A Câmara Municipal de Santo Tirso vai homenagear o poeta e escritor Nuno Higino na edição deste ano da Poesia Livre, que irá decorrer de 15 a 21 de março. Entre inúmeras atividades, o programa inclui a atuação da rapper portuense Capicua, no Dia Mundial da Poesia.
Numa edição que terá a “Poesia Intemporal” como tema, também não são esquecidos os 500 anos do nascimento de Luiz Vaz de Camões e a comemoração do quinquagésimo aniversário do 25 de Abril.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, Alberto Costa, “este ano há inúmeros motivos para se celebrar a poesia e o papel que esta forma literária tem desempenhado, ao longo dos tempos, na história de Portugal e do mundo”.
“Para esta edição da Poesia Livre, o programa foi desenhado com o objetivo de sempre, ou seja, tornar este evento, que é marcante para a vida cultural de Santo Tirso, num momento de partilha intergeracional, de divulgação dos nossos poetas e de fomento do gosto pela poesia”, acrescenta.
Alberto Costa adianta que “a escolha de Nuno Higino como autor homenageado acontece neste contexto e tem em conta não só a qualidade da sua obra em geral, mas também da poesia para a infância em particular”.
Natural de Felgueiras, Nuno Higino contabiliza cerca de 30 títulos para o público infantojuvenil, além de outros livros nas áreas da poesia e do ensaio. É licenciado em Teologia e Filosofia e doutorado em Filosofia Estética pela Universidade Complutense de Madrid.
A homenagem a Nuno Higino terá o seu ponto alto com a realização de um tributo, no dia 20 de março, pelas 18h00, no Auditório Municipal de Biblioteca de Santo Tirso.
Pela primeira vez em 18 edições, a união entre o lado combativo das palavras e a força da música rap vai, também, marcar presença no programa da Poesia Livre. E logo com Capicua, que subirá ao palco, na Fábrica de Santo Thyrso, para um concerto no Dia Mundial da Poesia (21 de março), pelas 21h30.
Capicua é o nome artístico da portuense Ana Matos Fernandes, rapper que se distinguiu, nomeadamente, pela escrita emotiva, feminista e politicamente engajada. A sua discografia conta com duas mixtapes e três álbuns em nome próprio, um disco de remisturas, dois discos-livro para crianças, um disco luso-brasileiro colaborativo e um EP ao vivo.
A autora de sucessos como “Casa no Campo”, “Vayorken” ou “Gaudí” venceu o Prémio José Afonso de 2021 com o álbum “Madrepérola”. Na ocasião, o júri realçou “a qualidade das letras, a interpretação emotiva e a cuidada produção” do disco que coroou “uma carreira já significativa e cada vez mais reconhecida pela sua importância musical e social”.
Socióloga de formação, já antes Capicua havia sido distinguida pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) com o Prémio José da Ponte de 2017, dedicado a jovens autores, pelo seu disco-livro “Mão Verde”. Venceu, também, os Prémios Play 2021 na categoria de Melhor Artista Feminina.
Além do tributo a Nuno Higino e do concerto de Capicua, o programa da Poesia Livre estende-se por cerca de uma semana, em vários pontos do concelho, designadamente escolas, associações e Biblioteca Municipal.