No âmbito da aprovação na Assembleia da República do projeto de valorização do Património Industrial do Vale do Ave, o Bloco de Esquerda de Santo Tirso, acompanhado pelo deputado na Assembleia da República Luís Monteiro efetuou hoje uma visita a três fábricas histórias do concelho de Santo Tirso.
A visita teve início na Fábrica de Fiação e Tecidos Rio Vizela. Fundada em 1845 foi uma das mais emblemáticas fábricas do Vale do Ave, coração da Indústria Têxtil e do Vestuário portuguesa e uma das maiores empresas têxteis da Europa, marcou o início do processo de industrialização na região, mas não resistiu à chegada do novo século.
De seguida a comitiva do Bloco de Esquerda visitou a Fábrica Têxtil portuguesa Abel Alves de Figueiredo & Filho, mais uma com história na indústria têxtil no território de Santo Tirso. A fábrica encerrou atividade em 1996 após ter decretado falência.
Por último os bloquistas visitaram a Fábrica de Fiação e Têxteis de Santo Tirso (Teles), atualmente em parte requalificada e com designação de Fábrica de Santo Thyrso. A fábrica nasceu de uma disposição testamentária do Conde de S. Bento, executada pelo seu sobrinho José Luís de Andrade, a fábrica ficou concluída em 1900.
Estas três fábricas pertencem à história têxtil do concelho de Santo Tirso. O que o Bloco de Esquerda pretende para além da valorização e preservação do património que resta destas empresas é aprofundar as histórias ligadas as mesmas, as histórias de vida das pessoas que trabalharam para estas empresas e conseguiram que as mesmas tivessem o sucesso que alcançaram naquela época.
Os responsáveis do partido referem que na história e na Câmara Municipal apenas são mencionados os fundadores e os dirigentes das empresas, mas que a classe operária também representa uma parte muito importante da história.
Luís Monteiro, deputado do Bloco de Esquerda na Assembleia da República, disse que estas três empresas que foram visitadas são bons exemplos de que é necessário salvaguardar o património restante, assim como estudar os seus acervos. O deputado bloquista referiu que o património pode ser classificado mesmo sendo privado desde que seja de interesse público.
A responsável do Bloco de Esquerda de Santo Tirso, Ana Isabel Silva, disse que a responsabilidade da aplicabilidade deste projeto passa pela Câmara Municipal. A bloquista refere que é necessário preservar os testemunhos das pessoas que trabalhavam nas empresas e que a Câmara Municipal tem meios para isso dando o exemplo da Fábrica de Santo Thyrso que embora esteja requalificada considera que teve uma falta de visão que não conseguiu preservar a história. Ana Isabel Silva salienta a importância de requalificar de forma que as gerações atuais ao visitarem os lugares consigam ter acesso à história na íntegra relatada por pessoas que viveram aqueles tempos.