Paulo Jorge Santos Oliveira, 44 anos, casado, tem um filho e reside em Santa Cristina do Couto. Trabalha no concelho como controlador de qualidade na área alimentar e farmacêutica. Está desde sempre ligado ao desporto, inicialmente como jogador de futsal na associação de São Bartolomeu e, atualmente na Associação Desportiva de Tarrio. A sua grande paixão centra-se no desporto de formação, tendo sido treinador também no Tarrio e é o primeiro candidato da história do Bloco de Esquerda à União das Freguesias de Santo Tirso, Couto (Santa Cristina e São Miguel) e Burgães.
Diário de Santo Tirso: Estamos na maior União de Freguesias do concelho de Santo Tirso. Começamos por uma questão simples. É a favor ou contra a desagregação desta União de Freguesias?
Paulo Oliveira: Nós no bloco somos a favor que sejam as populações a decidir se realmente querem ou não continuar agregadas à união de freguesias. O que que somos contra é que após as eleições dos órgãos autárquicos que sejam as assembleias municipais e as assembleias de freguesia a ter essa decisão, o que achamos é que as populações devem ser referendadas, pode-se fazer um referendo a perguntar realmente o que é que elas acham, o que elas preferem, se realmente preferem agregar, se preferem desagregar porque há certas freguesias que a agregação veio realmente ajudar, perdeu-se numas coisas, ganhou-se noutras, perdeu-se na proximidade mas mas ganhou-se nos recursos que essas freguesias ganharam. O que as pessoas realmente decidirem, penso eu que realmente nas assembleias municipais e nas assembleias de freguesia deve-se respeitar a opinião que as pessoas tiveram e é assim que deve ser.
Diário de Santo Tirso: É a primeira vez que o Bloco de Esquerda tem candidaturas em Santo Tirso. Esta união de freguesias tem um presidente muito popular, arrisco-me a dizer, é o político mais popular no ativo em Santo Tirso. Qual é o resultado que espera obter nas eleições autárquicas?
Paulo Oliveira: O resultado que que nos proporcione estar na assembleia de freguesia para poder discutir ideias e para poder conseguir arranjar mais propostas sempre na defesa do interesse da população da união.
Diário de Santo Tirso: Como avalia o trabalho do atual executivo da União de Freguesias nos últimos 4 anos?
Paulo Oliveira: Não sou eu que vou avaliar esse trabalho, esse trabalho vai ser avaliado no dia 26 de setembro e as pessoas aí vão poder dizer o que realmente querem, se querem continuar com esta política de estagnação ou se querem uma alternativa e essa alternativa está connosco, está com o Bloco de Esquerda.
Diário de Santo Tirso: Neste momento o Partido Socialista tem 8 lugares na assembleia de freguesia e a coligação PSD/CDS tem 5. O aparecimento de novas candidaturas pode mudar o cenário político em Santo Tirso, é esse um dos objetivos do partido?
Paulo Oliveira: Claro que o meu objetivo e o objetivo do Bloco de Esquerda é realmente fazer parte desta assembleia de freguesia para poder escrutinar e dar mais ideias para discutir mais ideias, que é o que falta realmente.
Diário de Santo Tirso: Tendo em conta que é a primeira vez que o Bloco de Esquerda se candidata em Santo Tirso é muito difícil ser eleito presidente de junta. No entanto pode muito bem ser eleito para a assembleia de freguesia. Estando nesse lugar como poder influenciar o funcionamento da União de Freguesias?
Paulo Oliveira: Vamos influenciar bastante porque eu e o Bloco de Esquerda queremos estar na assembleia de freguesia para poder escrutinar melhor as situações que possam ocorrer, dar mais ideias, colocar as nossas propostas porque as nossas propostas também devem ser colocadas e devem ser estudadas e por isso vai influenciar bastante.
Diário de Santo Tirso: Em abril interveio na Assembleia Municipal relativamente à poluição que tem acontecido na zona industrial da picaria. Em junho, a Câmara Municipal de Santo Tirso respondeu às suas dúvidas. Temos noticiado de forma periódica os crimes ambientais que têm acontecido nessa zona, no entanto pode explicar aos nossos leitores e internautas o que se passou e qual foi a resposta da Câmara Municipal relativamente a este problema?
