«O futuro do Colégio de Santa Teresa de Jesus constrói-se a desenvolver um Projeto Educativo de qualidade, nesta Cidade Educadora», afirma Esmeralda Lima (EL), representante da Entidade Titular da instituição, no ano em que se comemora os 125 anos da presença Teresiana por terras de Santo Tirso. As iniciativas, que decorrem de 10 de janeiro a 2 de julho, celebram a longevidade… mas com os olhos postos no futuro.
Todos chamados a comemorar
«Estamos integradas na Paróquia e no meio que nos acolheu», refere Felisbela Valente stj (FV), Coordenadora da Comunidade de Irmãs, abrindo o convite a todos os que pretendam juntar-se às comemorações. A abertura oficial é já no dia 10 de Janeiro, dia em que, no ano de 1897, um grupo de Irmãs da Companhia de Santa Teresa de Jesus, congregação fundada pelo catalão Santo Henrique de Ossó, se instalou em Santo Tirso, num movimento de expansão evangelizadora.
A 24 deste mês, a Irmã teresiana Maria de Fátima Magalhães, natural de Rebordões, apresentará, no auditório do Centro Paroquial, o seu recente livro «Encontros de Graça», um bom exemplo de como «as teresianas têm como horizonte o cuidado da pessoa, uma educação integral que acolhe e gera vida» (FV). Dias depois, a 27 de janeiro, Dia do Fundador, será celebrada uma Eucaristia de Ação de Graças, presidida pelo Bispo do Porto, D. Manuel Linda, integrada nos serviços religiosos da Paróquia de Santa Maria Madalena – Santo Tirso.
Os meses que se seguem continuarão a ser de festa. Haverá uma série de conferências, um espetáculo teatral, o concurso de um doce teresiano, um grande sorteio e um jantar comemorativo, a encerrar,… entre outras iniciativas. Ao longo dos seis meses de comemoração, ainda se destaca os 125 testemunhos a publicar nas redes sociais e a Exposição Fotográfica, a visitar na Galeria das instalações do Colégio. A recomendação será mesmo a de seguir a programação através dos endereços eletrónicos institucionais.
Um passado… selo de «Experiência e Confiança»
«Experiência e Confiança» é o slogan dos 125 anos. Atributos conferidos por um passado «vivido com muita paixão e entrega» (FV). Tudo começou com a inauguração do primeiro edifício, a 10 de janeiro de 1897, com o nome de Colégio de Nossa Senhora do Carmo, em Santa Cristina do Couto. «Nasceu, cresceu, floresceu, deu frutos… Não faltaram os ventos fortes e tempestades… em 1910 morre, a semente é lançada à terra e germina graças à persistência e dedicação de duas antigas alunas da família Campos Miranda. Deu-se a reabertura do Colégio numa parte do palacete a elas pertencente, localizado na Rua Sousa Trêpa, em Santo Tirso, e então com o nome de Colégio de Santa Teresa de Jesus, inaugurado a 7 de outubro de 1936» (FV).
Em 1942 foi concedido o Alvará pelo Ministério da Educação e em 1956 o Colégio ocupou um novo edifício na Rua Comendador António Maria Lopes, atual residência da Comunidade Religiosa Teresiana. As décadas que se seguiram foram de crescimento. As instalações foram ampliadas para dar resposta ao crescente número de alunos e adotou-se «um dinamismo de ação-reflexão-ação que tem permitido ao projeto educativo teresiano reinventar-se e responder adequadamente aos desafios de cada época, mantendo a fidelidade ao carisma do seu fundador e pedagogo, Henrique de Ossó» (EL).
O Movimento Teresiano de Apostolado (MTA) faz parte da história da presença teresiana em Santo Tirso. O MTA foi e vai crescendo com crianças, jovens e adultos sob o lema ser transformadores, “ser apóstolos no seu próprio ambiente”.
Um ano após a Revolução de Abril, foi fundada a Associação de Pais, fazendo parte do pequeno grupo de escolas pioneiro nesta dimensão da participação democrática.
A história da presença teresiana em terras de Santo Tirso amplia-se pela abertura à comunidade paroquial e civil. «Estamos inseridas na Paróquia nas seguintes atividades: catequese infantil, liturgia, acompanhamento a idosos e apoio a pessoas desfavorecidas. O edifício do Colégio também está aberto à comunidade. Desde as atividades da Paróquia, da Vigararia e da Diocese até às atividades desportivas e culturais» (FV).
O novo século chegou com dificuldades económicas e de natalidade para a região. Este não é um momento difícil único na longa história do Colégio, por isso é encarado com coragem, persistência e esperança. «Escutando os sinais dos tempos, com determinação e empenho, temos ultrapassado as dificuldades e aproveitado as oportunidades, em colaboração e com a participação de todos os elementos da comunidade educativa e Família Teresiana que, educando educando-se, são os construtores e cuidadores desta Comunidade de Aprendizagem» (EL).
Um futuro que… a todos pertence
O futuro é encarado com grande responsabilidade. «Trata-se de um legado com uma longevidade superior à mais ambiciosa esperança de vida humana e isso é de uma grandiosidade que nos interpela a ampliar horizontes para além daquilo que podemos viver e a recriar o nosso Projeto Educativo para o tempo atual e sobretudo para o futuro e para as gerações vindouras, com o sentido e a qualidade do passado» (EL).
Nos últimos anos, a Companhia de Santa Teresa de Jesus, presente em quatro continentes, tem-se reestruturado, como forma de responder aos desafios atuais, e os vários Centros Teresianos em Portugal (Colégios, Centros Sociais, Inserção em Bairros Urbanos…) fazem, hoje, parte da denominada Província da Europa. O Colégio de Santa Teresa de Jesus tem, assim, o sentido de pertença a algo maior e a certeza de que não caminha sozinho.
Neste ano de comemoração será também um tempo propício para se centrar no futuro, continuar a inovar. «Pensar o futuro do Colégio é um exercício contínuo e sistemático de fazer da experiência sabedoria e discernimento, para descobrir e adaptar, aos novos tempos, a operacionalização adequada dos princípios fundacionais que estiveram na génese da Educação Teresiana e que continuam a ser basilares para a construção e transformação da História da Humanidade» (EL).
A Educação é uma tarefa de todos. É necessário «um diálogo construtivo, com as famílias, com as instituições e com todas as pessoas envolvidas, vivendo em caminho educativo para renovar o mundo, gerar vida e construir o bem comum e a paz» (EL).
As dificuldades fazem sempre parte da vida. No entanto, «conscientes das dificuldades que continuamos a sentir na nossa Obra Apostólica, a Companhia poderá continuar a sua presença evangelizadora, nesta zona, se Irmãs e leigos se implicarem no carisma Teresiano em colaboração e inter-relação» (FV).