Diário de Santo Tirso

Afonso Figueiredo: “No Aves nunca recebi um salário ao dia certo

“ – Três meses em atraso. Havia coisas anormais. Alguns jogadores recebiam no dia 10, outros no dia 20, uns tinham contrato de dez meses, outros tinham de 12, mas quase todos têm ainda três meses por receber. Eu tive de ser capitão, advogado, contabilista, e sei que alguns funcionários do clube – as pessoas da residencial, os roupeiros, os fisioterapeutas – têm cinco meses em atraso.

Não vou revelar o nome por respeito, ele pode não querer. Mas um colega deixou de ter dinheiro para pagar o carro e a gasolina. Passou a ter de fazer tudo a pé. Tinha de andar um quilómetro e meio para ir ao supermercado e depois voltar carregado para casa. Isto não faz sentido, é surreal. Houve dificuldades enormes. Outros tiveram de recorrer às poupanças, aquilo que à partida seria para estar quietinho até ao fim da carreira. Tivemos de ir às poupanças para sobrevivermos. Não era possível gerir as contas com o dinheiro do dia a dia, porque tínhamos muitas coisas em atraso.”

Afonso Figueiredo, capitão do Desportivo das Aves, a narrar ao Mais Futebol parte do drama que viveu, em conjunto com os seus colegas, na presente temporada!

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