O ex-Presidente da Junta de Freguesia da Reguenga, entre 2013 e 2017, Paulo Leal, foi condenado a três anos e seis meses de prisão pelo crime de peculato. A condenação tem efeitos suspensivos.
A condenação de Paulo Leal inclui ainda o pagamento de uma multa ao estado de 9 euros durante 70 dias, o que corresponde a 630 euros e também ao pagamento de uma multa no valor de 700 euros à Junta da Freguesia da Reguenga.
Recorde que Paulo Leal foi eleito Presidente da Junta de Freguesia da Reguenga em 2013, pelo Partido Social Democrata (PSD) no entanto em outubro de 2016, o PSD de Santo Tirso, na altura liderado por Andreia Neto, retirou-lhe a confiança política. “O PSD de Santo Tirso considera que não estão reunidas as condições para que o presidente da Junta de Freguesia da Reguenga se mantenha no cargo. O PSD de Santo Tirso lamenta este desfecho, mas não poderia manter a confiança num autarca sobre o qual recaem suspeitas sobre a forma como geriu os destinos de uma das freguesias do concelho. A postura do PSD na vida pública obriga a que as decisões necessárias sejam tomadas sem receios e sempre de acordo com o superior interesse da causa pública”, pode ler-se num comunicado do PSD, em 2016.
Em declarações ao Jornal o Cordovense, Paulo Leal disse, em 2017 que foi “acusado de ter desviado 16 mil euros. Foram ocultados, pelo executivo, ao auditor documentos relativamente aos saldos iniciais do mandato. O valor apurado no relatório de auditoria foi de 657€, abatendo o saldo inicial transferido do mandato anterior, 504€, o resultado passa apenas para uma diferença de 153€ de verbas sem justificação”.
A posição do PSD era, também na altura, contrário ao de Paulo Leal: “A auditoria dá conta de várias irregularidades no movimento de verbas, passando várias delas pela conta particular do senhor Paulo Leal, tendo sido usadas pelo próprio, sendo algumas delas justificadas posteriormente”, dizia o partido.
Paulo Leal acabou mesmo por renunciar ao seu mandato em 2017, candidatando-se como independente em 2017 e 2021. As eleições foram ganhas pelo Partido Socialista (PS) nas duas últimas eleições. Em dezembro de 2021, três meses após as eleições, o deputado da Assembleia de Freguesia voltou a renunciar ao seu cargo. A condenação chegou agora, seis anos depois do caso ter sido tornado público.