O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, esteve em Santo Tirso, este sábado, para participar no Dia Municipal do Bombeiro. Na sessão solene, além de prestar homenagem aos soldados da paz, o governante alertou para os “níveis de risco elevadíssimos” previstos para o verão de 2023 em Portugal, apelando a que “todos os cidadãos adotem atitudes de muita responsabilidade”.
Segundo o ministro, “o país tem este ano mais meios humanos e materiais, mais veículos e maior financiamento, mas as exigências que vamos ter neste verão de 2023 serão ainda mais complexas do que as de 2022, quer em termos de temperaturas previstas, quer de seca, escassez de humidade e até em termos de ventos”.
José Luís Carneiro sublinhou que, “este ano, registou-se o aumento mais expressivo de sempre do financiamento permanente das associações humanitárias”. Um crescimento “na ordem dos 6,7 por cento, que significa passar de 29,7 milhões de euros, em 2022, para 31,7 milhões em 2023”.
De acordo com dados disponibilizados pelo ministro da Administração Interna, o valor das transferências permanentes para as três corporações de bombeiros de Santo Tirso passou de um patamar de 334 mil euros em 2015, para 815 mil euros em 2022. No total, os valores transferidos pelo Governo para os bombeiros do concelho, entre 2015 e 2022, ultrapassou os 4,2 milhões de euros.
Face ao aumento exponencial do risco de incêndio previsto para o verão de 2023, José Luís Carneiro fez, no entanto, questão de sublinhar que não basta este reforço da aposta nos meios de proteção civil, destacando a necessidade de “uma nova atitude dos cidadãos”.
“Entre 1 de janeiro e 31 de abril, 64 por cento dos incêndios teve como causa a negligência no uso do fogo e em queimadas”, revelou o ministro. “Ora, se quase dois terços dos incêndios têm como causa o mau uso do fogo, ou de máquinas agrícolas e florestais, isso significa que se trabalharmos na sensibilização das pessoas para os cuidados a ter, baixando o número de ignições e incêndios, teremos um dispositivo de meios humanos e técnicos mais capaz de responder às necessidades”, acrescentou.
Numa longa intervenção que encerrou a sessão solene do Dia Municipal do Bombeiro, nos Paços do Concelho, José Luís Carneiro destacou, ainda, o reforço da aposta na profissionalização dos bombeiros, designadamente através do investimento nas Equipas de Intervenção Permanente (EIP).
“Vamos continuar a apostar nas EIP a nível nacional. Em Santo Tirso temos seis, ou seja, duas por cada associação humanitária. Cada equipa fica por cerca de 75 mil euros por ano, uma despesa assumida em 50 por cento pela Câmara Municipal e a outra metade pela Administração Interna”, realçou José Luís Carneiro, garantindo que, da parte do Governo, “há disponibilidade para continuar o reforço destas equipas em todo o país”.
Na sessão solene intervieram, ainda, a comandante dos Bombeiros Voluntários de Santo Tirso, Rute Neves, o presidente da Associação Humanitária dos B.V. de Santo Tirso, Fernando Vale, o presidente da Federação de Bombeiros do Distrito do Porto, José Luís Morais, e o presidente do Conselho Fiscal da Liga dos Bombeiros Portugueses, Luís Elias.
Como habitualmente, teve também lugar a cerimónia protocolar de entrega de distinções honoríficas concedidas pela Câmara Municipal. Foram distinguidos dez bombeiros com o Grau Bronze, correspondente a 15 anos de serviço efetivo, e Grau Prata a três soldados da paz que completaram 25 anos de serviço efetivo.