Face à anunciada intenção do Governo PSD/CDS de transferir a gestão do Hospital Conde São Bento para a Santa Casa da Misericórdia – uma velha ambição já afastada em 2015 pela luta firme contra essa ofensiva – o PCP, representado pelo deputado Alfredo Maia na Assembleia da República e pelo membro da Assembleia Municipal, João Ferreira, promoveu uma reunião com o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Médio Ave.
Da reunião tomaram conhecimento de que esta decisão foi tomada à revelia da Administração da ULS do Médio Ave e sem consulta aos trabalhadores, o que demonstra a habitual desconsideração do Governo pelos que sustentam o SNS. Foram transmitidos relatos de inquietação dos profissionais de saúde que sentem ameaçados os seus postos de trabalho e condições laborais, com o risco de repetir-se o descalabro das anteriores entregas de hospitais públicos às Misericórdias, que resultaram na destruição de dezenas de empregos.
Foi igualmente transmitido que o Hospital Conde São Bento, renovado por avultados investimentos públicos, incluindo cerca de 4 milhões numa nova unidade de saúde mental, é hoje capaz de ampliar a sua capacidade de internamento. De que não há qualquer incompatibilidade entre a manutenção da gestão pública e a implementação de novas valências anunciadas ou em estudo para este hospital, algumas das quais já existem.
Na verdade, a proposta do Governo PSD/CDS resume-se a uma tentativa descarada de privatizar serviços públicos, desviando recursos para o setor privado ou social, sem qualquer preocupação com os profissionais de saúde e a melhoria dos serviços prestados aos utentes.
O PCP reafirmou o seu compromisso na defesa da gestão pública do Hospital Conde São Bento, com o reforço de condições de trabalho, serviços, valências, renovação de equipamentos e o início de um processo conducente à construção de um novo edifício hospitalar, no que somos acompanhados pelos profissionais de saúde e utentes. Lutaremos pelo SNS público, universal e gratuito. E não desistiremos de denunciar as manobras daqueles que querem ativamente destruir o SNS ou dos que, como o PS, tiveram todas as oportunidades de intervir no sentido de o reforçar e não o fizeram, e agora são cúmplices na aprovação de um OE que não apresenta soluções e aprofunda problemas.