Paulo Oliveira: A resposta da Câmara Municipal não foi muito satisfatória nem foi A que desejávamos porque realmente o que se passa nesta zona industrial da Picaria, aquela que começou a ser construída com vários pareceres desfavoráveis, tanto da APA como da CCDR-N e o que veio acontecer é que houve várias descargas neste rio que é um afluente do rio Sanguinhedo e que realmente provocam, além de ser mau em pleno século XXI termos este tipo de situações a acontecer que não deviam estar a acontecer e estamos a falar de uma zona industrial nova ao qual já devia estar, esse problema devia estar precavido, devia estar fora de questão haver esse tipo de descargas, o que realmente a câmara fez e o executivo foi tentar politizar a resposta tentando dizer que o Bloco de Esquerda era contra as zonas industriais, que era contra o emprego, o que não é verdade o Bloco de Esquerda simplesmente é a favor destas zonas industriais, é a favor da criação de emprego e de trabalho, o que não é a favor é a estes ataques ambientais, a estes constantes ataques ambientais e estes ataques à natureza e o desrespeito pelas pessoas. Também quero salientar uma situação é que depois de haver estas descargas o presidente da união de freguesias não disse uma única palavra sequer a recriminar estes atos contra o ambiente e tendo em conta que uma das bandeiras de há quatro anos da campanha dele era o ambiente parece-me um bocado mau não ter dito sequer uma palavra sobre os acontecimentos sendo que este rio é afluente do rio Sanguinhedo, é um rio que passa num parque que é o parque da Geão ao qual tenho tem animais, tem pessoas, tem crianças e não faz sentido termos o rio a passar neste momento em pleno século XXI a passar de cor vermelha, azul, turva, com espuma, não faz sentido e realmente achamos que a resposta da câmara que nos deu não não foi nada satisfatória, nem nos convenceu em nada.
Diário de Santo Tirso: Tentando resumir numa só pergunta as freguesias de Santo Tirso, Burgães, Santa Cristina e São Miguel, freguesias que na sua totalidade têm mais de 20 mil habitantes e uma extensa área, quais são para si os seus pontos fortes e os pontos fracos?
Paulo Oliveira: Realmente é uma união bastante grande, com bastante pessoas é verdades. Os pontos foram os pontos fortes da nossa união são as associações, as associações culturais, as associações desportivas que dão a conhecer a nossa freguesia, a nossa união que tem tudo de bom, depois as pessoas que cá habitam nelas, temos as pessoas que habitam nelas e também a beleza, passo a passo a mostrar, a beleza que realmente a nossa união de freguesias tem. Os pontos fracos para mim são muitos, pontos fracos são a falta de serviços, a falta de saneamento e a falta de água em certas zonas, falta de transportes, que também é o que as pessoas reclamam, a falta de transportes e também uma capacidade tremenda deste executivo de não conseguir atrair jovens, nem conseguir atrair as pessoas a fixar-se na nossa união de freguesias.
Diário de Santo Tirso: Quais são as suas propostas para a União de Freguesias de Santo Tirso? O que gostaria ver de diferente em Santo Tirso, Burgães, Santa Cristina e São Miguel do Couto?
