Diário de Santo Tirso

Confeitaria Moura – Manter um negócio com história em tempos de pandemia

Imagem: Diário de Santo Tirso

A Confeitaria Moura faz parte da história de Santo Tirso há 128 anos. O Diário de Santo Tirso esteve à conversa com Alda Moura, uma das proprietárias e gerente da confeitaria há 9 anos para perceber o impacto da pandemia que vivemos neste negócio histórico.

Atualmente a funcionar com 3 estabelecimentos, um em Santo Tirso e dois na zona do Porto, a Confeitaria Moura dá emprego a 26 funcionários e tem conseguido manter os postos de trabalho conseguindo inclusive dar aumento de salário a alguns funcionários.

Com a chegada da pandemia em março e tendo sido obrigados a encerrar os estabelecimentos durante duas semanas no período de confinamento total, a proprietária refere que tiveram a necessidade de se reinventar e de tomar medidas para manter o negócio ativo e sem quebras de faturação. “Pensamos, temos que ir ter com os clientes porque eles não podem vir ter connosco” disse Alda Moura.

A Confeitaria Moura lançou o serviço de entregas ao domicílio, fazendo chegar a casa dos clientes as suas iguarias. A Moura faz entregas em Santo Tirso, Guimarães, Braga, Vila Nova de Famalicão, Trofa, Vila de Conde, Povoa de Varzim, Porto e Maia. Devido a esta medida e a uma aposta muito forte na utilização de técnicas de marketing digital o seu negócio não sente grandes quebras em relação ao mesmo período do ano anterior. Alda Moura confirma sentir uma maior quebra nas lojas do Porto, também devido à sua localização em centros comerciais e às limitações impostas pelo governo, em Santo Tirso o negócio está a correr quase dentro da normalidade.

Questionada sobre as medidas impostas pelo governo relativas ao recolher obrigatório aos fins-de-semana e feriados e de que forma esta medida interfere com o seu negócio, Alda Moura diz que interfere bastante pois as confeitarias estavam abertas todo o dia durante o sábado e o domingo e agora vêm-se obrigados a encerrar às 13h00 acabando por perder parte da faturação, no entanto no período da tarde continuam com as entregas ao domicilio de forma a compensar parte destas perdas.

Com as limitações existentes no comércio atualmente a confeitaria viu-se obrigada a reduzir a lotação do espaço para 50% e apenas atende dois clientes de cada vez ao balcão. Mesmo assim Alda Moura não se lamenta desta situação, continua positiva a tentar encontrar soluções e não a baixar os braços perante as adversidades, diz estar já a pensar no Natal que é uma altura de muitas encomendas e estudam já a possibilidade de colocar mais um posto de atendimento para fazer apenas as entregas das encomendas e evitar aglomerados de clientes. A empresária elogia também os seus clientes dizendo que são todos cumpridores das regras, nomeadamente o uso de máscara, distanciamento social e elogia a forma paciente com que os clientes esperam no exterior da loja para serem atendidos.

Por parte do Governo a empresária diz que o único apoio que receberam foi o lay-off, que usaram em Abril e Maio. O apoio por parte da Câmara Municipal foi a isenção do pagamento da taxa de esplanada. A gerente da Moura considera ainda benéfica a medida de isenção de pagamento dos estacionamentos, que diz ser de grande ajuda uma vez que assim os clientes vêm a loja e não estão preocupados com o tempo do estacionamento.

Na Confeitaria Moura encontramos uma empresária confiante num futuro melhor, pois acredita que estas medidas por mais restritas que sejam, e por mais que prejudiquem o seu negócio são necessárias para tentar parar esta pandemia que para além de ceifar vidas está a deixar muitos estragos quer nas pessoas quer na economia do país.

Um negócio adaptado ao mundo em que vivemos e sobretudo uma mentalidade de ir à luta e arranjar soluções para os problemas que têm surgido de forma a manter esta casa histórica que é já um símbolo da nossa cidade.


Imagens: Diário de Santo Tirso
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