Quitéria Roriz, Presidente da Comissão Politica do PSD de Santo Tirso dá a sua opinião sobre a atual situação que o país vive. Será o confinamento da população a solução para controlar a evolução da pandemia?
A líder do PSD de Santo Tirso diz ao Diário de Santo Tirso: “Infelizmente, vivemos uma situação que além de grave é absolutamente excecional e naturalmente as decisões a tomar não são decisões simples, nem que possam ser tomadas de ânimo leve. Decisões estas que estão na mão do Poder Central e não localmente em santo Tirso”.
E continua: “Não obstante, depois de o Governo ter falhado redondamente na prevenção/preparação do Outono/Inverno e na capacitação dos serviços de primeira linha, nomeadamente o reforço das Delegações de Saúde e dos cuidados de saúde primários; outra alternativa não há a não ser o confinamento. A vida humana, a saúde das pessoas não tem preço e neste combate à COVID-19 a prioridade, obviamente tem de ser essa. Agora, o que não podemos é concordar com um confinamento que tem mais exceções do que regras. Além do mais, um confinamento volta a sacrificar seriamente a economia e os efeitos práticos na redução de casos positivos da COVID vão sentir-se eventualmente daqui a 6 ou 8 semanas. Portanto é nossa opinião que, estão a ser tomadas medidas de controlo da Pandemia, que, por um lado vão afetar severamente o desenvolvimento e economia do nosso País, mas que na realidade não surtirá efeitos na minimização de casos positivos em 15 dias. Além do mais, são medidas que vão ter que ser prolongadas, insistindo no sacrifício da maior parte dos setores da economia (comércio, restauração, turismo). Importa também clarificar que ao nível dos apoios governamentais aos mais diversos setores, também aí o Governo falhou. É inegável e factual. Ora, mesmo sendo anunciado pelo Primeiro-Ministro possíveis apoios para alguns setores da economia, a verdade é que muitas empresas ainda não receberam os apoios do primeiro confinamento, portanto chega a ser insultuoso anunciar esses apoios como solução para evitar os despedimentos e as falências de diversos setores da economia”.
Quitéria Roriz alerta ainda para outros pontos: “Continuamos a referir a importância da alteração da estratégia do Governo e mesmo das Autarquias no controlo da situação Pandémica. Em cerca de 87% dos casos positivos, não se conhece a sua origem, evidentemente, porque não se conseguem rastrear atempadamente os contactos e rapidamente proceder às orientações de isolamento profilático dos contactos de risco.”
O comércio local de Santo Tirso irá sobreviver a uma nova paragem? Os empresários já estão a atravessar há muitos meses uma situação de emergência e desespero, estão novamente proibidos de trabalhar por consequência não têm receitas e ao mesmo tempo são obrigados a fazer os pagamentos habituais ao estado.
Na opinião de Quitéria Roriz “as decisões de controlo desta Pandemia nunca são fáceis. O que é vergonhoso é que quase um ano depois continuemos a ter medidas avulsas, que não só não têm efeitos práticos e reais no controlo da situação epidemiológica, como prejudicam de forma severa, por exemplo, o comércio e a restauração. Se não reparemos: uma das medidas tomadas pelo Governo foi o recolhimento obrigatório aos fins-de-semana após as 13h00. Efeitos práticos desta medida no controle da Pandemia? Não existiram. Vimos efeitos sim no aglomerado de pessoas nas manhãs desses fins-de-semana, por exemplo no centro de Santo Tirso. Era um caos. E viram efeitos sim, os comerciantes e empresários que por muito empreendedores que sejam, por muito que se reinventem, não conseguiram lucros e estabilidade financeira para garantirem os seus negócios e cumprimento das suas responsabilidades ao final do mês”.
Sobre se as escolas deveriam ter encerrado neste novo confinamento, Quitéria Roriz diz que “tal como em todas as medidas que se apliquem, os Governos dos vários países devem ter por base análise de especialistas da área. Concordando-se muito ou pouco, gostando-se mais ou menos, a verdade é que, em Portugal, a reunião com o Infarmed e a recolha de dados demonstrou claramente um aumento significativo de incidência de casos positivos nos grupos etários entre os 20 e os 29 anos e os 10 e os 19 anos. Ora, estamos a falar de público do 3º ciclo, ensino secundário e superior. A decisão de manter as escolas em funcionamento obriga à manutenção de diversos serviços paralelos, nomeadamente transportes públicos. A questão aqui é de se decidir se se pretende controlar o número de casos positivos em 3/4 semanas ou em 8/9 semanas”.