Mariana Trigo, 29 anos, advogada, vive na Reguenga desde os quatro anos, é candidata à Junta de Freguesia nas próximas eleições autárquicas em setembro deste ano.
Diário de Santo Tirso: Como surgiu a sua candidatura à Junta de Freguesia da Reguenga?
Mariana Trigo: Começo por referir que sempre fui militante do PSD. Há quatro anos apoiei uma candidatura independente do qual me desfiliei em fevereiro deste ano. Entendi que já não devia fazer parte desse projeto político por não me identificar com ele. Além disso quando há um grupo em que as ideias e os ideais começam a ser um pouquinho diferentes acho que não vale a pena insistir nesse mesmo projeto e portanto entendi que tinha chegado a minha altura e também uma certa quebra de confiança. Tinha chegado a altura de eu deixar esse projeto político. Com essa atitude acabei por deixar também a Assembleia de Freguesia por uma questão de transparência entendi que não faria sentido continuar na Assembleia por um movimento ao qual não me identificava e portanto em fevereiro também me desvinculei da Assembleia de Freguesia. Acabou a minha candidatura pelo PSD por surgir naturalmente. No dia 14 de março tive uma reunião com o PSD. Havia já várias propostas em cima da mesa, havia já uma equipa em cima da mesa e propuseram que eu fosse o cabeça de lista pelo PSD. Não me ocorreu outra outra resposta que não dizer sim porque achei que se calhar seria a altura de eu dar o meu contributo à freguesia que tanto gostava, onde sempre vivi, onde cresci, onde praticamente nasci e portanto aceitei no dia 16 de março, no dia dos meus anos a minha candidatura foi aceite para ser candidata pelo PSD da Reguenga.
Diário de Santo Tirso: Quem são as pessoas que a acompanham nesta caminhada?
Mariana Trigo: Neste momento nós temos dois nomes revelados através de um vídeo da apresentação de candidatura que é a Sandra Neto e o Pedro Sameiro. Nós adotamos a estratégia de criar caras novas. Ou seja, nós quisemos formar uma lista, aliás o próprio PSD acabou por me dar essa abertura de criar uma lista que podia ter caras novas independentemente até da cor política, pessoas que gostassem verdadeiramente da Reguenga. E então achei que o Pedro Sameiro era uma cara nova na política. A Sandra era uma cara já associada à política mas também necessária pela experiência que tem e portanto foram os dois que ficaram ao meu lado diretamente. Adotamos a mesma estratégia na Assembleia de Freguesia que para já não vou revelar os nomes que serão revelados brevemente mas também são duas pessoas jovens na casa dos vinte e tal e uma pessoa mais velha. E depois o resto da lista é muito assim e há pessoas jovens e pessoas mais velhas porque nós acreditamos que é importante aliar a experiência à juventude porque os jovens são o futuro da freguesia e do próprio país mas sem a experiência dos mais velhos também não é fácil trabalhar então as duas coisas aliadas será sempre muito importante.
Diário de Santo Tirso: O que é para si um cargo político?
Mariana Trigo: Para mim um cargo político é algo que nós devemos ver com um bocadinho de vocação. Ou seja nunca devemos por num cargo político os interesses pessoais acima dos interesses coletivos, os interesses da nossa população devem ser a nossa prioridade e nunca o interesse pessoal e por isso nós vamos encarar o cargo político como algo transparente algo sério algo do que realmente gostamos para fazer em prol de uma população.
Diário de Santo Tirso: Como vai o PSD da Reguenga voltar a conquistar a junta de freguesia?
Mariana Trigo: O PSD da Reguenga vai conquistar a Junta de Freguesia com muito trabalho que eu considero que nós já começámos esse trabalho logo em Março depois de eu ter sido escolhida para encabeçar a lista. Começámos desde logo a trabalhar no porta a porta e acho que no porta a porta é fundamental mostrar o nosso trabalho, as nossas ideias e os nossos projetos e portanto o PSD ganhará provando que as nossas ideias e a nossa lista é melhor para fazer andar a Reguenga.
Diário de Santo Tirso: Que avaliação faz ao trabalho do último executivo da Reguenga liderado por Márcio Pinho?
