José Sócrates chegou ao final de linha no seu TGV que ligava Portugal ao Mundo.
Chega ao final de linha por dois grandes motivos, primeiro porque vai mesmo a julgamento por atos de branqueamento de capitais e falsificação de documentos e segundo porque houve crimes prescritos que foram de facto praticados.
O indizível e douto magistrado Ivo Rosa, não conseguiu desmontar a tese da acusação na sua totalidade, mas ao mesmo tempo consegue ilibar quase todos os arguidos (numa primeira fase) de quase todos os crimes.
Vejamos, por culpa da morosidade da própria justiça nos megaprocessos ligados aos crimes de colarinho branco, permitiu aos arguidos escaparem ao poder judicial pelas anunciadas nulidades e prescrições, deixando todos os Portugueses boquiabertos e a assistir incrédulos a um ataque por parte do Juiz de Instrução Criminal ao Ministério Público.
O recurso por parte do Ministério Público aos olhos dos Portugueses é obrigatório, acreditam que a justiça é cega, não porque não consiga ver, mas porque creem que julgue todos os cidadãos por igual.
José Sócrates continua a ser arguido, podendo ainda ser acusado ou ilibado, contudo a sociedade portuguesa está mais consciente e alerta para todos os políticos que queiram de qualquer modo e de qualquer forma usar da sua posição para servir interesses pessoais, sejam eles de que natureza for.
É de estranhar que o arguido José Sócrates tenha tido uma vida faraónica na cidade luz, à conta de todos os Portugueses escapando também ao pagamento do imposto respetivo em sede de IRS, quando o N.º 1 do artigo 1 do Código do Imposto sobre os Rendimentos Singulares (CIRS) diz-nos que: “O imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) incide sobre o valor anual dos rendimentos das categorias seguintes, mesmo quando provenientes de atos ilícitos…), caindo diretamente na Categoria G, onde estão incluídos todos os incrementos patrimoniais não justificados, artigo 9 alínea d) do CIRS.
Já por cá, esperamos que a justiça seja cega e traga desenvolvimentos quanto às operações Teia e Dennis, de tal modo que não fiquem dúvidas do que verdadeiramente aconteceu.
Ricardo Pereira