Era a medida do mandato de Alberto Costa, tal como disse no passado dia 18 de dezembro numa conferência de imprensa marcada inclusive no próprio dia. A solução encontrada na altura passava por resgatar a concessão à INDAQUA e criar uma nova empresa municipal que garantisse a exploração do serviço de água.
Para Alberto Costa aquela era, no momento, a opção acertada: “Permite reduzir 35 por cento os tarifários, garante uma gestão altamente profissional que assegura os padrões de qualidade existentes, abre caminho à possibilidade de se avançar para uma empresa intermunicipal, e carece de aprovação da Assembleia Municipal, envolvendo todos os partidos numa decisão que tem implicações no futuro do Município”, dizia em dezembro o Presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso.
Segundo noticiou o Porto Canal há momentos, a Câmara Municipal de Santo Tirso prorrogou o contrato de concessão da água pública por mais 15 anos conseguindo dessa forma baixar o preço a pagar, tal como fez o município da Trofa. O acordo em Santo Tirso deve ser semelhante ao da Trofa.
Quem reside na Trofa passou a pagar aproximadamente menos 35% na fatura mensal da água A redução da tarifa variável pode chegar aos 58% para aqueles que pertencem ao primeiro escalão. Acrescem, ainda, reduções na ordem dos 20% para clientes não domésticos e instituições.
O acordo na Trofa foi colocado em prática depois de um processo de negociação do Presidente da Câmara Municipal da Trofa, Sérgio Humberto, com a INDAQUA. O acordo impede ainda que a INDAQUA aumente os preços da água até ao final do contrato. Relativamente a Santo Tirso ainda não são conhecidos mais detalhes mas é provável que seja equiparado ao da Trofa na sua generalidade.
Os diversos partidos de Santo Tirso reagiram, nos últimos meses, aos rumores que davam conta da intenção do resgate da concessão e do seu falhanço.
Carlos Alves, candidato pela coligação Valorizar + (PSD/CDS): “Sobre a notícia da questão da renegociação do contrato é uma notícia. na última Assembleia Municipal após uma questão da deputada Paula Pinto sobre isso ao presidente da Câmara deixou a entender que poderia haver outro caminho que não seria o resgate mas aguardamos a posição oficial. É uma coisa que se quer que lhe diga não me admiro muito”.
Ana Isabel Silva, candidata pelo Bloco de Esquerda criticou Alberto Costa: “Se isso acontecer trata-se de uma medida completamente inaceitável. Como ainda há pouco disse o Bloco não vai aceitar essa solução. Como sabem o Bloco de Esquerda de Santo Tirso sempre se mostrou a favor dessa remunicipalização, desse resgate da água. Não andamos aqui em ziguezagues, ou a levantar para outro tipo de problemas”.
A CDU de Santo Tirso reagiu aos acontecimentos exigindo “que o Sr. Presidente da Câmara esclareça se foi celebrado um acordo ou princípio de acordo com a empresa INDAQUA, e em que termos aquele foi celebrado” A coligação do Partido Comunista (PCP) e do Partido Os Verdes refere que “ao fim de 24 anos de gestão privada, com os preços da água mais caros do país, o executivo do PS anunciou o resgate da concessão da água à empresa INDAQUA e a criação de uma empresa municipal, embora sem reconhecer o profundo erro da sua gestão ao longo das últimas duas décadas”.
Também Joana Guimarães, candidata à Câmara Municipal pelo CHEGA criticou Alberto Costa: “O Presidente da Câmara de Santo Tirso anuncia há 9 meses atrás a rescisão do contrato com a INDAQUA, tendo um custo de cerca de 12 milhões de euros de indemnização. A INDAQUA afirma que tal nunca foi colocado como hipótese, sendo que o custo da indemnização seria de 45 milhões de euros. Onde está a transparência com os Tirsenses? Quando vamos CUIDAR dos Tirsenses?”.
Não é do conhecimento público as reações do PAN e do Iniciativa Liberal, no entanto esses partidos não apresentaram listas para as próximas eleições autárquicas.