Um ano depois da tragédia na Agrela: “Eu lembro-me que era numa que estava a acontecer muitos incêndios, esse incêndio senão estou em erro começou em Gondomar ou em Valongo e depois alastrou se pela Serra da Agrela. Quando recebi a notícia nem estava em Santo Tirso foi a Ana Isabel a candidata à Câmara do Bloco de Esquerda que me ligou a falar sobre isso, nós ficámos todos preocupados e minha colega Catarina Ferraz estava mais perto então acabou por ir ao terreno e esteve lá mesmo dentro do recinto e nós por falta das respostas da câmara, por falta todo tipo de resposta para as autoridades que impediram a entrada e o resgate dos animais no recinto decidimos fazer essa vigília independente, sem partidos, sem cores políticas e decidimos fazer organizar essa vigília. Marcámos a vigília foi dia 20 desse mês, hoje faz um ano que começou o incêndio e que chegou ao canil ilegal e nós marcamos isto a reivindicar respostas por causa do facto de o incêndio ter atacado o canil que já anteriormente tinha sido alvo de investigações por parte do Ministério Público, era o antigo presidente da câmara antes deste o Joaquim Couto mas este presidente já estava lá com outras tarefas e foi preciso o incêndio atacar esse canil para que realmente fosse feito alguma coisa em relação a isso. Até então foi esquecido não sei por falta de vontade, acredito eu e também por falta de soluções porque é complicado depois arranjar outras soluções”.
Responsabilidade da Câmara Municipal: “Demoraram muito a arranjar forma de onde é queríamos colocar aqueles animais, porque porquê um investimento extra a câmara não quis fazer, preferiu então que aqueles animais ficassem ali em maus tratos, em mau estado, sem alimentação sem espaço também para conviver de uma colecionadora de animais vivos que os juntou lá. E depois deste incêndio veio trazer ao de cima e trazer para o panorama nacional aquele problema que eu não acredito que seja apenas no concelho de Santo Tirso que existam estes tipos de canis ilegais. Por isso isto foi da responsabilidade da câmara e nós viemos aqui à frente da Câmara Municipal exatamente por isso porque os culpados iniciais é a câmara depois obviamente que a GNR também não ter deixado entrar foi uma atitude muito desumana e toda a envolvente daquela tragédia ainda pôs aquilo de uma forma, inflamou toda a situação e nós decidimos fazer a vigília e achámos que depois de um ano, eu hoje reuni enquanto o bloco contasse com as ASAAST e continua a haver falta de apoios para as associações, a estrada e os acessos para a associação que mais animais recebeu depois da tragédia é em terra batida, não há acessos, não há saneamento”..
Adoções de animais do Canil Municipal: “A Câmara continua a publicitar as adoções como adoções por parte da população em geral e o que é verdade é que muitas dessas doações são para outras associações ou seja o animal passa de um canil para outro, não está a ir para as uma família e continuamos continuarmos neste círculo. Na altura teve muito mediatismo a câmara teve de se justificar e ainda me recordo quando nós fizemos e organizamos a vigília marcamos aquilo ao fim do dia e só à meia noite, uma da manhã é que a câmara lançou um primeiro comunicado oficial a responder aos problemas porque não sei se foi de propósito mas sei que foi o timing certo. Certo porque tinha de responder à vigília que ia acontecer aqui. Até então não tinha dito nada, a partir do momento em que está pressionado pela população já vem reagir e acho que depois de passado um ano temos muita coisa para fazer, muita coisa por resolver e muitas perguntas também que ainda estão sem resposta”.
