Diário de Santo Tirso

Bloco de Esquerda de Santo Tirso manifesta-se contra transferência do hospital para a Misericórdia

O Bloco de Esquerda de Santo Tirso deu a conhecer a sua posição sobre o anúncio realizado Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, de transferência a gestão do hospital para a Misericórdia.

Através de um comunicado enviado às redações os bloquistas criticaram essa decisão.

O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, acabou de anunciar que o Hospital de Santo Tirso vai passar para a alçada da Misericórdia de Santo Tirso. Nas suas palavras: “este ato hoje simboliza o início de um novo tempo de reforço do papel das Misericórdias no SNS e eu quero muito que ele se possa concretizar em projetos nas próximas semanas, nos próximos meses. Um desses projetos será nós retomarmos um caminho que não devia ter sido travado: de contar com as Misericórdias na gestão de unidades hospitalares.”

Segundo Montenegro, a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, já está a trabalhar com algumas Misericórdias, como a de Santo Tirso, “para a transferência dos respetivos hospitais para as mãos das Misericórdias”. Acrescentou ainda que “este processo de transferência de equipamentos, quando se justificar na base de uma contratualização bem edificada, vai ser retomada e vai ser retomada com respeito a um chapéu de base que é exatamente o acordo genérico que nós hoje subscrevemos”

Este anúncio é o ressuscitar de um projeto ultrapassado. O primeiro-ministro não descarta a sua herança política dos tempos da troika, de Passos e Portas (PSD/CDS), e por isso desenterra do passado este projeto de destruição apressada do SNS.

O Bloco de Esquerda de Santo Tirso, desde o primeiro momento que se bateu pela gestão 100% pública do Hospital. A passagem de competências fundamentais do Estado para o setor privado e para o terceiro setor representa, não só, uma desresponsabilização enorme do papel do Estado das suas funções sociais, como também a transformação de um serviço público num negócio apetitoso para os atores privados. A experiência passada com a gestão privada de hospitais públicos provou ser danosa para os interesses da população e do próprio Estado.

Vemos, por isso, com preocupação o anúncio governamental e bater-nos-emos, como sempre fizemos, para que essa vontade não seja materializada.

Defendemos ainda uma maior dotação orçamental para o SNS e para o Hospital de Santo Tirso em particular, garantindo aumentos salariais dignos para os seus profissionais das várias áreas, como ainda uma melhor capacitação de aquisição de equipamentos, de forma a modernizar a prestação de serviços aos utentes.

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