Mariana Trigo: Atualmente eu acho eu como candidata não tenho que dar uma opinião tão direta acerca desse trabalho. Porque aquilo que é o programa eleitoral de uma lista ou seja todas as listas apresentam um programa eleitoral. E o programa eleitoral que é apresentado em campanha dá para ver que é diferente do programa eleitoral que é executado. E neste caso a gente consegue ver isso e penso que ficou um bocadinho aquém e portanto acho que não é preciso uma opinião muito clara sobre isso porque através do programa eleitoral conseguimos chegar a uma conclusão muito facilmente.
Diário de Santo Tirso: Depois de vinte anos de PS na Reguenga o PSD conquistou a freguesia em 2013 mas voltou a perdê-la em 2017. No seu entendeu a que se deveu a derrota de há quatro anos atrás?
Mariana Trigo: A derrota de há quatro anos atrás deveu-se na minha opinião a dois fatores importantes. As eleições de 2013 quando começaram a existir bastantes conflitos internos que acabaram por se exteriorizar e que enfraqueceram, nomeadamente o PSD da Reguenga mas também o PSD Santo Tirso. E também o trabalho desempenhado em 2017 pelo PSD que começou muito tarde. Acho que deviam ter começado o trabalho mais cedo e acabaram por começar a trabalhar muito tarde ou seja esses dois fatores para mim foram os fatores que enfraqueceram mais o partido e que fizeram com que as eleições fossem perdidas da forma que foram.
Diário de Santo Tirso: Quais são os pontos fortes e os pontos fracos da freguesia no seu entender?
Mariana Trigo: Eu acho que uma freguesia nunca tem pontos fracos. Cada freguesia é uma freguesia. Cada freguesia tem as suas infraestruturas, tem as suas pessoas e portanto quem pega na freguesia deve pegar nos pontos que ela tem e torná-los fortes mesmo que eles sejam fracos. Pontos fortes tem muitos, eu considero que nós temos ótimas infraestruturas, temos espaços verdes maravilhosos, temos campos de futebol, temos uma série de locais típicos, temos um Salão Paroquial, temos uma Igreja, temos restaurantes, temos turismo rural, ou seja nós temos várias infraestruturas para conseguirmos fazer alguma coisa pela Reguenga, para dinamizar a Reguenga e para também fixar a população cá. Não só fazer com que as pessoas que já cá vivem gostem de cá viver mas pessoas da minha idade e pessoas até que ainda vivem com os pais que queiram fixar-se cá e viver cá. Ou seja todas essas infraestruturas fazem com que as pessoas queiram e achem que vale a pena ficar cá e portanto eu acho que essas infraestruturas estão muito mal aproveitadas, que deviam estar mais bem aproveitadas. Pontos fracos não considero que haja nenhum. Considero que as pessoas podiam ser mais próximas. Na Reguenga as pessoas sempre foram muito bairristas, muito apaixonadas pela sua terra e isso continua a acontecer mas acho que as pessoas se distanciaram um bocado umas das outras. E um dos objetivos da nossa candidatura é precisamente voltar a aproximar as pessoas, terminar com todas as quezílias que já aconteceram no passado porque nada disso vale a pena.
Diário de Santo Tirso: Quais são as suas propostas e os seus projetos para a Reguenga?
Mariana Trigo: Nós já temos vários projetos e propostas para a Reguenga que serão divulgados a seu tempo no programa eleitoral mais para a frente. No entanto eu posso desvendar um, é um dos projetos que nós gostávamos muito trazer para a nossa freguesia, que é um centro de dia / infantário. Ou seja conjugar as duas coisas, ter no mesmo espaço um infantário, uma creche e um centro de dia porque achamos que é muito importante a vivência entre os mais velhos e os mais pequenos e quem sabe até ter avós e netos no mesmo espaço, um espaço onde os pais possam deixar seus filhos descansados, ou então até os seus pais e os seus idosos descansados porque têm alguém a tomar conta deles e seria um projeto que eu acho que a Reguenga precisa porque nós temos muitas crianças e eu conheço muita gente que quer deixar o seu filho no infantário e não tem, mesmo aqui perto não existe e centros de dia também é muito complicado arranjar e acho que a Reguenga precisaria de um projeto assim. Além disso temos outros projetos e queremos investir também na ação social, na cultura, no desporto porque também com a pandemia acho que começamos a dar valor a outros tipo de coisas que se calhar antes não davam. Coisas mais simples e que nós temos as infraestruturas necessárias para fazer esse tipo de projetos.