Reunião na Câmara Municipal em 2020: O presidente na altura disse-nos que não sabia deste canil ilegal mas eu pergunto-me como é que o presidente que nunca foi a eleições a bem dizer mas que tomou posse depois daquele caso que aconteceu do nosso antigo presente ter sido preso, ter sido detido, não saber das coisas que passam no concelho. Eu acredito que esta questão dos direitos dos animais ainda seja algo que as pessoas não falem tanto e principalmente nas aldeias que não valorizem tanto mas cada vez mais temos que perceber que os direitos dos animais também são direitos são direitos como os outros, temos que saber respeitar, são vidas humanas que estão ali e eles sofrem, eles sentem e nós temos que ter esse cuidado, temos de ter essa atenção e a câmara não teve, este presidente não sabia da existência daquele canil ilegal que já tinha sido alvo de investigações por parte do Ministério Público. O veterinário municipal que foi despedido, este não tenho razões de queixa mas o anterior veterinário municipal também tem culpa porque foi ele que também esteve na altura da investigação no terreno a ver as condições daquilo. Se este Presidente da Câmara não sabia, se o próprio Presidente da Câmara não sabe quem é que vai saber? A população sabia, mas se a população reivindicar e o presidente não fizer nada vamos continuar com aquela situação de os animais estarem naquele estado e de as pessoas continuarem a estar sem lei e a propriedade privada naquela situação pôs-se à frente de vidas, foi a proteção da propriedade privada acima de vidas que estavam lá a ser queimadas. Por isso acho que diz muito sobre o papel da Câmara Municipal em relação a este incêndio, a esta tragédia e ao bem estar animal porque ainda hoje faz um ano, o Presidente da Câmara e ninguém na câmara que eu tivesse visto falou sobre esta situação, estão a ignorar, estão a ver se passa assim de leve para depois continuar a campanha e apostar na sua reeleição para continuar mais quatro anos nisto, sem soluções, e a fazer o que na verdade que sempre fizeram que é o que quiserem, o que quiserem porque não há escrutínio, não há transparência. Reunimos com o presidente, depois ainda fomos fazer uma visita ao canil. E realmente o canil tem boas condições a nível de infra estruturas, este veterinário municipal realmente tem um cuidado com os animais que não conheço o outro mas este realmente tem um cuidado com os animais que admirei e foi das pessoas que nos melhor recebeu. Mas o que aconteceu e depois de um ano inteiro continuamos nisto, mudou-se o veterinário, mudou-se o pelouro dos vereadores e continua tudo igual porque depois também se foi perdendo, depois entrou o segundo confinamento eles acabaram por se calhar pôr isso de parte porque realmente as pessoas já se tinham esquecido mas não pode ser assim porque não é um problema que se sobrepõe o outro quando um problema está mais no mediatismo e está mais no público já podemos esquecer o outro. Não, temos de resolver isso até o fim realmente dar condições às associações e às famílias para que possam então tratar destes animais e dar-lhes as vidas dignas.
Problemas por ter dado a cara: “Não a nível particular não tive, nós fizemos tudo dentro da legalidade, nós falamos com a polícia, com a polícia, com a GNR, Polícia Municipal, com a PSP, tivemos tudo dentro das normas da DGS e conseguimos dentro de toda a lei, respeitando a nossa democracia fazer uma das maiores manifestações que este concelho já viu se não foi a maior, acredito, a maior após o 20 de abril foi quase de certeza e não tivemos quaisquer problemas legais com isso nem nos tribunais nem em outras formas e em relação a isso também que o que poderia fazer? Nós estávamos aqui a reivindicar, é um direito da democracia, é um direito da nossa liberdade reivindicarmos, por isso pior ainda seria para o Executivo Municipal se nos fosse punir por nós termos apenas exercido um direito que é o direito de reivindicação”.
Candidatura à Assembleia Municipal: “Desde sempre EU quero fazer mais e cresci em Santo Tirso e sempre achei que é preciso mudança, seja em Santo Tirso ou a nível nacional mas aqui no meu concelho que é onde eu posso começar por mudar acredito que se possa fazer a diferença. Esta questão dos animais veio fazer com que eu fosse mais conhecido na cidade a nível do ativismo e se calhar isso influenciou porque já era uma cara mais conhecida mas a nível pessoal, a nível de mudanças não, apenas me fez perceber que realmente nós quando queremos, quando nos juntarmos como equipas, os colegas, a Catarina Ferraz, Miguel Martins, o Eduardo Couto também estiveram na organização dessa vigília, juntos conseguimos fazer uma coisa nunca antes vista e acho que o trabalho em equipa, o trabalho com as pessoas com a proximidade, com a população, a política de proximidade que nós tanto queremos fazer, é fundamental e é aquilo que nós vamos agarrar sempre sem depois nos deslumbrarmos com o poder e com os cargos que vamos ter porque acho que isso é o que nos vai diferenciar de todos os outros partidos, é realmente a política de proximidade e o querer fazer política para as pessoas e é quase aquela frase que já é uma frase conhecida que é servir o povo e não nos servirmos dele que é isso que nós queremos continuar a fazer em Santo Tirso como o Bloco tem feito a nível nacional mas queremos fazer em Santo Tirso agora”.
Perspetivas para as eleições: “Positivas vão sempre sempre porque é a primeira vez que nós temos uma candidatura, esperemos que seja o mais alto possível com a eleição do maior número possível de deputados na Assembleia Municipal, com a eleição de um vereador ou de dois vereadores, se elegermos um vereador será uma vitórias fantástica, elegemos Ana Isabel. Para a junta de freguesia também acredito que consigamos um grande resultado com o Paulo Jorge, temos agora também iniciamos esta semana o João Rompante à União de Freguesias de Vila Nova do Campo que também acredito que é um rapaz daquela terra e que vai conseguir certamente um bom resultado porque é um rapaz trabalhador, jovem e é o reflexo da nossa candidatura uma candidatura jovem de pessoas com novas ideias, novas caras, novas políticas que é o nosso o nosso slogan e acho que realmente podemos fazer finalmente a diferença na política Tirsense que está cansada, está cansada do costume”.