirigente do Sindicato de Hotelaria do Norte, afirma que esta situação não pode ficar impune e que o direito à greve está previsto na constituição: “A Câmara Municipal devia ter vergonha por substituir os trabalhadores por sandes, as crianças devem comer um prato de carne ou prato de peixe consoante as suas necessidades e o que se passou é uma vergonha”.

Para Francisco Figueiredo “o que a camara quis foi dar cobertura a uma empresa que dá más condições de trabalho”. O dirigente sindical referiu que os trabalhadores entram às 11h00 e às 12h00 têm que ter as salas prontas para servir cerca de 100 refeições e que esse foi um dos motivos para a greve.

“Os trabalhadores já são penalizados por perderem o dia de greve e a câmara municipal não se devia intrometer. A intrometer-se deveria ser sempre em prol dos trabalhadores e não para ficarem ao lado de uma empresa que dá más condições de trabalho”, argumentou o dirigente sindical.

Relativamente às acusações de aproveitamento pessoal político, Francisco Figueiredo rebate-a: “é pena que o Partido Socialista não se tenha colocado do lado dos trabalhadores tal como os outros partidos. É normal que os partidos políticos prestem apoio aos trabalhadores e lamento que o PS não tenha feito o mesmo e tenha preferido estar do lado da empresa”.

Entretanto os trabalhadores, segundo o sindicato, foram surpreendidos hoje para assinar um contrato a termo incerto: “significa que a empresa quer dispensar os trabalhadores a qualquer momento”, completou Francisco Figueiredo.

O sindicato garante que os trabalhadores irão voltar à greve e que irão continuar a lutar.

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