Diário de Santo Tirso

Movimento “Viver O Ave” quer dar nova vida ao Rio Ave

Imagem: Diário de Santo Tirso

Um grupo de pessoas residentes em concelhos banhados pelo Rio Ave juntaram-se e formaram um movimento designado de “Viver O Ave”. O objetivo deste movimento é dar nova vida ao rio, às suas margens e ao património envolvente.

O grupo conta já com cerca de cem membros envolvidos com o projeto. O Diário de Santo Tirso esteve à conversa com três elementos do grupo, Gualter Costa, porta-voz do movimento cívico, Bruno Matos, Investigador no Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo na FAUP e com André Oliveira, Engenheiro Eletrotécnico.

O movimento Viver O Ave surge da “vontade de um grupo de naturais e residentes ao longo de todo o Vale do Ave em mudar o atual paradigma de poluição permanente” em que vive esta bacia hidrográfica. “Infelizmente há imenso abandono e desaproveitamento do Rio Ave, dos seus afluentes, das suas margens, e do muito e singular património edificado ao longo do seu curso, tais como azenhas, pontes, açudes, praias, percursos, capelas, alminhas, bem como tradições, entre outros”, disse Gualter Costa ao Diário de Santo Tirso.

Atuar na valorização do Rio Ave promovendo a defesa do ambiente e a preservação do património histórico que se encontra nas suas margens é o que move este movimento. Pretendem a criação de uma ecovia que comece na nascente do rio Ave até a foz, ajudando na promoção da prática desportiva e na sensibilização das questões ambientais com a aproximação da população ao rio. Elaborar um estudo sobre o património existente nos concelhos ribeirinhos (rios, pontes, azenhas, castros, citânias, igrejas, basílicas, monumentos,..), é outro dos seus objetivos de forma a promover a cultura da região com a criação de novos pontos turísticos.

Os elementos do movimento já se reuniram com a autarquia de Guimarães e já efetuaram contato com as autarquias de Santo Tirso, Trofa, Vila do Conde e Vila Nova de Famalicão que se mostraram recetivas a agendar uma reunião. A Câmara Municipal de Guimarães já tem um projeto com a obra já a decorrer que consiste na criação de uma ecovia de 35 km, que liga Serzedelo a Castelões.

“A chegada da pandemia aproximou as pessoas do ar livre, da natureza, do rio, veio mudar para sempre a nossa forma de viver, a criação de espaços ao ar livre que promovem a prática do exercício físico é uma excelente oportunidade para mudar o paradigma da sociedade” referiu Gualter Costa.

Bruno Matos, especialista na área do património Molinológico referiu que do estudo que fez descobriu dezoito azenhas no concelho de Santo Tirso, sete estão em ruinas, sete desapareceram completamente, três foram transformadas em edifícios que nada têm a ver com a sua origem e uma está em muito mau estado. Falou da importância da recuperação destes edifícios para preservar a história e a cultura da região, “As nossas raízes estão nesses edifícios, é importante mantê-las”.

O grupo continuará ativo e na luta pelos seus ideais, podem acompanhar as suas ações através da sua rede social Viver I Ave.

Imagens: Viver O Ave
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