Diário de Santo Tirso

CDU de Santo Tirso critica opções orçamentais do Executivo Municipal

Decorreu, na passada quinta-feira, a sessão da Assembleia Municipal do mês de abril. A CDU, força política com representação em Santo Tirso, fez várias intervenções das quais se destaca a sua apreciação sobre o Relatório e Contas.

João Ferreira, deputado único da CDU, interveio para dar a sua posição e e análise sobre as contas municipais do último ano.

Deixando a análise técnica para os Revisores Oficiais de Contas, a esta Assembleia cabe a apreciação do Relatório e Contas, e, por isso, há que fazer uma análise política sobre a forma como o dinheiro do município foi gasto.

O relatório e contas do ano de 2022, espelha a opção política do PS dos últimos dois anos, designadamente a manutenção de saldos orçamentais elevados e incompreensíveis, especialmente quando, por um lado, a maioria dos tirsenses se confronta com o aumento de custo de vida e, por outro, impera a necessidade de inverter o nível de declínio populacional e de estagnação que tem marcado a vida do nosso concelho.

O PS celebra o facto de ter alcançado o saldo orçamental mais alto de sempre, designadamente de 6,3 milhões de euros (face aos 6,1 milhões de euros de 2021). Saldo esse que, sendo bem aplicado, poderia contribuir decisivamente para a melhoria das condições de vida dos tirsenses, especialmente dos mais desfavorecidos.

Obviamente que ter a situação das finanças locais saudáveis é fundamental – ninguém dirá o contrário – mas a CDU não se basta com o facto de o Município ter as contas certinhas e equilibradas, ou de bater recordes de poupança corrente, sobretudo quando no nosso concelho inexiste uma rede de saneamento plena, centenas de pessoas aguardam por uma habitação e observa-se uma carência de equipamentos sociais básicos, só para citar alguns exemplos.

Acresce que, não podemos deixar de realçar pela negativa o baixo grau de execução na rubrica “aquisição de bens de capital”, que inclui a realização de investimentos e obras públicas, com uma taxa de execução de apenas 49,17%. Sendo que observando atentamente o Plano Plurianual de investimentos e a sua execução, concluímos que são áreas como as Funções sociais e a Acção social, que tem um menor grau de execução.

Fica-se, assim, muito longe das opções que se impõem para responder aos problemas com que a população está confrontada. Sendo certo que havia e há margem orçamental para dar resposta a essas necessidades.

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