Paulo Oliveira: O que gostaria de ver nesta união de freguesias era que fossem mais dinamizadas, que fossem muito mais dinamizadas que é o que não está a acontecer. Relativamente às nossas propostas eu apresento seis, nós temos um programa para quatro anos mas vou-lhe dar estas seis que são algo importantes. A primeira é a criação ou colocação de três caixas multibanco que pode ser nas sedes de junta que eu acho que é muito importante, é importante de apoio às pessoas, é importante de apoio ao comércio porque as pessoas não têm que realmente sair da sua freguesia para vir por exemplo a Santo Tirso levantar dinheiro, porque ao irem a Santo Tirso automaticamente já não compram no comércio da beira e vão comprar em Santo Tirso. Acho muito importante essas caixas multibanco existir nas três freguesias além de ser também um meio de proximidade com as pessoas e também com as pessoas mais idosas que não têm necessidade de fazer deslocação para poderem levantar e mesmo também para elas é muito melhor porque escusam de levantar quantidades grandes de dinheiro para ter em casa quando sabem que têm ali uma caixa multibanco, podem levantar o seu dinheirinho, fazer os seus pagamentos sem se poder deslocar. Depois e isto já é uma obra que tem a ver com a Câmara Municipal, tem que ser em diálogo, é a reabilitação do mercado municipal e a reabilitação do parque da feira. Ou seja o mercado municipal deve ser reabilitado para poder captar mais o comércio local para lá, para poder aglomerar lá os pequenos produtores, no mercado municipal onde podemos comprar as nossas hortícolas frescas e tudo e o mercado municipal precisa mesmo que seja reabilitado, o parque da feira também, tem um piso muito degradado, muitas pessoas já nem querem ir às compras à feira porque caem, pessoas que têm mobilidade reduzida como cadeiras de rodas também não têm condições de realmente poderem fazer as suas compras porque o piso realmente não está bom e há necessidade mesmo para reabilitar esse espaço e mesmo para dar condições aos feirantes que é uma das coisas que realmente importa também para poderem também prestar um bom serviço às pessoas que vão lá fazer as compras e também realmente puxar mais pessoas às feiras que realmente fugido. A terceira temos temos também em vista que a ligação dos cinco caminhos em Fontiscos que faz ligação da zona industrial de Argemil à Varzea, é uma ligação mais ou menos de 300 metros, era muito importante fazer essa ligação porque pessoas que morem em Argemil, São Bento, Fontiscos ficavam encurta-lhes mais a distância por exemplo no acesso à autoestrada. Outra proposta tem a ver com a ligação de Santa Cruz a Monte Córdova que é uma estrada que já existe mas que está em muito mau estado e isso beneficiar as duas populações tanto de Burgães que ia encurtar distâncias para quem quer ir para Monte Córdova ou para Paços de Ferreira e de Monte Córdova quem quer ir para Burgães ou para Vila das Aves ia encurtar bastante distâncias em vez de ter que andar à volta pelo lado da Assunção, vir cá baixo a Santo Tirso. Estamos a falar de percursos de 300, 500 metros, coisas que realmente se podia fazer se houvesse vontade tanto do executivo da união como da Câmara. A quinta proposta é a criação de um parque de lazer infantil aqui para Couto, Santa Cristina. Porquê? Porque Em Couto, Santa Cristina não existe nenhum parque que possam se reunir as pessoas, crianças. Não existe. Existe em Santo Tirso vários parques, existe em Burgães um parque que é a turbina que realmente não é muito grande mas concentra ali as pessoas, as pessoas querem conviver vão para lá, existe também o São João Carvalhinho que é um parque que serve à população e até 1erve quem quem vem de fora para fazer um churrasco, os amigos e outras outras coisas, em Santa Cristina do Couto não temos nenhum parque de lazer que realmente possamos ter as pessoas, que as pessoas possam se juntar e mesmo as crianças se possam juntar num sítio. Tenho também a sexta proposta, essa é uma ideia que eu tive e que é o orçamento participativo das freguesias. Ou seja este orçamento vai contemplar no orçamento da freguesia um determinado valor e vai ser dado a conhecer à união de freguesias. Ou seja cada pessoa que tenha uma ideia, seja ela em Santa Cristina, seja ela em Burgães, em Santo Tirso ou seja em São Miguel apresenta a sua proposta, proposta tem que ter no mínimo, ser uma proposta que seja válida e que seja bom para a freguesia, que vá servir à população, que realmente faça falta. Sendo essa proposta e estando dentro do valor que depois estipularemos, para esse orçamento é basicamente quase igual ao orçamento participativo que a câmara faz, o orçamento participativo jovem, nós estipulamos um orçamento, se realmente estiver dentro desse orçamento essa obra será feita.
Diário de Santo Tirso: A cidade de Santo Tirso, segundo anunciou o Presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, vai sofrer uma profunda remodelação nas suas ruas. Aliás, parte da cidade está em obras há vários meses. Está por dentro deste assunto? Qual a sua opinião relativamente à política autárquica sobre as requalificações de ruas, no sentido de colocar asfalto, retirar estacionamentos e privilegiar os peões e as bicicletas?