Diário de Santo Tirso: Caso vença as eleições com minoria, está preparada para governar a Junta de Freguesia juntamente com o Partido Socialista ou com o movimento independente de Paulo Leal?
Mariana Trigo: Eu estou a criar este projeto para ganhar com maioria absoluta e portanto não ponho outra hipótese em cima da mesa. Obviamente que no dia das eleições tomaremos em equipa, com a minha equipa, tomarei a decisão mais acertada para a Reguenga caso seja necessário o que não acredito, estou confiante que não será necessário mas caso seja tomaremos a decisão mais acertada para a nossa freguesia.
Diário de Santo Tirso: Sendo Presidente da Junta, como será a articulação entre a Junta e a Câmara? Facilitaria o seu trabalho caso a candidatura do PSD à Câmara Municipal fosse também vencedora ou será indiferente caso tenha de trabalhar com um executivo socialista?
Mariana Trigo: Eu considero que os partidos são o meio e portanto o mais importante são as pessoas e independentemente de quem governa a Câmara Municipal de Santo Tirso, seja o PS, o PSD, o Bloco de Esquerda, seja quem for tem que haver uma articulação entre a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal porque aquilo que eu vou fazer e aquilo que a minha equipa vai fazer é lutar de forma acérrima e intransigente por aquilo que nós necessitamos para a nossa freguesia independentemente de quem lá está portanto eu trabalharei com qualquer pessoa e lutarei por aquilo que acho que a Reguenga precisa seja quem estiver a governar a Câmara Municipal de Santo Tirso.
Diário de Santo Tirso: Estamos há mais de um ano em pandemia. Acabamos agora de sair de medidas de restrições e proibições muito apertadas. Como vamos ultrapassar toda esta situação?
Mariana Trigo: Realmente nós já vivemos a pandemia há mais de um ano e acho que tem sido difícil para todos não só a nível económico mas também psicológico porque isto desgasta imenso as pessoas. Mas acho que nós estamos num bom caminho agora mesmo com a vacinação e tudo em massa acho que em breve talvez no final do ano ou no final do verão conseguiremos já estar com a situação mais ou menos controlada. Mas acho que neste momento medidas concretas e as medidas que se têm tomado aos poucos acho que será realmente a melhor forma de tentar combater esta pandemia que veio sem ninguém contar. Nós por acaso até foi uma das nossas primeiras formas de campanha foi oferecer máscaras a todos os nossos reguengenses, muitas muitas pessoas que não podiam sair de casa, as pessoas mais velhas então seria uma forma também de ajudar nesta pandemia.
Diário de Santo Tirso: Na sua opinião o governo central e a Câmara Municipal de Santo Tirso têm feito um bom trabalho para minimizar os efeitos graves que a pandemia provocou e continua a provocar na economia?
Mariana Trigo: Eu acho que como disse esta situação foi uma situação nova para todos e também foi para o governo central e para as próprias autarquias ou seja ninguém sabia como lidar, ninguém sabia quanto tempo é que esta situação ia durar. Portanto não acho que o trabalho quer do governo quer das autarquias deva ser julgado porque eu acho que eles implementaram as medidas que acharam que eram corretas e foram modificando as medidas ao longo do tempo. Obviamente que nós sabemos que houve muitos setores prejudicados, pequenas e médias empresas, restauração, lojas, mas a verdade é que nós tínhamos dois valores importantíssimos que era a saúde e a economia. Não é fácil escolher entre as duas e acho que tentou criar-se um equilíbrio entre as duas olhando claro sempre para a saúde. Mas de uma forma geral acho que as medidas foram bem implementadas.
Diário de Santo Tirso: Que mensagem gostaria de deixar a todos os reguenguenses?
Mariana Trigo: Eu quero deixar uma mensagem aos reguenguenses, quero dizer-lhes para confiarem em nós. Quero dizer-lhes que nós somos a alternativa aquilo que já existe na nossa freguesia e aquilo que existiu em eleições anteriores e portanto nós daremos tudo e faremos de tudo, mostraremos todo o nosso trabalho, com as nossas ideias e os nossos projetos, para provar que de facto somos a equipa melhor para fazer com que a Reguenga seja dinâmica e para fixar a nossa população cá, aliando à nossa candidatura transparência, trabalho e muita seriedade.