Diário de Santo Tirso

Os espinhos da pandemia, como sobrevivem as floristas a esta nova realidade

Imagem: Diário de Santo Tirso

A Florista Mónica Flor funciona em Vila das Aves há 26 anos. Fundada por Madalena Neto, atualmente a trabalha em conjunto com a sua filha Marisa Martins, que seguiu o amor pela arte floral da mãe. O Diário de Santo Tirso esteve à conversa com as proprietárias do estabelecimento para perceber como tem sobrevivido o negócio em época de pandemia.

Com a chegada da pandemia as empresárias dizem que tiveram que mudar a sua forma de trabalhar, tiveram que se adaptar e reinventar á época que vivemos. O negócio nunca parou, numa altura em que quase tudo parou no país Marisa Martins refere que apesar de ser uma decisão difícil, decidiu que não iriam fechar portas aos seus clientes e mantiveram-se sempre ativas e de portas abertas. Porém numa altura em que a maior parte das pessoas estavam fechadas em casa e com medo do desconhecido e de sair da sua zona de conforto, estar apenas abertas não seria o suficiente para ter rendimento para pagar as contas ao final do mês. Marisa Martins resolveu apostar no Marketing Digital, começou a promover os seus produtos através das redes sociais e a publicitar as entregas ao domicílio, com muito esforço da sua parte que respondia a todos os pedidos a qualquer hora do dia, está solução deu frutos e conseguiu segurar a estrutura económica do seu negócio.

Com todo o esforço que fizeram e continuam a fazer, é inevitável que não sintam uma quebra de cerca de 40% na faturação total. As restrições de acesso às cerimónias fúnebres, a não realização de eventos (casamentos, batizados, aniversários), o encerramento dos cemitérios, entre outras restrições contribuíram para esta quebra. Só na venda das flores naturais, Madalena Neto refere que sentem uma quebra de 50%,  para além dos produtores estarem a produzir menos, os clientes estão a comprar menos, notam-se os problemas económicos que algumas pessoas já estão a atravessar.

O mês mais complicado, dizem as duas sem hesitar, foi aquele em que o governo decretou o encerramento dos cemitérios. Nessa altura a quebra da faturação foi quase insustentável. Em relação às medidas de combate à pandemia adotadas pelo governo, nomeadamente as restrições aos horários as empresárias consideram que em vez de ajudar só prejudicam, prejudicam os negócios e a contaminação, pois notam-se aglomerados de pessoas por todo o lado na parte da manhã ao fim-de-semana. Na sua loja dizem que o movimento ao sábado de manha tem sido de muita agitação e aglomerado de clientes.

As limitações impostas ao estabelecimento, nomeadamente o número de pessoas em loja e o uso de máscara, Marisa Martins refere que tem sido fácil de controlar. Os clientes cumprem as regras e esperam pacientemente no exterior do estabelecimento para serem atendidos.

Apoio por parte do Governo para enfrentar este período negro do comércio as empresárias dizem que não tiveram nenhum. À Câmara Municipal de Santo Tirso agradecem a isenção da taxa de publicidade e que todas as ajudas são fundamentais para ajudar a manter os negócios vivos.

Temos mais um caso de sobrevivência, através da luta diária e de uma adaptação a uma realidade totalmente diferente que ninguém esperava. Entregas ao domicílio, publicidade nas redes sociais, aposta nos produtos decorativos e a tentativa de fazer sempre mais e melhor todos os dias tem ajudado estas empresárias a sobreviverem e a pensar na manutenção do seu negócio de há vários anos e com um longo caminho pela frente.

Imagens: Diário de Santo Tirso
Exit mobile version