A deputada municipal, Paula Pinto, que é também vice-presidente da comissão política do Partido Social Democrata, maior partido da oposição em Santo Tirso, questionou o executivo municipal sobre as políticas ambientais mais concretamente sobre a proposta do plano municipal do ambiente apresentada agora pelo mesmo executivo.
Atraso na entrega do documento: “Se este documento foi concluído em 2019, porque é que o mesmo, só passado dois anos, é submetido a deliberação da reunião de Câmara e à aprovação da Assembleia Municipal? A que se deve este hiato de tempo?
Perda de população no concelho: “No que concerne à população residente, constatamos que, efetivamente, Santo Tirso, desde 2003 tem perdido, de forma vertiginosa, a sua população residente. Noutras Assembleias, se bem se lembram, alertei para esta situação e parece que, finalmente, o senhor Presidente vem dar-nos razão ao subscrever este documento.”
Abastecimento de água do município: “A cobertura de Abastecimento de Água no concelho de Santo Tirso, que se cifra nos 85%, manteve-se constante entre 2011 e 2016, tendo aumentado 1% em 2017. Perante estes dados, concluímos que a infraestruturação do território do concelho de Santo Tirso é nula e estagnou em 2017. Aproveito para questionar o motivo pelo qual o diagnóstico só foi efetuado até 2017. De 2017 até agora não houve qualquer ampliação da rede de abastecimento de água? Já que estamos a falar de água, senhor Presidente, poderá informar esta Assembleia para quando está previsto o resgate do contrato com a INDAQUA, que tanto apregoou? Ou será que vai seguir a proposta do PSD para negociar o preço do metro cúbico da água?”
Saneamento: “No que diz respeito ao Saneamento, a situação ainda é mais grave. Em 2011, cerca de 49% dos alojamentos eram servidos por esta infraestrutura, tendo aumentado para 51% em 2013, mantendo-se estável até 2016… De 2016 até à data de hoje, não sabemos mais nada sobre este assunto, pois o documento é omisso. Resumidamente, ficamos a saber que Santo Tirso, em 2021, tem apenas metade da população servida com saneamento e que, desde 2013, não existe qualquer investimento nesta matéria. Isto é o espelho do trabalho, ou neste caso da falta dele, de um Executivo Camarário que pauta a sua ação pela inércia, pela mediocridade e pela falta de consideração pelos Tirsenses.”
Mobilidade: “Passando à Mobilidade… Não posso deixar de referir que o documento, sobretudo nesta parte, está confuso, na medida em que baralha os momentos temporais. Passo a explicar: a certa altura, é referido que vai ser (futuro) instalado um sistema de bicicletas partilhadas, porém, esse sistema já foi instalado (passado) e neste momento (presente) ninguém sabe onde estão as bicicletas. O mesmo sucede com o sistema de carregamento de viaturas elétricas a instalar na cidade, ou seja, o documento menciona que o mesmo vai ser instalado, mas a verdade é que este já está em funcionamento. Que grande confusão.”
Alberto Costa, Presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, respondeu dizendo que não concorda com as afirmações feitas pela deputada social democrata: “ainda está em curso uma empreitada de água no valor de 600 mil euros, por parte da INDAQUA, é um investimento que estava previsto para o Vale do Leça e que já está a iniciar-se”.
Sobre a questão do resgate da concessão da água pública, Alberto Costa havia anunciado em dezembro do ano passado seu resgate à INDAQUA, anunciando também que o valor a pagar seria de 12 milhões de euros. No entanto a empresa discordou, afirmando que o valor a pagar seria de 45 milhões de euros e lamentando “que o tema da água, um bem essencial para toda a população, continue a ser utilizado como arma política”, tal como disse responsável da empresa ao Diário de Santo Tirso.
O Presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, na continuação da resposta à deputada Paula Pinto, confirmou que o resgate pode não acontecer: “Já agora é engraçado se formos seguir a sugestão do PSD de negociar com a INDAQUA, pois porventura se calhar têm informação que me está a escapar. Mas pronto, é assim, estamos a enveredar esforços e a trocar argumentos nomeadamente ao próprio resgate e a negociação como nós dissemos desde sempre nunca esteve de parte, desde que seja uma negociação séria que não foi até ao momento em que apresentamos o resgate. Se é isso que quer dizer sim, motivado pelo resgate a INDAQUA está com vontade de negociar”.