Paulo Oliveira: Realmente Santo Tirso parece um estaleiro e não é por acaso que seja perto das eleições. E não é só por acaso. Sempre perto das eleições há que fazer bastantes obras mas as pessoas também só caem nessa engodo se quiserem. Agora o que não acho justo é que se centre mais de três milhões de euros só no centro de Santo Tirso quando na periferia faz há falta de muita coisa, desde saneamento desde infra estruturas seja desportivas, sejam outro tipo de infraestruturas para as freguesias da periferia. Por exemplo basta ver o caso que eu acabei de dar, a ligação da rua dos cinco caminhos à Várzea que ia facilitar bastante o acesso e a encurtar bastante de caminho às pessoas que moram em Fontiscos, São Bento e Argemil, podia ser feita essa obra. Temos também o que disse atrás a ligação de Santa Cruz que vai dar a Monte Córdova, que a saída é mesmo junto ao campo de futebol de Monte Córdova, outra obra que realmente na periferia, numa das juntas da nossa união que realmente também podia ser feita porque está lá o caminho, está é degradado, cheio de buracos, tem alcatrão, pedaços de alcatrão, pedaços de terra, uma obra que era essencial, encurta distâncias, que encurta distâncias às pessoas, que facilita muito mais a vida das pessoas e que podia ser feita e também não está a ser feita. Por isso achamos que não pode ser só gastar dinheiro no centro de Santo Tirso, há que olhar no redor porque há muita coisa em falta. Relativamente ao privilegiar os peões e as bicicletas, o futuro passa por aí, realmente dar aos peões e às bicicletas um papel maior e retirar os carros do centro da cidade.
Diário de Santo Tirso: Uma das maiores críticas dos habitantes da cidade de Santo Tirso prende-se com a falta de estacionamento de proximidade. Santo Tirso tem falta de estacionamento ou essa é uma crítica que não é justa?
Paulo Oliveira: Em primeiro lugar acho que devemos mudar as mentalidades. E quando eu digo mudar as mentalidades é também do executivo. O que é que devemos fazer? É criar mais opções de transportes públicos, criar mais mobilidade para que as pessoas realmente não necessitem trazer o carro para o centro da cidade. Por isso que eu acho é que ao mudar e criar mais condições de transportes públicos as pessoas realmente começam a abdicar do carro e a deixar o carro em casa. É evidente que há pessoas que vão precisar sempre do carro para vir trabalhar e então essas aí tem que se assegurar, tem que se criar e assegurar as necessidades dessas pessoas que realmente necessitam de vir trabalhar para Santo Tirso que vêm de fora.
Diário de Santo Tirso: Na sua opinião, como avalia a atuação do atual presidente Alberto Costa, mais concretamente a articulação do trabalho da Câmara Municipal com a União de Freguesias?
Paulo Oliveira: Este executivo teve como objetivo trabalhar em rede com os todos os presidentes de junta, o que é bom. Agora tem é que ter em conta os problemas ou encontrar soluções que vão de encontro à população que é o que não está a ser feito. Vou dar o exemplo, saneamento, transportes, cultura, ambiente, tudo isso não está a ser trabalhado em rede. Não basta só trabalhar em rede para se fazer estradas, também tem que se trabalhar em rede para estas prioridades que são muito importantes e que muito faz falta às pessoas das freguesias.
Diário de Santo Tirso: Que mensagem gostaria de deixar a todos os habitantes da União das Freguesias de Santo Tirso, Couto (Santa Cristina e São Miguel)?
Paulo Oliveira: A mensagem que gostaria de deixar a todos os habitantes é de confiança. É que podem contar comigo, com toda a minha equipa para podermos fazer crescer mais e melhor a nossa união de freguesias. Pretendemos juntar as populações, que sejam as populações das freguesias, seja através de atividades desportivos, lúdicas e dar o melhor que as nossas freguesias têm. Quero também que a comunidade, a população sénior e os jovens se sintam orgulhosos, se sintam felizes, que tenham orgulho de dizer assim, eu vivo numa freguesia que realmente tem tudo, tem serviços, tem saneamento, que dá e que nos deixam fixar cá. Por isso é o que eu peço, um voto de confiança às pessoas, que contem comigo e todos juntos iremos fazer a diferença e que no dia 26 de setembro que votem no Bloco de Esquerda, que votem em mim.