O regresso em outubro de 2023 do histórico Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso, com um formato inovador, que visa a conquista de novos públicos e a abertura a outras linguagens artísticas foi ontem apresentado.
Na sessão de apresentação do novo conceito, Alberto Costa recordou que a última edição do Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso, considerado pela crítica especializada como um dos melhores do mundo, aconteceu em 2018, data em que celebrou o 25º aniversário. No ano seguinte, não se realizou para que o formato pudesse ser repensado, prevendo-se o regresso em 2020, o que não veio a acontecer devido à pandemia.
Cinco anos volvidos, o festival vai voltar a realizar-se, agora ao longo de cinco dias consecutivos, no espaço da Fábrica de Santo Thyrso, com várias novidades. Destaca-se a aposta em três linhas de programação: os concertos de qualidade internacional, a formação e a abertura a novas linguagens artísticas, com destaque para o cinema.
O autarca apresentou os três novos comissários artísticos do festival: Oscar Flecha (guitarrista, compositor e professor), Joaquim Pavão (realizador, compositor e guitarrista) e Horácio Tomé Marques (artista, músico e docente da ESMAD).
Além dos “concertos de guitarristas de grande virtuosismo e qualidade artística, reconhecidos a nível nacional e internacional, o espetáculo de encerramento do festival será para um público mais abrangente”, adiantou. “Estaremos assim a trabalhar na conquista de novos públicos para o Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso”, disse.
Já no que respeita à formação, Alberto Costa sublinhou que, além das tradicionais masterclasses, direcionadas para guitarristas e estudantes de guitarra, “haverá uma aposta na realização de atividades de alta qualidade artística, com vocação pedagógica, abrangendo o público escolar de todos os graus de ensino, e que poderão assumir formatos como concertos comentados, encontros com músicos, sessões de contadores de histórias, performances artísticas e exibição de filmes”.
No âmbito da abertura a novas linguagens artísticas, a programação do festival passa a incluir um ciclo de cinema, em articulação com um conjunto de encontros, exposições, palestras, pequenos concertos, performances e degustações gastronómicas, entre outros. “Estes momentos estarão ancorados num tema extraído do universo polissémico da guitarra, o qual será definido anualmente com um título que dará mote a toda a programação do evento”, explicou Alberto Costa, acrescentando que a palavra “Retornos” foi o tema escolhido para 2023.
Nesta edição, o destaque irá, também, para uma parceria com o Festival Guarnicê de Cinema, do Brasil, que vai contemplar a exibição de filmes sobre os cordofones beliscados. Esta ligação à 7ª Arte ficará, também, marcada pela estreia mundial do documentário “A Cidade da Guitarra”, realizado por Joaquim Pavão com o apoio do Município de Santo Tirso, e cujo primeiro excerto foi exibido na sessão de apresentação do festival.
A programação de 2023 vai incluir, ainda, Tecelagens Sonoras, que irão juntar as artes plásticas e a música à tradição da indústria têxtil de Santo Tirso, e iniciativas de media-arte, no âmbito de uma parceria com a Escola Superior de Media Artes e Design (ESMAD), entre outras.
A lançamento da edição de 2023 do Festival Internacional de Guitarra culminou com um concerto, na Fábrica de Santo Thyrso, dos norte-americanos Tuck & Patti. Um espetáculo único em Portugal, que foi também a primeira atuação deste histórico duo do jazz no nosso país.