Artur Jorge, antigo selecionador português e treinador campeão europeu pelo Futebol Clube Porto, faleceu aos 78 anos, anunciou esta quinta-feira a família em comunicado.
“É com profunda tristeza que a família de Artur Jorge Braga de Melo Teixeira comunica o seu falecimento, esta madrugada, em Lisboa, após doença prolongada. Morreu serenamente, rodeado dos seus familiares mais próximos”, pode ler-se no comunicado.
Nascido no Porto a 13 de fevereiro de 1946, tornou-se numa das figuras mais icónicas da história do futebol português, sobretudo como treinador, na década de 1980, na qual levou o FC Porto à conquista da Taça dos Campeões Europeus.
Como jogador, foi avançado e começou a carreira precisamente no FC Porto, antes de rumar à Académica de Coimbra, onde também estudou. Foi na Académica que se começou a afirmar como um dos melhores avançados da história do Campeonato Nacional, estatuto confirmado depois no Benfica, onde alinhou durante seis temporadas, somando golos e troféus. Passou ainda pelo Belenenses, antes de pendurar a chuteiras nos Estados Unidos, ao serviço dos Rochester Lancers, em 1978.
Iniciou a carreira de treinador pouco tempo depois, primeiro no Belenenses e depois no Portimonense, antes de assumir, já com Jorge Nuno Pinto da Costa na presidência, o comando técnico do FC Porto, onde viveu o momento alto da carreira em 1986/87, ao conquistar a Taça dos Clubes Campeões Europeus em Viena, com um mítico triunfo por 2-1 sobre o Bayern Munique.
Rumou depois a França, para orientar o Matra Racing, antes de regressar para nova passagem pelo leme do FC Porto. Seguiu-se a primeira experiência como selecionador nacional e, depois, nova ida para França, então para orientar um Paris Saint-Germain ainda bem menos ilustre do que o é atualmente. Guiou os parisienses à conquista da Taça e, depois, aquele que foi apenas na altura o segundo título de sempre do clube como campeões francês. Por essa altura que, em virtude do sucesso alcançado, já muitos lhe tinham dado o cognome de ‘Rei Artur’.
Teve, em 1994/95, uma não muito bem sucedida passagem pelo comando técnico do Benfica (então campeão nacional em título) e voltou a assumir as rédeas da seleção portuguesa no final de 1996, já depois de ter orientado a seleção da Suíça no EURO desse ano. Passou ainda por vários outros clubes e pela seleção de Camarões, conquistando mais alguns troféus, mas sem nunca voltar a alcançar o sucesso que teve na década de 1980 e inícios da década de 1990.
Como jogador, marcou 215 golos (104 dos quais pelo Benfica) em 316 jogos oficiais, tendo conquistado quatro títulos de campeão nacional e duas Taças de Portugal. Como treinador, para além da Taça dos Campeões Europeus somou mais três títulos de campeão português, uma Taça de Portugal e três Supertaças (todos ao leme do FC Porto), uma Taça de França e um título de campeão francês (pelo Paris Saint-Germain), uma Supertaça de França (pelo Matra Racing), uma Supertaça da Rússica (aos comandos do CSKA) e uma Liga saudita (à frente do Al Hilal).