O Santander viu-se obrigado a encerrar 60 balcões em 2020, em Portugal, e estima fechar mais cerca de 30 este trimestre, numa adaptação ao modelo de negócio que diz ser obrigatória para sobreviver. As agências em Vila das Aves e em São Martinho do campo fazem parte do plano de reestruturação e vão encerrar no próximo dia 12 de março. As contas dos clientes da agência em Vila das Aves passarão para Santo Tirso e as contas dos clientes de São Martinho do Campo passam para Pevidém.
A Comissão Executiva começa por justificar o envio de uma nota às agências de comunicação: “face a notícias recentes que envolvem o banco”, numa alusão aos apelos dos sindicatos para que suspenda o processo em curso dado o agravamento da pandemia, e que, em 19 de janeiro, já a tinha levado a esclarecer não vigorar “qualquer processo de rescisões por mútuo acordo”, mas sim propostas de pré-reforma ou da revogação de contratos de trabalho.
“O Banco Santander é reconhecido desde há vários anos como o mais sólido Banco de Portugal. Nos últimos cinco anos, integrámos o Banif e o Banco Popular, o que provocou uma sobreposição de balcões e de serviços, quer na rede comercial, quer nos serviços centrais”, refere a comissão executiva, prosseguindo: “Nos últimos anos, a rentabilidade dos bancos foi constrangida por diversos fatores que são por todos conhecidos, com destaque para a exigência de níveis de capital mais elevados (de 2008 para hoje, o aumento do capital regulatório mínimo de 8% para 12,5% implicou, no caso do Santander Totta, a necessidade de mais 750 milhões de euros de capital para simplesmente poder operar), a existência e persistência de taxas de juro negativas, e generalizadas limitações a comissões”.
A Comissão Executiva admite que este ajustamento vai continuar durante 2021, “em linha com o encerramento de balcões e redimensionamento de serviços centrais”, referindo que o banco “fechou mais de 60 balcões em 2020, e tem estimado encerrar cerca de 30 agências durante este trimestre, estando previsto implementar durante este ano diversas automações e alterações de processos nos serviços centrais, de forma crescente”.